Perdendo a Sanidade.

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APÓS Madison deixar o quarto e Nyla se ver sozinha novamente, a menina de cabelos médios tratou de enxugar os mesmos e vestir seu uniforme branco e sem graça. Se encaminhou para a penteadeira e resolveu passar uma leve maquiagem, apenas para apagar aquela imagem acabada que via no espelho. Se sentia vulnerável, sentimentalmente falando, pois estava intrigada e assustada com o que estava acontecendo do lado de fora do laboratório; também estava irritada com Chloé, que havia dado um banho de água gelada em si e, por fim, estava confusa consigo mesma.

Sabia que Catarina não estava errada, as duas realmente não namoravam. Não houve pedido algum para que as coisas se tornassem oficiais. Seu coração só compreendeu as coisas de outra maneira e não podia descontar a sua própria ilusão na outra, afinal, era uma questão sua. A chateação era inevitável, mas tentaria separar as coisas, Catarina não tinha culpa por Nyla se sentir assim. No fundo, tinha certeza que essas incertezas e tristezas que agora a assolavam se dava pelo fato de saber que a latina já havia tido relações sexuais antes de si, o que era o oposto para a dobradora de ar, que acabara de ter sua primeira vez com a dobradora de terra.

Quando pronta, a Kushina deixou seu quarto e se aproximou de Syuzanna, que a observava atentamente. Não falaria nada sobre o ocorrido, a menos que a mulher perguntasse a respeito. Considerava a russa mais do que uma líder, do que uma amiga; tinha ela como uma pessoa importante, alguém que demonstrou carinho por si, do jeito que é, sem precisar mudar quem era para agradar algo. Se sentia mais próxima dela do que de Hani, mas o carinho que sentia pelas duas era igualmente maternal, de alguma forma. Talvez por estar sendo a primeira vez que lidava com mulheres mais velhas preocupadas consigo, que a viam não só como mais uma criança em algum lugar cheio destas, mas como Natsumi. As mulheres realmente a viam.

Catarina saiu de seu quarto antes que Madison e que Chloé, afinal, não tinha muito o que fazer em seu quarto. Os olhares entre a dobradora de ar e de terra se encontraram rapidamente, mas se desencontraram com a mesma velocidade. O silêncio antes agradável agora era absurdamente incômodo, talvez por estarem igualmente confusas com tudo.

A dobradora de terra sabia que tinha dito algo complicado demais para a situação que se encontrava com Nyla, mas não deixava de ter razão ao negar um namoro. As palavras da Kushina ainda reverberavam em sua cabeça, principalmente sobre a questão de ambas irem um pouco mais devagar a respeito das duas, como uma. Catarina sabia que não precisava ter dito aquelas coisas, principalmente na frente de duas outras pessoas que não têm nada a ver com a história, mas as palavras simplesmente saíram, espontaneamente, pelo nervosismo. Lentamente, começava a se culpar por ter falado demais, e ter possivelmente envergonhado a outra na frente de suas amigas.

A morena juntou suas próprias mãos à frente de seu corpo e, dividindo o peso entre as pernas, se alongou um pouco. Estava tensa, e não queria transparecer isso para as outras ali presentes, uma vez que o que a estava deixando tensa, não era da conta de ninguém. Teria que conversar com Nyla mais tarde, mas não queria forçar conversa alguma agora, para que não chateasse ainda mais a mesma, ou fizesse ficar ainda mais confusa e envergonhada. Estava aprendendo a controlar a impulsividade, mas errar sempre fez parte da evolução humana.

Depois de alguns breves minutos em um silêncio um tanto quanto desconfortável, Chloé e Madison finalmente saíram de seus respectivos quartos, já uniformizadas.

Mas, havia um único problema que estava implicando na cabeça da dobradora de fogo desde que havia ido para seu quarto, que era justamente uma sensação estranha formando-se na boca de seu estômago, como uma dor de barriga. Talvez fosse o nervosismo por tudo que estava acontecendo ao lado de fora, por isso até evitou olhar na direção da varanda do andar de seus dormitórios, pois não queria voltar a pensar naquilo novamente. Era diferente de todos os outros mal estares que já havia enfrentado até ali, o que a deixava com uma ânsia estranha.

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