55- Sagacidade

56 7 2
                                    

"Me encontre no Amorim's Coffe hoje as 16:30."

O dispositivo gelado que repousava nos dedos gelados de Manuela que ainda se encontrava debaixo de sua coberta encardida naquela manhã fria e mórbida. Mais um dia nublado se apresenta para a luxuosa capital britânica. Os olhos de Manuela ainda estão inchados devido às inúmeras lágrimas de ódio que foram derramadas na noite anterior. Trabalhava naquele café 4 meses após ter virado prostituta, o salário não era o suficiente pra se manter mas ainda sim era muito mais do que ganhava como meretriz. Suas economias dependiam exclusivamente daquele emprego, mas agora não poderia mais contar com ele.

Se levantou mal humorada e se dirigiu ao banheiro para tomar um banho. Despiu-se e deixou que a água fervente queimasse sua pele, relaxando seus músculos. Gemeu com a sensação relaxante que lhe trouxe, se libertando momentaneamente de suas aflições.
Desligou o chuveiro, vestiu-se e desceu para tomar café.

Desligou o chuveiro, vestiu-se e desceu para tomar café

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Encontrou apenas Flávia na cozinha com uma xícara de café fumegante e algumas torradas intocadas em cima da mesa

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Encontrou apenas Flávia na cozinha com uma xícara de café fumegante e algumas torradas intocadas em cima da mesa. Ambas eram as únicas que acordavam tão cedo.

Flávia começara a trabalhar como atendente de pet shop a pouco tempo, desde que Silvia reduziu o "salário" das garotas. Flávia não acreditava que conseguiria sair daquela vida, então sempre se preocupou apenas em sustentar Kaila para que ao menos ela pudesse construir uma vida melhor. Muito melhor. O que Flávia jamais conseguiria. Esses pensamentos martilizavam a mulher que remexia o liquido negro em sua xícara.

- Pronta pro primeiro dia de emprego? - Manuela pergunta enchendo a xícara com café.

- É... Acho que sim.

- Lembre-se do porquê você está fazendo isso... E use como incentivo.

Flávia olha com tristeza para Manuela.

- É o meu único incentivo. Não faço por mim.

Manuela suspirou frustrada.

- Você nunca faz nada para você.

O café continuou silencioso. Após isso, Manuela se levantou e saiu da cozinha sem quebrar o silêncio.

A busca incansável de um novo emprego terminou em vão, com Manuela indo para o café marcado por Carter ainda mais frustrada do que antes. Sabia que ele havia contado para Raquel que ela o tinha contratado, e ainda por cima pegou o seu dinheiro. Se sentia enganada. Mas algo em si dizia que podia confiar nele. Algo pequeno, mas ainda pulsava.

Quando entrou na cafeteria viu o loiro sentado no fundo escuro do ambiente, que levantou a xícara até a altura do nariz, fazendo uma espécie de "brinde" para a mulher com um sorriso sombrio. Esta se dirigiu à mesa e sentou-se fuzilando o homem.

- E então, senhorita? Como foi sua noite?

- Você sabe como. Porque contou a Raquel do nosso trato? O que pretende com isso?

- Conquistar a confiança dela para me reaproximar novamente. Preciso saber o que ela está tramando. Já faz um bom tempo que não nos falamos. Além do fato de que não possuímos algum tipo de afeto mútuo. É estritamente profissional.

- Entendo. E eu tive que pagar por isso.

- Sinto muito por isso, mas não tive opção. Mas relaxa, estou conseguindo aos poucos... E acredite, tive que fazer mais do que estava previsto no nosso contrato. - Carter falou se lembrando dos momentos ferventes no banheiro.

- E agora?

- Agora vamos esperar o próximo passo dela. Se eu der outro passo ela vai desconfiar mais.

- Está dizendo que ela já está desconfiada?

-Sim. Eu a conheço, ela está desconfiada. Mas não por muito tempo.

- Por isso me atacou.

- Isso, e por isso não pude impedir.

- Certo. E ela não me agrediria muito porque -

- Ela sabe o quanto você é importante para Lysandre - Carter completou.

- Compreendo. - Dito isso, Manuela se levanta.

- Espero que continue a fazer seu trabalho.

Carter deu um sorrisinho malicioso.

- Você verá.

Minha Querida Dama da Noite (Amor Doce - Lysandre)Onde histórias criam vida. Descubra agora