Sequestrada pela Mafiosa

Capítulo 28

POV CAT

Pensei que eu tivesse superado isso mais pelo visto não, já que foi só eu colocar meus pés aqui para que essas malditas lembranças voltarem, nesse momento eu só quero chorar.

Sei que lágrimas não resolvem as coisas e nem traz aqueles que amamos de volta, mas elas são capazes de diminuir a dor e mostrar o sofrimento da pessoa de maneira mais explícita.

Saio dos meus pensamentos ao ouvir a voz de Thomas, assim que abro os olhos vejo que Tomas estava sentado ao meu lado, sem conseguir guardar toda aquela dor e agonia dentro de mim.

Me derramo em lágrimas e sou acolhida entre os braços de Thomas, sei que tenho uma figura de mulher forte, empoderada e que governa a máfia com mãos de ferro, sem nunca baixar a cabeça para ninguém.

Mas isso tudo é fachada, uma máscara que eu uso todos os dias para conseguir sobreviver nesse mundo, muitos podem me achar louca mas a verdade é que o mundo ele é uma cadeia alimentar.

Os fracos morrem sem direitos a nada e são esquecidos em um piscar de olhos, enquanto que os fortes caçam os fracos, matam eles, garantem a sua sobrevivência e são lembrados para todo sempre, por isso eu não quero ser esquecida como os fracos.

- Quer me contar o que houve? - Thomas me pergunta enquanto me abraça e afaga os meus cabelos, Thomas é o único capaz de me acalmar em momentos como esses.

- Minha mãe morreu no  parto e eu fui adotada pela amiga dela, porém  tivemos que fugir do país porque queriam me matar - digo ainda em seus braços recebendo o seu carinho e cuidado.

- E por que queriam te matar? - ele me pergunta e eu me afasto um pouco apenas para olhar em seus olhos e dizer a verdade.

- Porque eu sou a única herdeira da máfia italiana - sinto um peso sair de cima dos meus ombros, estou realmente aliviada com isso, sinto que fiz bem em revelar a verdade.

- Impossível - Thomas diz de forma desacreditada, provavelmente está confuso com essa revelação.

- Sarah me trouxe para Los Angeles, ela trocou nossas identidades e com a proteção do tio dela que era o chefe da máfia de Nova York, nós conseguimos nos manter invisíveis por vários anos, nós morávamos aqui, essa casa contém muitas lembranças de nós - começo a contar a minha história ao Thomas para que ele entenda melhor as coisas que eu digo.

- E cadê ela? - Thomas me pergunta se referindo a Sarah, sinto os meus olhos lacrimejar mais seguro as lágrimas.

- Morreu. Eu tinha ido viajar para Nova York, iria ficar um tempo com o tio de Sara no intuito de aprender um pouco mais sobre a máfia, quando recebemos a triste notícia de que a máfia italiana havia invadido está casa e matado ela - digo ao me lembrar daquele dia, o dia mais triste da minha vida.

- E como você ficou depois disso tudo? - ele me pergunta ao passar o seu braço em volta dos meus ombros e puxar o meu corpo para mais perto do seu.

- Eu fiquei arrasada mas eu tinha que seguir em frente, então comecei a treinar, o tio de Sarah me ensinou tudo que eu precisava para comandar uma máfia, depois de um tempo fui morar na Rússia, eu conheci você e tive um Noah, o tio da Sarah foi morto pelo pai do Henrique e quando o Henrique matou o próprio pai e pegou a máfia para ele foi o meu momento de voltar e reivindica-la, o resto da história você já sabe - digo me lembrando do que eu precisei fazer para me tornar a grande mafiosa que eu sou hoje.

- Eu não entendo, Cat. Se você realmente é a única herdeira da máfia italiana porque não assume ela? - Thomas me pergunta com o cenho franzido, certeza de que ele está muito confuso com tudo isso.

- Não é tão simples como você pensa - digo ao me lembrar do porque de não poder reivindicar a máfia italiana pra mim.

- Explique - Thomas me pede e eu respiro fundo algumas vezes antes de falar novamente.

- Existem outras máfias que estão juntas a máfia italiana, que não querem gente como a minha família no poder novamente - digo para ele esperando que ele dê esse assunto por encerrado.

- Você disse que trocou de identidade depois que veio morar em Los Angeles, certo? - Thomas me pergunta e eu já começo a desconfiar onde ele quer chegar com isso.

- Sim - digo e espero que ele continue.

- Isso quer dizer que você não se chama Catherine? - ele me pergunta com o cenho franzido.

- Catherine não foi o nome que eu recebi no dia do meu nascimento mas é o nome pelo qual eu sou conhecida hoje - digo para ele que me encara de forma neutra agora.

- Qual é o seu nome verdadeiro? - ele pergunta sem rodeios.

- Giulia Moretti - digo e o vejo levantar do banco em que estava sentado.

- Puta que pariu, você vem uma família de assassinos altamente treinados, que fizeram varias chacinas a sangue frio - Thomas diz andando de um lado para o outro.

- Pois é - digo sem lhe dar muita atenção.

- Agora tá explicado - ele fala se sentando ao meu lado novamente.

- Tá explicado o quê? - pergunto com o cenho franzido sem entender do que ele está falando.

- Essa vibe sombria que você possui no olhar, essa é a marca dos Moretti, só pode - Thomas diz rindo.

- Idiota - falo pra ele mais acabo rindo no final, Thomas é um idiota mesmo, o meu idiota favorito.