Truta
Papo reto, nunca fui desses doidão aí que fica fazendo festa pra família, tá sempre rodeado de gente, indo pra baile sempre.
Mas, hoje precisava, comemorar essa fase nova que nunca achei que fosse passar. E geral aqui eu devo algo na vida, estiveram comigo pra tudo.
Por isso, comprei tudo que todo mundo gosta. Vinho pra dona Marta, a cerveja corona pra Alma que toma igual água, vodka com energético pro Apolo, whisky pra mim e pros caras, suco de uva pra Mila e gin com tônica pra minha dona.
Não queria ninguém preocupado com nada, em dirigir nem nada, geral vai dormir aqui, sem se preocupar com hora e bebida.
Muralha: Aí pai, tô felizão por você. _Bate no ombro enquanto eu tiro a carne da churrasqueira._
Dadinho: Na moral, quem diria. _Pega um pedaço de carne da tábua._
Truta: Tão elogiando demais, qual foi? _Dou risada._
Muralha: Roubaram mais de um milhão hoje. _Fala de boa, paro o que estou fazendo e encaro ele._ Tô zuando pai. _Bate no braço e ri._ Nois só está feliz por tu memo, suave aí.
Olho ele torto e fico sem entender, cara tá parecendo coringa, sorriso de orelha a orelha, nem parece que é dono de morro agora.
Muralha: Tô querendo fazer um pagode, comemoração, o que acha? _Pega uma carne._
Truta: Daora pô, faz tempo que não tem um pagode gostosinho lá. _Coloco a carne em um prato._ Vai fazer quando?
Muralha: Se pá sexta, sábado o bailão de sempre.
Pego preto, vou até as mulheres que estavam sentadas na mesa e sirvo a carne pra elas. Minha mãe e a Laura estavam em um baita papo da casa, nem me intrometi.
Dadinho: Sua mãe tá mó feliz por tu. _Encosto do lado da churrasqueira e olho elas._
Truta: Papo reto, tô feliz demais de ter isso aqui, sacou? _Pego meu copao._ Dinheiro compra isso não, riqueza pô.
Muralha: Nunca imaginei você assim não, largando o corre por causa de mulher. _Concordo e dou um risinho de lado._
Truta: Tu não vive isso por que não quer. _Dou um gole na bebida._ Tinha uma, tu traía mais que tudo. Agora tem uma grávida, que não quer saber de tu. _Ele encara a Mila._
Muralha: Essa daí já era, só nosso filho memo. _Bebi sua cerveja._.
Dadinho: Filho nem nasceu e já causa discórdia entre os pais. _Ri._ Ela disse mais nada não?
Muralha: Não, só fala comigo algo relacionado o neném, olha lá. _Bebo mais._
Levo um susto assim que o interfone de casa toca, vejo a Laura levantando e indo lá pra dentro atender. Coloco meu copo na mesa ali e vou até ela.
Truta: Que foi? Tá bem? _Chego por trás e ela coloca o interfone no lugar._
Laura: Sim. _Vira pra mim._ TG e Bia chegaram, espera eles na frente?
Truta: Já é. _Me inclino um pouco e beijo seus lábios._
Vou até a porta, vejo o carro do TG descendo devagar e vou pro meio da rua pra ele se localizar. Sorte que nossa casa é descendo a rua principal do condomínio, pertinho pô.
Ele para com o carro ali na frente e já desce do carro. Vejo suas mãos cheias de sacola e já até ele ajudando.
TG: E aí chefe, como tá? _Faço um toque e pego as sacolas._
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Razões de uma noite 2
RomancePassamos por muitas coisas, coisas que dependendo de como seria não estaríamos aqui! Estamos bem, estáveis e construindo nosso espaço, mas será que vamos sempre ser assim? Será que vamos sempre ter o nosso espaço?