Truta
Esses dois últimos dias foi uma correria que só, tava terminando de resolver as paradas do morro e ir atrás das coisas da concessionária.
Nem tive um tempo direito com a Laura, quando eu não chegava tarde e estava dormindo, ela chegava tarde e eu estava dormindo.
Estaciono o carro enfrente de casa, pego meu celular vendo a hora nove e meia da noite. Abro a porta de casa, tudo apagado e fechado. Subo as escadas e vejo a porta do quarto aberta e acesa.
Dou risada assim que vejo ela deitada na cama, com o seu pijama da Barbie, cara fechada pro celular e um bagulho estranho um pouco abaixo da barriga.
Truta: Boa noite minha Barbie morena. _Ela nem me responde, vou até seu lado da cama._ Tá suave? _Coloco a mão naquele negócio estranho, quentão._
Laura: Não, tô com cólica e enxaqueca, quero um doce e não tem nada nesse Ifood. _Bufa e joga o celular pro lado._
Truta: Quer que eu vou comprar alguma coisa? _Me inclino um pouco e beijo seus lábios._
Laura: Não, vai tomar um banho e deita bem quentinho aqui comigo. _Faz cara de cão abandonado e dou risada._
Tiro meu relógio enquanto entro no banheiro. Tiro aquela roupa colocando no cesto de roupa, entro no box e já desligo o chuveiro, preciso de água gelada pra tirar todo aquele cansaço de hoje.
Assim que saiu do banho, passo meu desodorante, escovo meus dentes. Vou no closet, pego minha cueca vermelha e visto. Apago as luzes, fecho a porta do quarto e vou até a cama.
Truta: Quer assistir alguma coisa? _Ela nega com a cabeça._
Pego o controle do ar, ligo o mesmo e deito na cama. Ela desliga o celular deixando o quarto todo escuro.
Me ajeito na cama, puxo ela pelo braço que ela logo vem se ajeitando no meu peito e colocando suas pernas nas minhas.
Laura: Nem parece que estamos morando juntos. _Ela começa a acariciar meu braço._
Truta: Tá puxado, prometo pra tu que isso melhora, já é? _Ela assente._ Amanhã é aniversário da coroa. _Começo fazer carinho pelas suas costas._
Laura: Aniversário da sogrinha aí sim. _Dou risada._ Comprou algo pra ela?
Truta: Ainda não, não sei o que dar pra ela, nunca sei. _Fecho os olhos._
Laura: E se dermos uma viagem pra ela? _Fala animada._ Ela precisa, podemos pagar pra ela e aquela vizinha que diz ser super dona amiga dela.
Truta: Quem? A dona Mercedes? _Ela resmunga concordando._ Não, aquela véia é fofoqueira demais.
Laura: Paro. Ela é amiga da sua mãe, vamos dar isso, uma viagem pra elas.
Até que essa não é uma má ideia. Minha coroa sempre teve as vontades de viajar, conhecer o mundo, mas nunca tinha tempo ou no podia por conta do meu pai.
Truta: Portugal. _Ela não diz nada._ Dona Marta sempre teve vontade de conhecer Portugal.
Laura: Pronto, amanhã vamos comprar as passagens pra elas, eu organizo tudo. _Puxo ela pra mim abraço mas nossos corpos._
Na moral, mó paz chegar em casa e ficar assim. Meu dia foi um saco, chegar e ter essa casa, essa mulher e essa sensação é foda pra caralho. Minha paz mesmo.
Nós dois não queríamos conversar, cansados, mas queríamos aquela sensação de nós dois, só nosso calor fez com que a gente pegasse no sono rapidinho.
•••
Acordou assustado com um barulho no banheiro, passo o braço na cama e nada da Laura.
Laura: Filha da puta..._Resmunga baixo no banheiro._
Truta: Laura? _Chamo por ela sentando na cama._
Laura: Desculpa amor. Derrubei meus cremes. _Diz do banheiro._
Me levanto da cama, pego meu celular vendo uma mensagem da minha mãe. Enquanto abro sua conversa, desligo o ar e vou pro banheiro.
Truta: Dona Marta vai fazer uma janta lá na casa dela. _Me encosto no batente da porta._
Laura: Ótimo, vou ir fazer uma vistoria na casa, depois vou resolver o presente dela. _Encaro ela que penteava seu cabelo._ Que horas vamos?
Truta: Tá empolgada hoje em? _Dou risada._ As oito.
Laura: Tudo bem. _Ela larga a escova na pia._ Eu vou indo, qualquer coisa me liga.
Ela vem na minha frente e coloca as mãos na minha nuca, tão perfeita mané.
Truta: Se cuida, qualquer parada me aciona. _Aperto sua cintura._ Amo tu, fé. _Beijo seus lábios._
Laura: Te amo. _Ela beija de novo e sai do banheiro._
Dou um sorriso sacudindo a cabeça, abro minhas conversas de novo e vejo as do Muralha pedindo pra ligar pra ele, essas horas.
Ligação on:
Truta: Boa pai, qual foi? _Digo assim que ele atende._
Muralha: Deu bo Truta, roubaram toda nossa parada, não tem nada pra esse final de semana, se pá nem pra noite. _Passo a mão na cabeça._
Truta: Aí Muralha, isso não é problema meu mais não, resolve essa parada sozinho, cadê o homem que enchia o saco que eu não sabia fazer as parada sozinho? _Ele suspira._
Muralha: Pô Truta, da uma força aí..._Corto ele._
Truta: Não, tu é dono agora, não sou nada. _Suspiro._ Resolve, não quero zona aí hoje vou ver a coroa e nada de tristeza aí, já é?
Ligação off.
Cuzao nem responde, só desliga a chamada e eu coloco o celular na pia. Papo reto, queria sair correndo e ir lá ajudar ele, mas não posso não, essa porra agora é dele e ele precisa resolver isso sozinho, sem precisar de mim.
Truta: O que eu faço já que a Muié não tá em casa? _Me encaro no espelho._ Vida de rico e casado é essa paz é? _Dou risada._ Mó delicinha.
Vou no closet e pego uma bermuda, visto a mesma. Voltou pra banheiro, escovo os dentes e pego celular.
Desço até a cozinha e vejo algumas paradas pra comer. Acho que vou passar o dia todo no sofá jogando, isso é bom?
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Razões de uma noite 2
RomancePassamos por muitas coisas, coisas que dependendo de como seria não estaríamos aqui! Estamos bem, estáveis e construindo nosso espaço, mas será que vamos sempre ser assim? Será que vamos sempre ter o nosso espaço?