76- Entre verdades e mentiras

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- Ainda não há sinal de quem atirou na cafetina naquela noite. Tudo que se sabe é que foi um tiro certeiro de um calibre 32 a poucos metros de distância da vítima. Ainda não se tem certeza se o assassino estava dentro ou fora do galpão. Se esteve fora, foi a poucos centímetros de distância da porta dos fundos, de acordo com a perícia, mas este teria que saber exatamente onde a vítima estava, ainda mais para um tiro na cabeça. Portanto, a probabilidade do assassino estar fora do galpão está 99% descartada. Mas então... O 1% veio à tona com o depoimento da senhorita Hillary, que alegou ter visto um homem encapuzado que abriu a porta rapidamente e escapou do lugar. Os únicos rastros deixados por terra foram dos calçados da agente Ross; o assassino não deixou rastros, deve ter escapado pela mata. Somente um gravador foi encontrado e está sendo analisado pela perícia em busca de digitais, fios de cabelo, antes de termos em mãos. Teremos em cerca de dois dias, mas até lá, não vamos parar. - O delegado havia reunido todos os policiais e detetives trabalhando no caso dos Albuquerque que os levaram até Sílvia, incluindo Claire, a qual ouvia tudo atentamente, pronta para refutar qualquer indício de evidência que levasse até Carter.

Ela observava cuidadosamente cada homem e mulher presente na sala de reunião. Nenhum dos envolvidos parecia pronto para apresentar uma ideia ameaçadora para a estratégia de Ross.

- Foi feita uma investigação nas redondezas do lugar e encontramos rastros do pneu de uma Dafra NH 190 nas estradas de terra, quando o assassino não pôde passar pela mata. As marcas estavam frescas, então a probabilidade de ter sido o veículo de fuga do assassino está acima de 50%. Tendo todas essas informações, no momento, não há nada que confirme a associação do caso de Sílvia Medeiros com os Albuquerque. Dessa forma, repassaremos para outra equipe. No entanto, não podemos descartar a ideia de uma possível união entre esses dois casos, já que o segundo foi bem recente em relação ao primeiro. Isso é tudo. Podem sair.

Claire esperou a sala se dispersar para aproximar-se do delegado. - Seria estranho convidá-lo para almoçar?

O homem a encarou desconfiado. - Depende das intenções.

-Falar sobre o caso Medeiros. Preciso conversar com você, acho que estamos no meio de uma teia de aranha.

O delegado levantou uma sobrancelha. - Qual sua sugestão?

- Gosta de comida alemã? - Claire deu um sorriso ladino.

•••

A mesa que se encontrava no lugar mais discreto do restaurante German Doner Kebab era ocupada por Claire, que encarava o homem à sua frente.

- Muito bem, Ross. Diga-me o que você pensa. - Ângelo encarava Claire com um olhar penetrante.

- Sparks, você sabe me dizer se Medeiros tinha um filho ou filha? - Ross resolveu dar um tiro no escuro. Para garantir a eficiência de seu trabalho, nada melhor do que arriscar que alguém vá atrás da verdade. E não qualquer um, mas um homem competente como Ângelo Sparks.

- Por que você pensa nisso?

- O cadáver tinha a marca de uma aliança, bem sutil, quase desaparecendo, mas ainda era perceptível. Talvez o ex-relacionamento tenha gerado uma criança? A não ser que ela a tenha abandonado, pode ser útil para nós, isso se tiver convivido o suficiente com a mãe para saber de algo. E claro, ir atrás do ex dela também. Sparks, não consigo parar de pensar que este caso tem algo a ver com o primeiro. Pouco tempo após a revelação durante o evento de Sua Majestade, isso aconteceu de forma tão abrupta. Meus instintos me dizem isso.

- Entendo sua preocupação, Ross, mas não posso descumprir as regras do nosso regulamento. Mas calma, isso ficará sob nossa atenção. Caso tenha um elo, iremos unir os grupos de investigação de ambos os casos.

Minha Querida Dama da Noite (Amor Doce - Lysandre)Onde histórias criam vida. Descubra agora