𝐶𝑎𝑝í𝑡𝑢𝑙𝑜 46 "𝑃𝑟𝑜𝑏𝑙𝑒𝑚𝑎 𝑛ã𝑜 é 𝑒𝑠𝑠𝑒"

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Laura

Minha noite parece que dormi só uma hora, mas verdade dormi doze horas seguidas sem nem acordar de madrugada. Nem tomei um banho, só coloquei meu roupão e desci.

Truta: Bom dia. _Diz colocando umas coisas encima do balcão._ Comprei umas parada legal na padaria aqui do condomínio. _Assenti e sentei na ponta do balcão.

Coloquei algumas coisas no meu prato, um suco de laranja bem geladinho e comecei a comer.

Truta: Qual foi? _Ele pergunta asim que acaba de tomar seu suco._

Encaro ele, queria conversar e tentar entender como funciona essas coisas no movimento, mas ao mesmo tempo não sei se quero saber.

Laura: Quando vocês fazem a justiça acontecer, dando uma única saída: a morte. _Ele fecha a cara sem entender._ Vocês avisam a família?

Truta: Sim. _Confirma._ Se o cara não foi sujeito homem e a única solução é a morte, sua família é acionada. Por quê essa pergunta? _Suspiro e me ajeito._

Laura: Vocês avisaram a família do Rodrigo? _Fica sem expressão._ Avisaram pra família dele tudo o que ele fez? E que a morte era a única solução?

Truta: Tá de ko? _Nego._ Essa cara morreu Laura, o cara atormentava nossa vida dia e noite. _Se levanta puto._

Laura: Eu estou te fazendo uma simples pergunta, quero saber a resposta. _Me olha indignado._ Você avisou ou não as famílias?

Truta: Muralha ficou responsável por isso. _Assenti pra ele continuar._ Ele chegou entrar em contato com a família, mas ninguém atendia ou até mesmo falavam que era trote.

Laura: E ficou por isso mesmo? _Pergunto indignada._ Tentaram uma vez e já era?

Truta: Que que tá acontecendo? _Pergunta sem entender._ Umas pergunta nada ver de um cara que não está mais aqui, tá doida?

Laura: Eu encontrei com a mãe dele no mercado. _Respiro fundo._ Ela não sabia que já tínhamos terminado, que ele nunca trabalhou como cirurgião e muito menos que está morto.

Ele não diz nada, apenas passa a mão no cabelo. Depois apoia as mãos no balcão e me encara.

Laura: Como seria se fosse com você? Se acontecesse algo com você e sua mãe não ficasse sabendo, se ela ficasse nessa incerteza aonde você está. _Ele olha pra frente._ Como ia ser?

Truta: Não mete minha mãe no meio. _Me encara e balanço os ombros._ Ela foi avisada, mas não acreditou e muito menos quis ouvir, vou fazer o que?

Laura: Vocês prezam tanto por sinceridade, por honrar o lugar de vocês, por preservar a família de vocês e que você mesmo não pensou em nada disso. _Balanço minhas mãos._

Truta: O proceder do morro é esse, ela foi acionada, ia saber das paradas, mas não quis ouvir. _Diz simples._ Vou fazer  o que, pô? Colocar uma arma na cabeça da mulher pra ser obrigada me ouvir?

Laura: Não, Willian. _Suspiro._ Nós vamos ser pais, nós vamos ter o nosso filho. Como iria ser, se acontecesse algo com ele e você não soubesse? Se você ficasse nessa incerteza?

Truta: Para de fazer tantas perguntas. _Abaixa a cabeça._ O problema está sendo esse? Já é, mando alguém lá e conta, se quiser eu memo vou e falo com ela. _Se afasta do balcão._

Laura: Problema não é esse. _Assumo._ Assume que você foi egoísta. Não estou falando de um proceder, de uma droga que foi enviada errada ou até mesmo os armamentos que estão com coisa a mais ou a menos, estamos falando de um filho. De uma mãe que não sabe do seu filho. _Me levanto._

Truta: Eu não quero brigar com você ou ficar malzao por isso. _Ele diz e encaro ele._

Laura: Não estamos brigando, eu só quero que você conserta isso. _Me aproximo dele._  Por favor?

Ele assente, sorrio fraco e abraço seu corpo pela cintura ficando cara a cara com ele, ele logo retribui envolvendo seu braço na minha cintura.

Laura: Vou me arrumar pro trabalho. _Beijo seus lábios._

Subo pro meu quarto um pouco mais leve. Claro, ainda com a dor de como a Meire vai reagir, mas, tranquila por saber que ela vai ter uma satisfação.

Me troco rápido ao perceber que já estou atrasada pro trabalho, arrumo meu cabelo em rabo de cavalo mesmo. Uma maquiagem bem leve só pra tirar essa cara de cansada, sem estar cansada.

Pego minha bolsa, desço pra cozinha e o Willian estava sentado no sofá.

Laura: Vou indo. _Paro na sua frente._ Se você for fazer isso ou alguém, pode me avisar. _Ele me olha assente._

Truta: Foi mal, tá? _Sorrio. Coloco minhas mãos na sua perna e me inclino ficando cara a cara com ele._ Vou resolver essa parada.

Laura: Obrigada. _Beijo seus lábios._ Eu te amo. _Ele sorri e segura minha nuca._

Truta: Eu te amo. _Beija meu lábios de novo._ Fé lá.

Arrumo a bolsa no meu ombro e saio de casa. Dia lindo, sol lindo, céu azul e um clima bom pra começar o final de semana, aliás, sextamos por aqui.

•••

Laura: Entra. _Digo assim que escuto alguém batendo na porta._ 

Alma: Oi, cunhadinha como está? _Sorri toda sapeca e dou risada._

Laura: Eu estou bem. _Tiro a atenção do meu computador._ Quer o que?

Alma: Vamos na praia amanhã? _Sorri e semicerro os olhos._ O que? Não temos paciente amanhã, sabadinho, sol bom, comer um churrasquinho na praia...

Laura: Por que acho que tem mais alguma coisa? _Ela se faça de indignada._

Alma: Um gatinho que estou conversando vai jogar lá amanhã. Juntei que faz tempo que não vamos com isso. E aí, vamos? Mila já topou.

Laura: E o Jorginho? Tem uma semana ainda. 

Depois de muita briga e discussão entre a Mila e Muralha decidiram que o nome ia ser Jorge.

Alma: Parece que não conhece ela né? _Ri concordando._ A gente faz até um look legal com fraldas para acompanhar ele, sei lá, levo chupeta também? _Pergunta fazendo uma careta._

Laura: Acho que assim vamos chamar mais atenção do que o seu gatinho que vai jogar. _Rimos._ 

Alma: Tem razão, vou de biquíni normal mesmo. _Fala convencida._ E aí, vamos? 

Laura: Vamos, vou falar com seu irmão, mas vamos sim. _Ela faz uma dancinha e sai da minha sala._

Parece que ela leu minha mente, eu precisava de uma praia, preciso de um banho de mar pra tirar toda essa sensação ruim.

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