36- A corrupção da justiça

95 11 2
                                    


Raquel era uma caixinha de surpresas, uma bagunça organizada de forma enigmática. Era complicado conviver com a mesma, e agradá-la era extremamente difícil, beirando o impossível. Se deliciava com eventos sofisticados, e lojas de grife, jóias de valores gritantes dentro outras coisas que a fazia ganhar uma fama de "fútil e cabeça de vento" para qualquer um que a conhecesse e não partilhasse da mesma visão de mundo que ela. Mas não, Raquel não era uma cabeça de vento. Raquel não era fútil. Ela conhecia uma boa parte do mundo, conhecia os dois lados da moeda. Sabia o que era a fome, sabia o que era a miséria. Por demasiadas vezes presenciou cenas de partir o coração de qualquer ser humano, mas isso não ocorria com a primogênita Albuquerque. Sabia como funcionava o mundo da elite tanto quanto o mundo da plebe, as pessoas "normais", que não tinham dinheiro como ela, que não tinham status como ela. Que não eram bons como ela. De fato, Raquel, embora parecesse, não é exatamente o tipo de patricinha a qual a sociedade moderna está acostumada. E ela sabia o que Lysandre e Lara estavam fazendo, sabia que estavam engatinhando atrás dela, e quando o momento certo chegasse eles a apunhalariam pelas costas. Mas isso não iria acontecer. Eles não eram melhores do que ela. Raquel nunca perdera em uma disputa por algo que queria, e dessa vez não iria ser diferente. Lysandre seria dela, e nada no mundo iria impedi-la de ter ele. Lara iria cair. Sabia que a irmã não era ingênua no mundo da computação, mas mesmo assim ela iria cair. E teria que ir embora de Londres definitivamente, ou melhor, da Europa. Não importava se era sua irmã, quando Raquel quer algo, ela consegue.


- Precisamos conversar. Me encontre no Shandon Center às 20:00. Não atrase um segundo sequer. - Falou ao telefone no banheiro da faculdade. Raquel fazia administração, já que planejava herdar os negócios do pai. E até expandir os mesmos.


••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

20:00

As luzes noturnas dançam em torno da belíssima Londres. Carros luxuosos desfilam de um lado para o outro pelas sofisticadas avenidas londrinas.

Sentados em uma mesa ao ar livre do bar impecável, Raquel conversava com um delegado.

- Preciso que livre os criminosos que recebeu nesses tempos... A gangue contratadas por mim que foi encontrada nas fronteiras da cidade. - Disse autoritária enquanto saboreava um belo coquetel de frutas vermelhas.

- Imaginei que fosse me pedir isso. Só que dessa vez não será tão rápido como foi da última vez... - O delegado fala de forma entediada girando o Whisky em seu copo.

- Como? por que não?

- Porque para sua infelicidade, essa gangue é conhecida e perseguida pela polícia a meses. Já têm uma ficha criminal extensa e os criminosos não poderão ser liberados assim, sem mais nem menos.

Raquel deposita uma quantia exorbitante de dinheiro na mesa.

- Isso é o suficiente para subornar o superior por trás dessa palhaçada?

O delegado observou o amontoado de dinheiro em cima da mesa. Um sorrisinho malicioso surge em seu rosto.

- Sim. Eu diria até que é mais do que o suficiente...

- Ótimo, agora faça o seu dever. Quero eles soltos até o fim da semana, você tem quatro dias. Caso contrário... Você sabe o que vai acontecer - Raquel disse dando um sorriso sádico, o que resultou em uma expressão irritada por parte do delegado.

Minha Querida Dama da Noite (Amor Doce - Lysandre)Onde histórias criam vida. Descubra agora