Natal.

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OS DIAS se passaram mais rapidamente e, em cada um dos dias, as meninas se reuniam à sala de recreação com as mulheres para decorar o lugar. Hani e Syuzanna ficaram responsáveis pelas decorações mais gerais; Catarina e Nyla ficaram responsáveis pela montagem da árvore de natal, já que a dobradora de ar sempre sonhou em fazer aquilo; e Madison e Chloé ficaram responsáveis pelos pisca-piscas. O clima entre todas estava cada vez mais suave e aconchegante, mais familiar.

A Guillaume estava com saudade de fazer aquelas coisas na companhia de seus pais, mas não estava sendo um momento difícil, já que tinha a dobradora de fogo consigo. A lembrança de seus pais era apenas uma lembrança feliz que desejava, em breve, poder viver mais uma vez, e mais e mais. Já Madison via tudo aquilo como uma nova oportunidade de começar a gostar do feriado e aproveitá-lo como deveria ser, já que não se lembrava do seu último natal de forma tão significativa.

A sala de recreação estava encantadora e todas estavam cobertas pelos glitters das bolinhas que decoravam todo o ambiente, especialmente Catarina e Nyla, que haviam decorado toda a árvore de natal. A González tinha os cabelos ondulados cheios de brilho, pedaços de pinheiro de plástico e confetes coloridos que - acidentalmente - Nyla derrubara em cima de si. Seu rosto cheio de purpurina era engraçado, e sua cicatriz não estava nada ameaçadora.

O trabalho de cada uma tinha sido um enorme sucesso, pois a sala finalmente estava coberta pelo clima natalino.

Mesmo que a manhã daquele dia tenha sido um pouco mais nublada e até um tanto escura para a época em que estavam, o dia não poderia estar melhor. Natsumi e Catarina voltaram a trocar algumas palavras na frente das outras, mas nada muito íntimo como antigamente. A dobradora de ar estava um pouco mais tranquila de fazer aquilo após ter revelado para as outras duas dobradoras, então sentia-se livre para aproximar-se de Catarina. Madison e Chloé, mais radiantes que o normal, conversavam freneticamente dentro da sala de recreação, algo sobre livros e quadrinhos. A única mais velha presente naquela hora era Alika, que olhava distraidamente em seu celular.

Quando todas as meninas estavam se organizando para voltarem para seus quartos, a dobradora de madeira simplesmente pigarreou no centro da sala, especificamente, ao lado da mesa onde ocorreria a ceia, chamando a atenção das mais novas para si. Guardou seu celular no bolso e suspirou, sorrindo fechado, apontando meio sem jeito para a árvore de natal presente ali. As meninas, confusas, olharam na direção onde a mulher havia apontado e todas, sem exceção, arregalaram os olhos ao ver as embalagens coloridas cobertas por um laço engomado. Não eram chamativas por seu tamanho, mas sim, pelo capricho que cada embalagem carregava.

A moçambicana explicou que precisaria dar aqueles presentes antes das mesmas começarem a se arrumar para mais tarde, pois seria de muita utilidade para cada uma, respectivamente. A mulher também confessou que preferiria que elas abrissem seus respectivos presentes quando chegassem em seus devidos quartos, pois queria que fosse uma surpresa íntima para cada uma, nada de olhares curiosos.

Dito tudo aquilo, esperou que as meninas pegassem seus presentes e guiou as mesmas até o andar de seus quartos, se despedindo assim que o elevador moderno chegou até o andar indicado pela dobradora de madeira. Madison e Nyla pareciam bem mais empolgadas do que as outras duas, mas Chloé e Catarina também demonstravam certa animação quanto à ideia do presente. Não eram tão pesados, e por isso, o que a mais velha mais ouviu no caminho até o andar do dormitório de cada, eram as especulações do que poderia ser.

E assim, cada uma das meninas entrou em seus quartos e logo partiram para a abertura de seus presentes, tendo uma linda surpresa. Roupas novas para o natal. Roupas normais que há muito tempo não usavam, pois desde os meses que estavam ali, usavam apenas uniformes padronizados pelo IPAB. Mesmo que fossem presentes simples, eram importantes para que se lembrassem da vida lá fora, e do quanto poderiam estar mais e mais perto de sair. Embora aquele mesmo grupo caótico que tentou fugir um tempo atrás estivesse torcendo para voltar para casa, também torciam para ter mais um tempinho dentro daquele lugar que aprendiam a gostar.

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