68- Armadilhas da luxúria

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A batida de uma música qualquer de balada eclodia fortemente no bordel. As garotas andavam de um lado para o outro enquanto Milena balançava sensualmente o corpo em volta da barra circular de ferro no pequeno palco.
O lugar regado a álcool, drogas e luxúria entorpecia os sentidos de Manuela, que se enojava com tal cenário. Aquela era provavelmente uma das piores noites já que o local estava lotado. O lábio inferior estava triturado a cada mordida dada quando sentia uma mão masculina escorregando pelo seu corpo à medida que andava. Estava louca para acabar logo com aquilo.
Caminhou até o bar e aproveitou a distração do barman, o qual conversava com um de seus clientes, para pegar o bloco de notas e uma caneta velha por trás do balcão. Após anotar o que precisava, pegou um generoso maço de notas que estava escondido em seu decote. Chegou perto de sua amiga, que flertava com um homem. Manuela conhecia sua Melrany o suficiente para identificar o nojo disfarçado em suas nuances cobertas por um sorriso falso.

- Boa noite... Desculpe interromper o casal, mas posso pegar minha colega emprestada por alguns minutos? - Manuela esboçou seu melhor sorriso para ocultar o asco que lhe corroía.

- Claro, boneca... Mas não demore... - O homem respondeu levemente alcoolizado. Manuela puxou Flávia para um canto e entregou o dinheiro embalado junto com o bilhete.

- O que é? - Hillary a interrompeu.

- Entregue à Sílvia por mim, ok? Preciso ir, depois lhe explico tudo. - Flávia assentiu com o olhar confuso e preocupado enquanto observava a amiga sair do estabelecimento, reparando para ver se ninguém estava vendo.

- Assim que o frio noturno cobriu a pele pálida da mulher, sentiu o alívio abraçá-la. Pelo menos por enquanto... Correu para o outro lado da rua e foi em direção a um beco. Claire a esperava enquanto um cigarro pendia em seus lábios.

- Onde está a roupa? - Hillary perguntou, ignorando qualquer formalidade. Claire jogou uma muda de roupas para a mulher, que se trocou rapidamente para impedir que o frio degustasse de sua pele por muito tempo, enquanto o resto se contentava em aproveitar o prazer oferecido pela nicotina em seu corpo.

 Claire jogou uma muda de roupas para a mulher, que se trocou rapidamente para impedir que o frio degustasse de sua pele por muito tempo, enquanto o resto se contentava em aproveitar o prazer oferecido pela nicotina em seu corpo

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Sem mais nenhuma palavra, ambas subiram na moto e foram para um prédio empresarial no centro da metrópole britânica.
Manuela tirou o capacete enquanto observava a frente do local. Extremamente luxuoso...

- Aqui. - Claire entregou uma sofisticada bolsa de mão. - Tem tudo que você precisa. Até dinheiro para um táxi. Certifique-se de fazer um bom trabalho, Hillary.

- Eu irei, Ross. Isso eu garanto.

Após uma troca de sorrisos desafiadores, Claire arrancou seu veículo enquanto Manuela procurava na bolsa o convite com direito à área VIP da comemoração política que ocorria naquele local. Falso, obviamente.
Após mostrar-se aos seguranças, recebendo um sutil aceno de cabeça de um deles, e adentrar o lugar, começou a procurar por sua presa.

- A escada no final do corredor à sua esquerda. - Um dos seguranças que transitava pela festa sussurrou e voltou a andar normalmente.

Manuela seguiu as instruções e em pouco tempo, encontrou seu alvo rodeado de mulheres trajadas de vestidos de grife que acentuavam o silicone explícito em seus corpos. Manuela suspirou. Não seria fácil desviar a atenção daquele homem com tantas leoas ao redor dele... Mesmo que, diferente delas, a beleza da mulher fosse natural. Mas... Hillary tinha uma vantagem. Bom... Um passo de cada vez. Lentamente, Hillary caminhou para perto do bando e passou ao lado deste de maneira que o protagonista do amontoado de mulheres pudesse visualizá-la por completo. Funcionou. A mulher foi até o bar e pediu um Martini enquanto esperava, posicionando seu corpo de frente para ele, que quase quebrava o pescoço para observá-la. O olhar intenso da mulher seguido por um sorrisinho debochado atraiu deveras o político. Ela deu as costas para o homem e voltou a encarar sua taça. Sentia a aproximação dele enquanto brincava com a azeitona de seu drink.

Minha Querida Dama da Noite (Amor Doce - Lysandre)Onde histórias criam vida. Descubra agora