Reese estava sentada no sofá da sala de estar da nossa casa em São Francisco.
Ela estava de braços cruzados me encarando fixamente e me dava um pouco de nervosismo, ter que dizer o que eu tinha a dizer.
Andei de um lado para o outro, passando a mão pelo cabelo.
Tínhamos uma vida em São Francisco, precisávamos entrar em um consenso. Eu não queria renovar contrato com o time. Havia recebido algumas propostas e a minha preferida era em Cincinnati.
Tive um momento de distração, quando Ben, nosso filho de quatro anos, entrou correndo na sala segurando um desenho colorido.
— Papai, olha só o que fiz! — exclamou, mostrando o papel com orgulho.
Eu me abaixei para pegar o desenho e sorri, encantado com os traços coloridos e desordenados que formavam uma figura que, para ele, fazia todo sentido.
— Isso está incrível, filho! É um... elefante?
— A pedagoga disse que não podemos supor sobre os desenhos dele, amor. — Reese disse com calma.
— Mas isso parece ser um elefante! — Exclamei, piscando para Ben.
— É um mamute. — ele respondeu com um tom serio, como se fosse óbvio.
— Desculpe, filho. Você está certo. Um mamute. Muito bem! — Sorri, deixando um beijo na testa dele.
Reese soltou uma risada suave, desviando o olhar por um momento.
— Sente-se aqui comigo, filho. — Reese o chamou abrindo os braços — O papai quer nos contar alguma coisa.
Ben correu para a mãe, e ela o colocou em seu colo acariciando seu cabelo castanho e beijou a sua cabeça.
Soltei um suspiro, decidido ir direto ao ponto.
— Não quero renovar com o San Francisco. — eu disse de uma vez — Eles não me valorizam e tenho proposta muito melhores.
Reese arqueou a sobrancelha imediatamente, seu olhar fixado no meu rosto com uma expressão de surpresa.
— Bom, eu sempre soube que nossa vida seria assim, querido. Você joga na NFL e dependemos de suas oportunidades profissionais. Quais são suas opções?
— Atlanta, Carolina e Cincinnati.
— E você quer ir pra Cincinnati, certamente. — ela disse com confiança.
Amava como a minha mulher me conhecia melhor do que ninguém.
Eu sorri.
— Eu sempre quis jogar lá, você sabe. Além disso, eles estão me oferecendo um contrato de oito anos. Isso é uma estabilidade incrível para nós e para o Ben e meu agente disse que está confiante. Além disso, estaremos perto dos nossos pais e dos nossos amigos. Isso é o mais perto de todos, que estaremos, desde que aceitei jogar em San Francisco.
— O que você acha de se mudar, filho? — Reese perguntou ao Ben, fazendo cócegas nele.
Ela era uma ótima mãe, apesar de no início eu achar que ela seria do tipo que preferiria passar menos tempo com o filho.
Reese era um pouco desastrada quando Ben nasceu, ela chorava quase todas as noites quando ele chorava por alguma coisa.
E agora, a mamãe era a pessoa favorita dele.
Como não ser?
Éramos sortudos pra caralho por ter essa mulher nas nossas vidas.
Ben riu enquanto recebia cócegas da mãe e, entre risos, respondeu:
— Podemos ter uma casa na árvore na nova casa?
— Claro, podemos ter uma casa na árvore, filho. — Respondi.
Ele abriu um sorriso.
— Então eu acho muito legal.
— Parece que já tomamos uma decisão em família. — Reese disse, sorrindo e me olhando com carinho.
Eu me sentei ao lado dela e abracei os dois, grato por sempre me apoiarem.
Essa era a melhor base, o melhor time que eu poderia ter.
A minha família.
Eu nunca me apoiaria em algo melhor do que nisso. Olhei para Reese, me perdendo por um momento na beleza serena de seus olhos.
— Obrigado, Rees. Por estar sempre ao meu lado, por ser a melhor esposa e mãe para o Ben. Eu te amo.
— E eu te amo, Ethan. Sempre estaremos juntos, não importa para onde a vida nos leve. — Ela respondeu, selando as palavras com um beijo suave.
Ben, animado, interrompeu com uma observação alegre:
— E a casa na árvore!
— Sim, a casa na árvore também. — Ri, agradecendo por ter uma família que transformava decisões importantes em aventuras emocionantes. O futuro em Cincinnati parecia promissor, e eu estava ansioso para construir ainda mais memórias com Reese e Ben. Juntos, éramos imparáveis.
Fim!
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Offside - 3
RomanceReese Wright despreza quem diga que o que faz é uma besteira de cabeça oca. Pra ela e o resto de sua equipe, o Cheer é um esporte como todos os outros, como foi registrado na federação esportiva já faz muito tempo. De fato as Queenlioness têm rotin...