𝐶𝑎𝑝í𝑡𝑢𝑙𝑜 32 "𝑂 𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑢 𝑞𝑢𝑒𝑟?"

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Truta

Tudo parecia fora da realidade. Não porque seria uma parada ruim, mas sim, porque era algo extremamente inesperado. É simplesmente algo que me torna um cara diferente, não sei explcar, uma parada que faltava na minha vida de idiota, que era de idiota.

Vou processar isso ainda, tentar entender como tudo isso vbai mudar minha vida pra melhor. Afinal, como não se sentir impactado com uma coisa tão intensa e incrível, não é mesmo? Porra, vou ser pai, mané.

Sim, a minha mulher está gerando o meu bebê. Estou sentindo, a cada dia, um frio na barriga diferente por pensar que, a partir de agora, eu serei responsável por um pequeno ser cheio de amor e desejos.

Que eu possa suprir todas as necessidades do meu pequeno. E que cada segundo de vivência nos ensine a ser mais forte! Preciso dizer que eu já sou completamente apaixonado por alguém que eu nunca nem vi! Como pode? 

Assim que saí do hospita, deito minha cabeça no banco do carro e respiro aliviado. Paro o carro enfrente de umas casa no morro, os cara já vem perto e desço do carro.

Dadinho: Cara não para de gemer de dor, pede por água faz não sei quantas horas. _Coloco minha chave no bolso._

Muralha: Vai querer o que? Pau de madeira? Homens pra bater? Só arma? _Encaro ele._ Deixa ele simplesmente morrendo?

O que eu quero? Eu quero ser melhor que ele, não quero ser a pior pessoa que meu filho pode ser, agora vou ter um filho tudo vai ser diferente. Meu trabalho já não é o  melhor, minhas paradas que faço e já fiz não são das melhores.

Continuo encarando seu rosto, só nego com a cabeça e entro na salinha. Aceno para alguns caras que estavam sentados lá na frente. Eles abrem a porta e entro junto com Dadinho, Muralha e Modelo.

Rodrigo estava amarrado em uma cadeira, com sua perna toda sangrenta. Só chego perto dele, chuto sua perna e ele geme de dor abrindo os olhos.

Rodrigo: Estava esperando tu, Truta. _Diz fraco mas com o sorriso no rosto._ 

Cruzo meus braços, encaro ele putão.

Truta: Que KO tu quer, mano? _Balanço a cabeça._ Não é comigo, por que se fosse, teria metido uma bala na minha cabeça. _Ele não diz nada._ Então te pergunto de novo._ O que tu quer?

Rodrigo: Meu papo não é contigo não, é com a sua mulher. _Encaro ele mais ainda._

Truta: Tu não tem papo nenhum com a minha mulher, cuzão. _Chuto sua perna de novo._ Na moral, tu deve ter, mas ela não tem. Sacou? 

Rodrigo: Você que pensa. _Sorri fraco e encaro o Muralha._ 

Muralha é um dos meus caras que mais tem a mão boa para bater. Muralha para do lado do Rodrigo só esperando o meu dizer.

Rodrigo: Cheguei naquela casa, toda gostosinha, com aquele pijaminha. _Encaro o Muralha e dá um soco do meio do seu rosto._

Sorrio assim que vejo seu nariz sangrando e ele tentando limpar na sua camiseta até aonde dava.

Truta: Continua caralho, se seu bo é com ela, posso saber também. _Ele ri._

Rodrigo: Me mata logo porra, se meter uma bala na minha testa, já era.

Ele tem razão, tiro minha arma da cintura, destravo, coloco na minha reta e seguro firme mirando bem em sua testa. Respiro fundo vendo ele rindo, só ali esperando a sua hora.

Mas eu desisto. Tiro minha arma, ajeitando novamente na minha cintura. Me aproximo dele, fecho bem meus punhos deixando toda aquela raiva segurar ali. Miro novamente em seu nariz, ele geme alto deitando um pouco a cabeça.

Me agacho na sua frente e encaro seu rosto todo de sangue.

Truta: Pega a visão, cuzão. _Pego no pescoço fazendo ele ficar cara a cara comigo._ Tu tentou, pô! Mas tu é um fraco, tu tentou tirar ela de mim, mas tu vacilou e acabou aqui. Se teu ko fosse comigo, já tinha tomado um  rajadão na sua cara. _Trinco meu maxilar._ 

Truta: Mas tu mexeu com a minha mulher e meu filho, arrombado. _Aperto seu pescoço._ Quase perdi meu filho por sua causa, sabe por que não vou te torturar? Por que você não merece morrer lentamente, tu merece ficar preso e ver o sol quadrado e também por que sou melhor que tu.

Truta: Se for pra colocar a cara, que seja por completo. Eu sou um cuzão do caralho pras pessoas, e se eu não fizer isso não vou dormir em paz e nem minha família. _Solto seu pescoço com tudo fazendo ele jogar a cabeça para trás._ 

Não penso não, só tiro minha arma da cintura e acerto duas de uma vez só. Saiu daquela sala, minha cabeça está estourando mané.

Dadinho: Aí pai, tá suave? _Diz aparecendo atrás de mim._

Truta: Vou pra casa descansar um pouco. _Encaro ele._

Ele não diz nada, só concorda com a cabeça. Vou até meu carro e me tranco. Uma parada de sensação de alívio, medo, felicidade, não sei explicar isso. 

Dou partida até minha casa, até o momento eu e o Muralha estamos dividindo a casa, ele está atrás de uma casa aqui no morro, e eu esperando a dona patroa decidir o que quer da vida.

Entro em casa, vou direto pro banheiro e entro no chuveiro. Deixo minha mente relaxar naquela água gelada, respiro fundo e mandando toda aquela sensação do dia. Ainda era de madrugada, parecia que dois dias já tinha passado.

Saiu do banho, vou direto pro quarto e me jogo na cama. 

É mané, nossa vida se transforma rapidão, até ontem não tinha ideia que teria um filho, hoje já sou pai, que doideira.

Pego meu celular vendo se tem mensagens da Laura ou da Alma, nada, deixo o celular para tocar e apago ali mesmo.

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