8- Minha "adorável" noiva

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O mais velho da família Müller encontrava-se em seu apartamento, era 2:35 da manhã. Após o seu encontro com sua querida Manuela. Em sua poltrona, com um copo de whisky. Em cima de uma mesinha, ele escrevia. Olhava intensamente para aquele pequeno caderninho enquanto deslizava a caneta sobre o mesmo. E a cada nova estrofe, era um novo sorriso no rosto do estranho. Foi quando seu celular tocou. Ele se levantou e se direcionou até a cômoda ao lado de sua cama para pegá-lo. No entanto, seu sorriso logo morreu ao perceber de quem se tratava. Suspirou e atendeu.

- O que quer? - Perguntou friamente.

- Preciso que volte para nossa casa amanhã! Raquel estará lhe esperando as 8:00 para que saiam juntos! - Adam falou do outro lado da linha.

- O quê?! Você disse a ela que iríamos sair juntos?! - Perguntou assustado e ao mesmo tempo indignado.

- Sim! Depois daquela vergonha que você nos fez passar, é o mínimo que deve fazer! Falei a Rogers que como pedido de desculpas você levaria ela para sair!

- Como pôde fazer isso?!

- Achou mesmo que iria me fazer passar aquela vergonha e sairia ileso? Haha... Você não me conhece... Apareça aqui amanhã... Caso contrário...

- Caso contrário o que Adam? - O primogênito desafiou o pai.

- Eu transfiro Emily em um colégio interno nos Estados Unidos!

- ...Como?! - Não acreditava nas palavras que havia ouvido do próprio pai.

- Isso mesmo que você ouviu meu caro primogênito! E tiro tudo de você! Dinheiro, passaporte, tudo! Para que jamais possa visitá-la, e nós sabemos como a Emily "ama" os Estados Unidos, não é?

Sentiu que seu pai havia dado um sorriso cínico do outro lado da linha.

- Não se atrase! E traga flores! Adam desligou na cara de seu filho.

Droga! Estava encurralado. Ele sabia que seu pai não era homem de simplesmente ameaçar. Quando ele falava, ele cumpria. E ele sabia que Adam não teria remorso nenhum ao transferir Emily para um colégio interno nos EUA, mesmo sabendo o bullying extremo que a caçula sofreria lá. Como sofreu uma vez quando Constance insistiu que ela deveria estudar em New York para ter "experiências novas". O que resultou em um quase suicídio da menina aos 12 anos. Levou 3 anos de tratamento para superar tudo que havia sofrido lá. Ele não podia deixar que isso acontecesse. Não mesmo. Respirou fundo. Teria que ir a esse encontro. Após esvaziar a garrafa de Whisky - que já estava pela metade - o mais velho dos Müller foi dormir.
O dia amanheceu. No entanto, o Sol não apareceu. Pelo contrário, um frio congelante atormentava Londres. Ele havia acordado, levantou-se e após um banho morno, tomou uma xícara de café, pegou seu carro e se direcionou a mansão Müller.
Eram 7:43, e alguns comércios já estavam sendo abertos. Passou em uma floricultura. Não sabia que tipo de flores Raquel gostava e nem se gostava de algum tipo de flor. Acabou levando lírios brancos. Eram puros e delicados. Seus favoritos. Esperava causar uma boa impressão com esse tipo de flor.
Quando chegou, eram 7:59. Raquel já estava a sua espera na sala de estar conversando com Adam que aoo ver o filho, sorriu de forma vitoriosa. Pela primeira vez, havia conseguido submeter o mesmo a suas ordens.

- Bom dia... - Ele falou seco. Adam percebeu o ódio no olhar do filho, o que só fez aumentar o seu prazer.

- Bom dia! - Raquel falou sorrindo. Um sorriso do qual o poeta Müller não havia gostado. Parecia... Esnobe.

- Bem... Imagino que agora, devo me retirar, aproveitem o dia. E, Raquel, espero que possamos conversar mais vezes! - Adam falou e se levantou do aconchegante sofá de couro.

Minha Querida Dama da Noite (Amor Doce - Lysandre)Onde histórias criam vida. Descubra agora