quarenta

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Eu finalmente podia entender a expressão: “peixe fora d’água”

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Eu finalmente podia entender a expressão: “peixe fora d’água”. Aquele círculo de amigos do Caleb definitivamente não era o meu lugar.

Eu observei os amigos de Caleb a minha volta, conversando animadamente e rindo alto de suas piadas internas que não me incluíam. E sinceramente, eu não precisava ser incluída.

No entanto, eu detestava me sentir desconfortável e fora do lugar em volta das pessoas.

Caleb também não se importava com a minha presença ali. Ele mergulhava na conversa, ignorando minha existência como se eu fosse apenas um adereço ao seu lado. Talvez fosse isso que ele queria: mostrar sua “jovem namorada” como um troféu, sem realmente permitir que eu participasse do seu mundo.

Ele estava mais concentrado em aceitar elogios descarados de uma de suas amigas. Poderia ir atrás dela, eu estaria livre se ele simplesmente olhasse pra ela e decidisse que eu já não era mais seu alvo.

Mas seria fácil demais. Isso não aconteceria.

Um dos caras soltou outra piada sem graça, eu forcei um sorriso quase imperceptível.

Todo o restante riu como se fosse a coisa mais divertida do mundo.

E era bem óbvio. Eu a excluída do grupo.

Eu já havia me sentido assim antes. Quando meus pais se divorciaram, e eu fui a última a saber da decisão deles.

O sentimento de exclusão era sem dúvidas o pior de todos.

Eu peguei meu celular, sabia que soaria rude com as pessoas na mesa. Mas elas já estavam sendo rudes comigo antes.

Encarei o contato de Ethan novamente e digitei um simples texto.

Reese: Como você está?

O texto foi enviado, e eu me forcei a voltar minha atenção para a mesa, tentando disfarçar minha falta de interesse nas conversas vazias ao meu redor. O celular vibrou, indicando a resposta de Ethan.

Eu estava surpresa por ele ter respondido. Ethan me ignorava sempre que podia, apesar de ser difícil. Tínhamos o mesmo círculo social.

Ethan: Pior do que você, eu acho. Não que você se importe, afinal, você é uma vadia sem coração.

Isso era o suficiente pra saber que ele não queria conversa comigo. Eu ignorei sua resposta e guardei o celular de volta na bolsa, sob um fiasco de olhar reprovado e do Caleb.

Mas ele desviou de mim novamente e voltou a conversar com os amigos enquanto fazia o pedido, enquanto comia e em todo o restante do tempo em que estávamos naquele maldito restaurante.

No carro de volta pra casa, eu sentia tudo se fechar em torno de mim. Eu estava sufocando, minha respiração era fraca enquanto eu tentava raciocinar melhor sobre o que estava acontecendo.

Offside - 3Onde histórias criam vida. Descubra agora