𝐶𝑎𝑝í𝑡𝑢𝑙𝑜 34 "𝑁ã𝑜 𝑣𝑎𝑖 𝑡𝑒 𝑎𝑡𝑟𝑎𝑝𝑎𝑙ℎ𝑎𝑟?"

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Laura

Juro, a sensação de estar grávida e estar gerando uma vida ainda está sendo um choque pra mim.

Três  semanas passou tão devagar pra mim, isso de ficar parada, não poder fazer isso, fazer aquilo me deixa louca. Sou muito acelerada, quero fazer tudo. Mas pelo meu filho eu estou ficando quieta e controlando a ansiedade.

A Mila está praticamente morando aqui, tem dias que descer as escadas eu desço por medo, então ela faz as coisas e trás pra mim. Claro, duas grávidas, uma que não aguenta andar e outra que não pode andar.

Laura: Estou aqui pensando, vamos fazer uma noite das mulheres? _Digo saindo do banheiro._

Apolo: Ai que coisa boa, estava ansioso pra isso. _Diz batendo palminhas._ Hoje?

Laura: Sim, liga pra Alma chamar a dona Marta também. _Ele assente e saiu do quarto._

Dou uma ajeitada na cama, pegou meu roupão e vou pro banheiro. Nesse início de gravidez, comecei ter muito problemas com quedas do cabelo, sempre fui muito  cuidadosa com meu cabelo, estou sendo mais cuidadosa ainda. 

Já falei com a minha médica para ela fazer alguma fórmula para cabelo, pele e tudo que for bom pra mim e o bebê. 

Voltando, está vendo, meu foco também foi embora. 

...

Depois de tomar um banho tranquilo, hidratar o cabelo e até mesmo esfoliar tudo que eu tenho direito. Coloquei um vestidinho bem soltinho e desci pra cozinha. 

Apolo: Mulher, teu macho trouxe tantas coisas que não sei nem o que é de tanta coisa chique. _Dou risada._

Laura: Ele não é meu macho. Oi Dona Marta, tudo bem? _Vou até ela lhe dando um beijo na bochecha._

Marta: Oi minha linda, eu estou ótima e você? _Ela retribui o beijo._ Como meu netinho está? Dando trabalho? _Ela acaricia minha barriga que nem volume tem._

Laura: Esta calminho até demais, dando nem trabalho pra mamãe. _Levo um susto assim que escuto a voz do Willian entrando em casa._ 

Uma coisa que comigo está sendo totalmente o oposto das gravidez que vejo por ai é: minha libído! Eu já era uma pessoa que sempre tinha essa necessidade, mas agora parece que aumentou. 

Então, escutando a voz do Willian depois de uns dois dias sem ver ele faz meu corpo todo arrepiar.

Alma: Fala cunhada. _Beija minha bochecha e coloca a as sacolas encima do balcão._ Fala bebê da dinda. _Faz um toque com a barriga._ 

Mila: Com esse tanto de coisas vou abrir uma vendinha. _Rimos._

Truta: Como é noite das mulheres, são muitas, não sabia o que cada uma gostava. _Coloca as coisas encima do balcão._

Juro, a casa ficou uma loucura com toda essa mulherada correndo pra lá e pra cá para guardar as coisas. 

Truta: E ai, como você está? _Beija minha testa e desce pra beijar minha barriga._ 

Laura: Tudo certo, não aguento mais ficar nessa casa. _Me sento na cadeira envolta do balcão._

Truta: Não seja por isso, amanhã venho buscar você e as duas donas encrencas pra ir almoçar. Dia de feijoca lá no seu Zé, jaé? 

Laura: Nossa até salivei agora. _Respiro fundo._ Não vai te atrapalhar?

Truta: Obvio que não. Só não fico aqui por que muita mulher na minha cabeça, ficou doidão. _Ele fala mais alto, dona Marta taca o guardanapo nele._ Qual foi? _Ele segura a risada._

Alma: Tomara que seja pai de menina, pagas todos os pecados que faz com a mãe. _Ele ai até a Alma e puxa o cabelo dela, ela revida com um tapa no seu braço._ Ridículo, sem noção, adotado. 

Truta: Cala boca, mega hair. _Ele empurra ela de leve._ Vou indo aí, qualquer parada me liga. _Beija a testa da sua mãe e abraça o restante das meninas._

Me levanto da cadeira e vou até a porta com ele vindo logo atrás.

Truta: Vai ficar suave ai? _Ele encosta a porta da sala._ Não faz esforço em? 

Laura: Apolo não deixa eu nem tomar banho direito, quem dirá fazer com algo com essas mulheres aqui. _Sorrio._

Truta: Qualquer parada me liga, vou estar no baile mas o celular vai estar ligado? _Encaro ele._

Laura: Baile? _Falei isso mesmo?_

Truta: É, os cara lá organizaram um pra comemorar minha volta. _Assenti._ 

Laura: Entendi. _Sorrio fraco._ Bom aproveita, fica tranquilo que estou sendo muito bem cuidada aqui. 

Ele sorri fraco, assente e entra no carro. 

Pareceu um ciúmes? Juro, nesse momentos eu percebo que preciso controlar minha cara de bota. Sei que não estamos juntos, que a relação que temos hoje mesmo e pelo nosso filho e amizade, mas nao consigo controlar. 

Eu relamente sinto falta dele, do carinho dele, da presença dele, na verdade, saudades de saber que ele estaria aqui pra mim por qualquer coisa. O cuidado que ele tem por mim ainda continua, mas não com aquele amor. 

Mila: Deveria esconder essa cara de ciúmes. _Diz atrás de mim._ Perdão, vim pegar essa sacola. _Ela pega uma sacola que estava no chão da garagem._ 

Laura: Será que eu estou sendo má comigo mesma? _Ela me encara e balança os ombros._

Mila: Não sei. Você acha que está sendo má consigo mesma? _Respiro fundo._

Juro, quando você vê em novelas que amor é fácil, lindo. Não caía. O amor ele sempre vai te testar, te testar pra vida, pra saber se essa pessoa que você diz amar tanto realmente é alguém que você quer amar.

Eu amo o Willian, por isso, tenho a sã consciência que ele também ama o morro, ama a vida que ele sempre teve, a conquista que o pai dele teve lá dentro.

Não deveria ser assim, eu conheci ele dessa forma, sábado a vida que ele levava e sempre levou. Mas eu demorei pra entender que sss vida não é pra mim, não aceito saber que um dia ele pode sair e não voltar.

Respiro fundo depois de viajar e entro em casa.

Laura: Vamos assistir o que? _Pego os controles da televisão._ Já vou colocando.

Apolo: Uma novela mexicana pra animar a noite seria bom. _Diz com a pouca cheia de salgadinho._

Alma: Acho uma boa, já que não temos coisas legais na nossa vida, tem que ver a novela mesmo.

Arrumo os travesseiros que estavam encima do sofá, me ajeito ali sabendo que ninguém vai deixar eu levantar nem pra pegar um copo de água.

Olho todos os lugares possíveis para ver a melhor novela e poder dar início na nossa noite das mulheres.

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Razões de uma noite 2Onde histórias criam vida. Descubra agora