Você Não Está Sozinha.

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HANI após um longo dia de pesquisas intensas e diálogos cansativos, finalmente caminhava de volta para seu escritório. Foi um dia muito difícil para a mulher, já que ter que revelar para quatro meninas de dezoito anos que elas possuíam poderes, era uma coisa que não se fazia todo dia. E com certeza não era tão fácil como parece.

Havia se esquecido o quanto era difícil ter que acalmar uma pessoa diante de uma situação como aquela. Quando encontrou Syuzanna e Alika há uns bons anos atrás, não se lembrava do quanto foi difícil para as meninas terem que abandonar seu convívio social e viver junto de si. Mas lembrava muito bem do quão doloroso fora. Principalmente para a dobradora de madeira.

Ela tinha quase a mesma idade das meninas, então o que as duas garotas sofreram naquela época, ela havia sofrido em dobro por não saber como ajudar corretamente. Foi graças à bondade de Haneul, que Syuzanna se prontificou em ajudá-la tanto, pois Hani fora como um sinalizador náutico para a mesma no princípio, uma vez que a Ianova não teve uma família quando mais nova.

Ela havia sido abandonada em uma academia militar quando era apenas um bebê com alguns meses de vida. O homem, que na época era o general do reformatório, havia cuidado da menina sem nem pensar duas vezes. Infelizmente, este acabou por falecer em um grave acidente marítimo, no qual Syuzanna estava presente.

Haneul, logo que ficou sabendo, fora ao lugar para saber as informações com mais afinco e acabou por conhecer a dobradora de metal, que naquele momento fora internada às pressas na área hospitalar da academia em que vivia. Hani, ao ver de longe a sofrida jovem, levou-a para seu laboratório, pois precisava averiguar as informações daquele acidente e realizar pesquisas com a jovem dobradora de metal, mais tarde certificando-se que ela era a jovem que estava buscando.

A mulher mais velha nunca se esquecerá do quando Syuzanna já a ajudou em muitos anos de união. Tendo até mesmo a ajudado em relação a Alika, que surgiu uns dias depois que havia acolhido a dobradora de metal e que estava tão frágil quanto. Elas não eram biologicamente uma família, mas, de coração e mente, com certeza eram.

— Boa noite, Srta. Bae. — Um dos guardas noturnos falou para a mulher, assim que a viu passar por ele.

Ela sorriu com gentileza e abaixou levemente a cabeça, em um cumprimento.

— Boa noite. — Respondeu, parando brevemente ao se lembrar de uma pergunta. — Minhas meninas estão bem?

O jovem guarda parou para pensar um pouco.

— Senhorita, creio que todas já estão dormindo. Um dos nossos guardas que ficam perto do setor de Madison Flowers e Chloé Guillaume, notou que esta noite a área está menos quente que em todas as outras noites.

Hani, pela primeira vez no dia, sorriu aliviada.

— Obrigada. — Agradeceu. — Tenha um bom serviço.

E assim, ela voltou a caminhar em direção ao seu escritório, com a consciência um pouco mais leve do que os outros dias. Enquanto ela andava pelo extenso corredor, ela se lembrou de algo muito importante: o medo nos olhos de Catarina quando ela relatou sobre a tonalidade dos olhos de Madison Flowers, a dobradora de fogo.

Ela engoliu em seco e fechou os olhos, tomando uma breve respiração profunda. Queria acreditar que ela não estava correndo um risco constante em manter aquela menina presa em seu laboratório, mas ela só tinha essa única opção. Se não a treinasse e a ajudasse a controlar seus poderes, quem a ajudaria? Quantas pessoas a mais ela faria de vítimas? O que aconteceria com ela, se Hani decidisse a soltar no mundo?

Eram questões que nem mesmo a mais velha conseguia responder para si mesma.

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