26- O que os seus olhos me dizem

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Pouco a pouco os dias vão passando em Londres, e assim chega o final de semana, após uma sexta-feira conturbada com a violência de certos clientes, Manuela apaga em sua cama, vítima de um sono profundo e intenso após quase esvaziar uma garrafa de Whisky. Dorme por várias horas até que o sol de meio-dia a faça despertar e levantar-se de sua cama ao som de seu celular a informando a chegada de novas mensagens. Ao pegar o mesmo para lê-las sem o menor interesse seu coração inicia uma maratona de batimentos quando vê quem mandou a mensagem.

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Lysandre: Bom dia senhorita. Uma tarde na praia, está disponível ou serei impedido de tê-la somente para mim?

(Manuela ri com a sua pequena provocação.)

Manuela: Não se preocupe senhor. Estarei disponível.

Lysandre: Fico imensamente feliz ao saber disso. Até breve.

Manuela: Até.

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O sorriso que insiste em crescer nos lábios de Manuela chama a atenção de Flávia.

- Posso saber que sorrisinho é esse?

- Lysandre me chamou pra passar a tarde na praia! Não é maravilhoso?

- Sim... É sim...

Após examinar Flávia por alguns segundos, Manuela percebe resquícios de tristeza em seu olhar.

- Flávia?

A mesma olha pra Manuela tentando disfarçar sua tristeza com um sorriso falso.

- Flávia, você não me engana, sei que aconteceu algo... O que é?

Flávia respira fundo antes de falar.

- TPM amiga... Estou cansada e transar com oito caras, e ontem não ajudou muito...

- Ah... Claro. Desculpe. Vou deixar você descansar.

- Obrigada...

Manuela abandona o quarto desconfiada. Não havia acreditado 100% em sua amiga mas deixou a mesma em paz.

O dia se desenrolou normalmente e assim que a tarde se iniciava, Manuela já esperava Lysandre em quanto observava a rua pela janela. Flávia não havia abandonado seu humor tristonho desde o início da manhã, mas como sempre, usava a desculpa de que estava em período pré menstrual. Assim que Manuela viu o carro de Lysandre parado na velha esquina, a mesma deu uma pequena olhada para ter a certeza de que não havia ninguém na sala. Assim que a dúvida foi desfeita, Manuela se despediu de Flávia e saiu em direção ao carro.

- Seria incômodo eu relembrar o quão linda a senhorita é? - Lysandre dá um sorriso sensual a Manuela quando a mesma entra no carro.

- Não. Nunca é incômodo.

Ambos trocam sorrisos e olhares provocativos antes que o carro de Lysandre começe a rodar por Londres. Por mais que estes fossem de mundos diferentes, tinham muito em comum. Conversar durante todo o trajeto não foi um problema para eles. Quando chegaram, a praia estava fria e o clima nublado havia tomado posse da paisagem, mas isso não impedia de engrandecer a beleza solitária que aquele lugar carregava.

- O que acha de caminhar um pouco?

- Sim! - Manuela concorda e ambos começam a caminhar silenciosamente.

O vento soprava suavemente naquela tarde. Manuela percebeu uma certa inquietação no olhar de Lysandre.

- Está tudo bem? - Ela perguntou a ele que se vira bruscamente, saindo de seus devaneios.

Minha Querida Dama da Noite (Amor Doce - Lysandre)Onde histórias criam vida. Descubra agora