65- Um brinde a nós

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O restaurante escolhido para o jantar de negócios era de luxo. Manuela hesitou antes de entrar no lugar. Não apreciava lugares tão requintados, um imã para a podre burguesia se gabar de suas notas as quais poderiam perder o valor rapidamente apenas com um movimento simples com as mãos.

A medida que seus saltos batiam no chão do restaurante, sentiu recair sobre sua presença uma cortina de olhares que a rodeavam.

Sentia os olhares maliciosos de homens com idade para ser seu avô. Olhares invejosos de mulheres que fuzilavam seu corpo curvilíneo.

A respiração da mulher suavizou quando pôde subir as escadas para a ala VIP do restaurante. Finalmente um pouco de paz.

Assim que adentrou o lugar, encontrou a mesa próxima a maior vidraça do recinto. Deduziu que seria aquela a "mesa de reuniões".

- E onde devo aguardar? - Perguntou ao garçom que a acompanhou.

- Fique a vontade para aguardar naquela cadeira ao lado da mesa. É para que a senhorita possa se acomodar enquanto toca.

- Certo. Obrigada.

- Disponha senhorita! - Respondeu o garçom ruborizado, tentando disfarçar o brilho nos olhos ao encarar a bela mulher a sua frente. Realmente, uma beldade.

Manuela colocou seu violino em cima de sua cadeira e se direcionou a vidraça para admirar a beleza noturna da metrópole com mais de 1.000 anos de vida.

O céu nublado com leves pinceladas de azul marinho davam lugar para poucas estrelas rodeadas por nuvens grandes e escuras. Manuela estreitou seus olhos, fixando o olhar nestas. Pareciam algodões muito revestidos e completamente encharcados da mais escura das tintas negras.

- Belo céu, não? É impressionante como uma noite escura pode abrir a mente em diversos campos...

Manuela vira-se bruscamente ao reconhecer a voz antes de ser pressionada na vidraça a qual estava tão próxima a poucos segundos atrás. Lysandre ancora selvagemente seus lábios nos de Manuela, devorando sua boca bruscamente. Manuela enlaça suas mãos no pescoço de Müller e com a mão esquerda afoga os dedos entre os fios platinados deste, os puxando brutalmente, em uma tentativa desesperada de aprofundar o beijo.

Lysandre segura a curva da cintura da mulher e apertando com força o suficiente para fazer Manuela gemer entre o beijo. Müller pressionava fortemente o seu corpo na vidraça, impondo o peso de seu próprio corpo contra ela. Manuela devolvia a pressão do contato, sentindo o atrito de temperatura entre o seu corpo e o vidro, descendo os lábios pelo pescoço de seu parceiro. De repente, Lysandre puxa os cabelos da mesma, expondo a pele pálida e alva de Manuela, louco para relembrar o sabor de sua pele. Ela solta um gemido abafado ao sentir o calor da boca de seu parceiro sobrepor a sua pele.

- Lys-Lysan- *suspiro* Lysandre... Não se at-treva a parar...

- Senti tanto a sua falta... Seus olhos, sua personalidade, seu sorriso, seu corpo, seu perfume, sua voz... Sua essência, Deus! Que tortura lhe ter parcialmente... Mas por pouco tempo... - Lysandre ofegava no ouvido de Manuela enquanto mordia com uma leve força a orelha desta - Você fica tão linda vermelha desta maneira... - Müller segurava o rosto de Manuela entre as mãos.

A mulher tinha os olhos ônix brilhando intensamente para o homem a sua frente. Os olhos bicolores pareciam sondar a alma de sua amada.

- Chegar meia hora mais cedo em um jantar nunca valeu tão a pena... - Manuela disse sorrindo maliciosamente para Lysandre.

- Digo o mesmo... Como você está?

- Antes pensativa, agora ardendo... Quero tanto que tudo isso acabe...

Minha Querida Dama da Noite (Amor Doce - Lysandre)Onde histórias criam vida. Descubra agora