13- Melhor que um conto de fadas

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Noite Estrelada. O vento soprava fortemente pelas escuras e sombrias ruas de Londres.

23:00.

O silêncio predominava a cidade, e no meio desse mar de paz, Manuela se encontrava na janela da cozinha tomando um copo de Whisky.

Olhava para aquele céu iluminado com tanta concentração, como se esperasse algo do mesmo. Mas o quê? O que uma mera parte da natureza acima de sua cabeça poderia fazer por ela? O que uma estrela a quilômetros de distância poderia fazer por uma mera mortal? Um ser que seria apenas mais uma vítima do tempo... E em seguida... Da morte. Porque no fim, seres humanos não são nada comparado a magnitude do Universo. As diversas galáxias. A cada planeta. A cada estrela. A Lua. Ao Sol. O que era o ser humano diante disso tudo? Nada mais que um mero inseto. Talvez até menos que isso. Um ser preso a uma rotina que o escraviza e o faz fechar os olhos ao mundo e abrir apenas ao seu mundo. E uma hora... O tempo leva tudo embora... Não sobra nada...  Então... Qual o sentido de tudo isso? - Manuela se perguntava enquanto sentia o cheiro enjoado do álcool empreguinar suas narinas.

A noite estava fria, mas Manuela não se importava. Usava uma camisola vinho que ía até a metade de suas coxas. Um decote comportado mas ao mesmo tempo sensual.
Manuela sempre foi uma mulher linda. Mas seu olhar perdido e morto ofuscava sua beleza.

A esperança de que tudo um dia mudasse... Onde está essa mudança ela se perguntava.

Seu celular, que estava em cima da mesa, vibra. Ela se volta para o mesmo, o pega e a morte estampada em seus olhos se torna um brilho intenso ao perceber quem era o remetente.

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Estranho: Estou observando o céu agora, e tenho a sensação de que faz o mesmo.

Manuela: Sim. Você acertou. O que vê de interessante ao olhar para o céu?

Estranho: As estrelas... Elas me lembram o brilho translúcido no olhar de certa senhorita quando está feliz.

(Manuela deu um sorriso meigo ao ler.)

Manuela: Que interessante... E posso saber de quem se trata?

Estranho: Estou conversando com ela agora.

Manuela: Que bom... Ela também conhece um senhor com olhos bicolores, extremamente penetrantes que parecem que lem a alma das pessoas quando as olha. Além de serem de tamanha sensualidade que ela mal pode explicar...

(Assim que enviou a mensagem percebeu o que havia escrito e corada, tentou consertar a mensagem.)

Manuela: Perdão tamanha ousadia! Não foi minha intenção.

(Mal sabia ela que enquanto se contorcia de vergonha, do outro lado da tela ele dava um sorriso esbelto e com uma vaga malícia.)

Estranho: Não se desculpe, afinal, não sei de quem se trata.

(Ao ler aquilo Manuela respirou fundo ao perceber que ele brincava com ela. Mas ela sabia o que ele queria.)

Manuela: O senhor sabe quem é... Converso com ele agora.

Estranho: Adorável... Sua sinceridade é adorável.

(Manuela ficava cada vez mais constrangida.)

Manuela: E a sua capacidade de se aproveitar de momentos vergonhosos também!

Estranho: Vergonhosos? Sentiu vergonha de ser sincera comigo?

Manuela: Não é isso... Só não quero que pense que sou uma "vadia".

Minha Querida Dama da Noite (Amor Doce - Lysandre)Onde histórias criam vida. Descubra agora