O Caminho Certo.

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— Quem são vocês, e o que estão fazendo no meu terreno?

Chloé rapidamente olhou para Madison, como se depositasse toda sua esperança na menina. A líder do grupo apenas suavizou a expressão ao perceber que o homem, que agora tinha uma das mãos em seu chapéu de palha, parecia estar mais confuso do que bravo com toda aquela situação, o que não era tão desesperador quanto um homem de meia idade com um facão correndo atrás de você.

— A-ahn, bem, nós só estávamos descansando um pouco, tivemos que correr por causa de um... homem. Com um facão. — Madison explicou brevemente, ajeitando sua postura e tentando arrumar seus fios ruivos. — Somos um grupo de universitárias, estamos aqui para uma pesquisa de campo, mas de repente esse homem mostrou um facão para nós e...

O senhor de - aparentemente - meia idade tirou seu chapéu, revelando a falta de cabelo no topo de sua cabeça. Seus ombros murcharam brevemente, como se de alguma forma já entendesse do que tudo se tratava, e lamentasse pela situação do grupo de meninas. Provavelmente o homem de idade avançada realmente sabia o que Madison queria dizer com aquilo.

— Vocês parecem cansadas, querem entrar e tomar uma água? — Ele sugeriu, apontando com o polegar para a casa além das cercas de madeira. — Venham, aqui ninguém irá cruzar.

Ele não esperou uma resposta, apenas começou a caminhar em direção a porteira do lugar, que não estava muito distante dali. O homem mancava de uma perna, como se tivesse sofrido uma lesão há muito tempo atrás e não tivesse se recuperado cem por cento, o que levou a dobradora de fogo a pensar que ele utilizava algum tipo de bengala ou muleta para caminhar, só não estava ali no momento.

Nyla olhou atentamente para a imagem do homem abrindo a porteira de madeira, deixando a corrente de ferro cair ao chão, logo após voltando sua atenção para o próprio grupo. Todas se observavam como se conversassem telepaticamente, tentando de alguma forma chegar a um acordo sobre entrar ou não na casa do homem. Madison era a que mais parecia estar entendendo todos os olhares, e por isso, apenas concordou com a cabeça tranquilamente.

E então, todas recolheram suas malas, que tinham sido um grande obstáculo na corrida que tiveram que fazer, e partiram em direção ao homem, que agora tinha um semblante mais caridoso ao rosto. Estava um pouco desacostumado de receber visitas em sua casa, então não sabia muito bem que assuntos abordar ou se deveria ficar em completo silêncio, para não incomodar as jovens.

Decidiu optar pelo silêncio, caminhando tranquilamente até sua casa, em uma distância segura do pequeno grupo. A Flowers estava um pouco à frente, tendo a Kushina em seu encalço e Chloé, acompanhada de Catarina, um pouco mais afastadas. A ruiva sabia que a dobradora de água era a que mais estava incômoda com aquela situação, mas também sabia que não havia recusado a proposta do homem, pois realmente parecia mais seguro do que ficar no vilarejo.

Talvez, ali mesmo, encontrariam respostas mais concretas que em uma loja de conveniência ou um mercado local. Queria passar por lá não só para reabastecer o estoque de comida, mas para analisar um pouco mais sobre aquele lugar. Depois do ocorrido com o homem e seu facão, explorar aquele lugar se tornou uma ideia idiota e descuidada. Não queria correr mais riscos do que já tinham passado.

Ainda em silêncio, terminaram de trilhar o caminho até a casa do homem, e se surpreenderam com o tamanho da mesma. Era um grande casarão; existiam mais de dois andares e era nítido o cuidado que ainda tinham com a aparência, mesmo dentro de um cenário tão caótico quanto aquele lugar. Catarina, usando sua dobra, percebeu que a estrutura era bem firme e era quase nula a porcentagem daquele lugar cair aos pedaços tão cedo, o que torna o local seguro, diferente da casa abandonada em que estavam abrigadas anteriormente.

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