24- O lado pobre da nobreza

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Adam: Amanhã teremos um jantar com a família Albuquerque as 20:00. Não se atrase.

Lysandre: Dispenso. Não estou interessado em tal evento.

Adam: Acredito que também não esteja interessado na matrícula de sua irmã na Vegas High School. Você sabe muito bem como as coisas funcionam: Uma palavra sua é mais do que o suficiente para decidir o destino dela a partir de amanhã. Apenas uma palavra sua.

(Lysandre aperta o aparelho em sua mão de tal força que por uma fração de segundo o mesmo ameaça travar. Não suportava aquilo. E não entendia o porque de tanta crueldade. Que tipo de homem era capaz de fazer algo assim?)

Lysandre: Por que tudo isso? Mais dinheiro? Mais poder? Mais status? É capaz de machucar sua filha em prol de adquirir dinheiro, o mesmo que você não poderá mais conservar quando estiver debaixo da terra?

(Não hesitou em clicar no ícone para enviar. Mas para sua desagradável surpresa, foi ignorado. Ele nem ao menos se deu a decência de responder. "Maldito...")

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Lysandre ligou seu carro e partiu de volta ao seu apartamento. Não conseguiu dormir pelo resto da noite. O dia seguinte nas empresas também não foi fácil. Era quase impossível se concentrar em algo ali. Quando olhava a foto de sua pequena no papel de parede de seu celular, não podia evitar de sorrir mas ao mesmo tempo, permitir que a preocupação o invadisse por completo. Não conseguia imaginar aquele sorriso meigo e inocente se transformando em lágrimas infinitas. Era muita crueldade. E a pior parte era que Adam não se importava com isso. Não se importava com o fato de ser sua filha. Não era importante. Ela era apenas uma peça. Num maldito jogo de poder e riquezas, Emily não passava de um peão que ele estava disposto a perder sem olhar para trás. Pensar nisso fazia Lysandre ranger os dentes. Ele sabia que também não passava de um peão para Adam. Mas havia uma diferença ali. Ele era essencial, ou seja, não era mais um peão... Estava mais para cavalo. Perdê-lo causaria perdas para Adam, mas ele não deixaria isso barato para Lysandre. Alguém iria pagar por isso. E ele sabia que Emily estava em sua mira. Mas ele não iria deixar. Não iria se deixar ser manipulado tão facilmente. Não iria ser só mais uma peça nesse maldito jogo. Adam estava muito enganado em achar que seu maior inimigo eram seus concorrentes empresariais. Pelo contrário: Seu filho. Ele sim seria seu maior inimigo nesse jogo de estratégias. E não iria parar até dar um xeque-mate de vez nessa história.

- Senhor? - Simone acordou Lysandre de seus pensamentos - A reunião com os clientes já começou a dez minutos... O senhor está muito atrasado.

- Ah... Claro. Desculpe, tenho andado muito disperso. Avise que estou chegando. - Lysandre ordena recobrando sua postura profissional.

- Sim senhor. - Simone se retira.

Após longos passos até a sala de reuniões, Lysandre abre lentamente a porta já imaginando o par de olhos levemente rubros e cheios de maldade que teria que encarar.

- Perdão pelo atraso... Tive alguns imprevistos. - Lysandre diz sentando-se sem retirar nem por um segundo sequer seu olhar para Adam. Os dois se encaravam com tamanha rivalidade que era perceptível para cada ser presente naquela sala. Tanto que durante a reunião qualquer pergunta ou opinião que fosse direcionada a Lysandre, a maioria feita por Adam, ele respondia sem tirar os olhos do pai.

Após uma hora de debates, perguntas, respostas, propostas e contra propostas a reunião finalmente se encerra o que era um grande alívio para o jovem Müller, que de repente, se encontrava sozinho naquela imensa sala com Adam.

- Você não respondeu minha pergunta na noite anterior... Por quê? - A voz de Lysandre saiu fria de tal forma que fez Adam sorrir mesmo de costas para o mesmo. Havia atingido Lysandre. E isso o animava muito.

Minha Querida Dama da Noite (Amor Doce - Lysandre)Onde histórias criam vida. Descubra agora