23- Uma tarde nas nuvens

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O típico frio de Londres não dava trégua mesmo em um sábado a tarde. Após a última visita de Carter a pensão de Silvia, o resto da semana correu tranquilamente com a exceção de Daiane que passou os últimos dias trancafiada em seu quarto, com os olhos inchados e uma forte expressão negativa que não abandonou seu rosto desde o "término" com Carter.

- Dai, por favor! Vocês só tiveram dois dias de namoro! - Milena falava para Daiane na cozinha, ambas sentadas enquanto Daiane se embriagava de Whisky.

- Eu sei... Mas é que... Eu estava gostando dele! Eu sonhei com ele Milena! Desde de que o vi naquele domingo, não parei de pensar nele, eu senti uma atração por ele! E quando descobrir que era recíproca, quase enlouqueci de alegria! Começamos a nos gostar mesmo, ele foi tão carinhoso comigo...- E o choro avassalador ataca novamente.

- Aff Dai... Você encontra outro homem que possa lhe satisfazer! Tanto no sexo quanto na relação! E que você o possa fazer feliz também!

- Ah claro... Pra depois ele descobrir que eu sou uma puta e ir embora de novo!

- Dai... - Milena desiste soltando um enorme suspiro.

Manuela aparece para pegar uma xícara de café e se depara com o cenário de Daiane e Milena.

- Ainda é por causa do Carter? - Manuela pergunta enquanto enche uma xícara com o conteúdo escuro.

- É... - Milena fala olhando para Daiane.

Manuela se direciona a Daiane.

- Por favor, não se maltrate desse jeito...

- É impossível Manuela... Saber que minha vida nunca poderá ter um rumo diferente uma vez que sou puta! - Daiane esconde o rosto nas mãos.

- Então talvez a solução seja deixar de ser uma... - Manuela sussurra em um tom audível para Milena e Daiane que arregalam os olhos para a mesma.

O silêncio se instala e Manuela se retira da cozinha. Não havia se dado conta do que tinha dito, foi automático. Mas no fundo, ela sabia que este era o desejo de muitas ali. A mesma volta para seu quarto e senta-se em sua cama, com um livro no colo pronta para ler o mesmo quando o toque de seu celular desvia sua atenção.

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Lysandre: Boa tarde senhorita, como esta? Tem planos para amanhã a tarde?

(Um sorriso nasce nos lábios de Manuela que responde entrando em sua façanha.)

Manuela: Confesso que não, meu senhor. O que planeja?

Lysandre: Te busco amanhã as 15:30. Até lá, minha dama.

Manuela: Até.

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O coração de Manuela acelerou de tal forma que a mesma precisou deitar-se para se recompor. Eles se veriam novamente. Estariam nos braços um do outro mais uma vez. Ela poderia saborear aqueles lábios quentes e macios mais uma vez. Ao se lembrar de tudo isso, Manuela olha o relógio. De fato, após essa viagem mental sobre tudo que aconteceria na tarde seguinte, esperar era uma tortura. Voltou para sua leitura na tentativa de se desvencilhar da ansiedade em poder ver seu amado, mas não estava resolvendo nada. Se levantou de sua cama para preparar as roupas e os acessórios que usaria no dia seguinte. Após cerca de uma hora revirando seu guarda roupa, decidiu que seria melhor ir a uma loja. Não tinha muito dinheiro mas acreditava que o que tinha era suficiente para comprar algo... Apresentável. Manuela nunca foi de se importar muito em o que vestir perante um encontro, mas para Lysandre era diferente. Ela gostava de estar bela não só para ele, mas para si também. Sempre que se arrumava muito e se vestia impecavelmente era como se pudesse ter uma visão de quando criança. Quando sentia sua aura totalmente pura e inocente. Transparecia alegria e inocência infantil aonde quer que fosse, antes de seus pais morrerem, a partir daí, sua bela aura foi morrendo aos poucos. Ela acreditava que tinha se acabado de vez, mas não. Lysandre a fez ver que ainda havia algo de bom na mesma. Ainda havia um pouco de sua pureza, sua alegria que tinha quando criança. E todas vez que se arrumava para sair com ele, é como se trouxesse essa beleza infantil de volta a vida.

Minha Querida Dama da Noite (Amor Doce - Lysandre)Onde histórias criam vida. Descubra agora