Madison começou a abrir os olhos lentamente, começando a se acostumar com a luz que adentrava a casa abandonada. Coçou os olhos com as costas da mão e logo virou-se para o lado, encarando a dobradora de água, que repousava tranquilamente ao seu lado. Ela tinha o cenho minimamente franzido e seus lábios estavam entreabertos, o que a deixava com uma expressão infantil.
A ruiva piscou algumas vezes e se esticou em seu saco de dormir, olhando a dobradora de ar dormindo do seu outro lado, que mantinha as expressões tranquilas e parecia estar em um sono agradável. Lembrou-se do ocorrido no dia anterior, mas não sentiu-se tão ruim quanto no dia fatídico. Era como se seu interior tivesse anulado as palavras do Breu.
Saiu preguiçosamente de dentro do seu saco de dormir e ficou por alguns segundos ajoelhada no mesmo, processando que estava acordada. Antes que pudesse fazer qualquer outra coisa, ouviu alguns passos e se deparou com a dobradora de terra enrolada em uma toalha, com as escovas de dente dentro da boca. Seus cabelos estavam molhados e sua feição era confusa. Catarina já era muito bonita sem precisar fazer esforços, mas usando só uma toalha, tendo os cabelos molhados e perfeitamente escovados, com as ondulações de seus cachos era... nossa. A dobradora de fogo engoliu em seco.
As duas se entreolharam e só notaram que estavam em um silêncio constrangedor quando a González fungou o nariz brevemente, mostrando o polegar para a dobradora de fogo. Madison apenas piscou algumas vezes e desviou o olhar, levantando-se rapidamente e virando-se de costas para a menina.
— Buenos días. — Catarina cumprimentou, com a voz enrolada por conta da escova de dentes. Ela retirou o objeto da boca e voltou a dizer. — Dormiu bem?
— Por que você não vai colocar uma roupa? Não é agradável acordar e encontrar alguém de toalha transitando por aí. — A Flowers respondeu, ainda de costas para a menina, porém, agora tinha os braços cruzados.
— Por quê? Você não está vendo nada mesmo.
— Mesmo assim.
As duas ficaram em silêncio novamente.
— Tá com vergonha? — Catarina provocou.
Madison tensionou os ombros, corando violentamente.
— González, vai colocar uma roupa logo! — Pediu, com a voz desafinada.
— Iria gostar mais se eu estivesse sem. — Provocou mais um pouco, vendo a ruiva abaixar a cabeça e tampar o rosto com uma das mãos, ainda de costas.
A dobradora de terra soltou uma risada anasalada e caminhou até sua mala, pegando uma muda de uniforme e voltando a caminhar para o banheiro. Mesmo que ainda estivesse acordada desde a sua vigia, se sentia muito bem revigorada, como se todo aquele suspense da madrugada passada não tivesse passado de um sonho. Mesmo que estivesse se sentindo melhor, ainda iria falar sobre aquilo com as outras.
Madison apenas bufou e virou-se de volta, quando percebeu que a menina se encaminhou para o banheiro, de onde provavelmente tinha saído. Ainda estava no processo de acordar e a visão da morena de toalha havia atordoado um pouco sua manhã. Não foi ruim, mas a deixou ridiculamente envergonhada, e a Flowers não esperava se sentir tão constrangida daquela forma por conta de alguns comentários provocativos.
Se encaminhou para sua mala e remexeu-a minimamente. Teria que acordar as outras dobradoras para que seguissem a missão, que muito provavelmente, teria um fim cedo. A dobradora de fogo esperava que todo aquele pesadelo acabasse o mais rápido possível, e como as meninas já estavam perto de conclusões importantes para a mesma, provavelmente a missão logo teria seu fim.
Nyla, devido à sua ótima audição, acordou enquanto Madison tentava acordar Chloé com breves sacudidas e sussurros. Sentou no chão e coçou os olhos preguiçosamente enquanto bocejava, olhando para nenhum ponto em específico, ainda processando o ato de acordar. Era um processo um pouco demorado, então estava deixando tudo seguir naturalmente.
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Sinfonia Elemental
FantasiFANTASIA | ROMANCE SÁFICO | DRAMA | SUSPENSE | TERROR Em um mundo onde os humanos acreditavam que superpoderes eram uma exclusividade dos filmes fantasiosos, os quais não passavam de meras histórias distópicas para que pudessem arrancá-los da realid...