25- Amarguras de uma infância perdida

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Após o jantar, não levou muito tempo até que a família Albuquerque se retirasse da mansão dos Müller.

- Tchau Lysandre... Até breve! - Raquel se esforçava para produzir uma voz sensual, que para Lysandre, não surtia nenhum efeito. Sim, Raquel era linda e dona de um corpo esbelto. Apresentava malícia e mistério em seus olhos. Possuía um sorriso extremamente sexy e travesso em sua face, de fato ela possuía tudo que a maioria dos homens achavam atraente, mas Lysandre Müller era uma exceção. E Raquel sabia disso. A mais velhas das herdeiras Albuquerque tinha noção de sua beleza exuberante e usava isso a seu favor. Conseguia manipular e ter todos os homens que quisesse para sí. Sempre foi assim... Até agora. Lysandre era completamente indiferente a Raquel. No entanto, isso só aumentava a vontade de tê-lo para sí. Não só pelo seu dinheiro, mas por ele em sí. Um belo homem com tanto dinheiro, status social, poder, nome de peso, e em destaque... Sua beleza. Lysandre era dono de uma beleza incrivelmente perfeita. Corpo escultural, cada detalhe muito bem desenhado, lábios carnudos e atraentes, cabelos macios e sedosos dotados de um prata reluzente com pontas levemente negras. A heterocromia nunca se aplicou com tanta perfeição a um ser humano como se aplicava a Lysandre. Seus olhos demonstravam uma intensidade tão profunda, com fortes marcas de mistério, que atraíam Raquel. Ele era dela. E ela não iria deixá-lo escapar.

- Até breve Raquel... - Lysandre responde com total indiferença e a acompanha até o carro.

Assim que os mesmos vão embora, Lysandre entra em casa com sua família. Emily foi pra cama antes que o jantar se encerrasse totalmente. O silêncio volta a reinar na mansão Müller e pouco a pouco as máscaras caem. Tudo volta ao normal. Lysandre havia bebido muito Whisky na tentativa de afastar Raquel mas os efeitos vieram antes do esperado. Era tarde e Lysandre estava tonto devido ao excesso de bebida. Não conseguiria dirigir de volta ao seu apartamento e a probabilidade de provocar um acidente ou ser preso era grande. Não havia necessidade de correr riscos desnecessários por causa da mágoa. Subiu as escadas sem olhar para ninguém. Enquanto caminhava em direção ao seu quarto uma voz carregada de ódio e desprezo o chamou.

- Lysandre... - O mesmo se vira e dá de cara com Constance o encarando friamente. Müller suspira profundamente antes de falar.

- O que você quer Constance?

- Quanta petulância! Não seria mais apropriado dizer: O que a senhora deseja mamãe? - Constance o provoca com um sorriso desdenhoso. Lysandre retribui o sorriso.

- Seria... Se você fosse merecedora de tal respeito, o que não é o caso. Agora diga de uma vez o que quer, por favor! Tenho mais o que fazer! - Lysandre se esforçava para atingir a coerência em suas palavras apesar da bebida. O sorriso desaparece e a raiva toma conta da face de Constance.

- Você sabe o que é... Tem que procurar investir mais na Raquel. Se esforçar mais pela mão dela.

- E porque eu faria isso mediante o fato de que não sinto absolutamente nada por ela?

- Você não deve questionar. Apenas faça.

- Não é bem assim... Já sou maior de idade. Não tem mais o direito de me impor nada e tão pouco moro aqui. A não ser que o fato de que eu vá passar uma noite aqui lhe dê a idéia de que possa me dar ordens novamente. Se for isso, não me importo em ir embora.

- Que isso... Adoro saber que meu filho irá passar a noite aqui conosco... - Constance fala enquanto tenta se aproximar de Lysandre para lhe fazer um breve carinho, porém este se desvia.

- Era só isso? Ótimo. Vou descansar, até amanhã Constance. - Lysandre se vira e volta a caminhar até sua porta. Assim que toca na maçaneta que vê em dobro, a voz maligna de Constance ecoou novamente pelo corredor.

Minha Querida Dama da Noite (Amor Doce - Lysandre)Onde histórias criam vida. Descubra agora