45- Quebra-cabeças: Part I

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O delicioso aroma de café fresco invade o quarto de Claire que se preocupa apenas em sugar todas as informações que puder a respeito de Raquel, e de fato, encontrou.

Conversas nos chats com líderes de gangues, negociando para que pudessem fazer vigilâncias nos limites da cidade, aeroportos ou até mesmo os portos de embarque. As ordens minuciosas de Raquel fizeram Claire perceber o quão cautelosa era a inimiga. E perigosa também. Óbvio que isso já era bom para exigir prisão da mesma, mas não era suficiente. Claire já tinha ouvido falar dessas gangues... E as conversas ainda eram recentes.

- LARA!!

A mais nova saiu do banheiro com uma toalha no cabelo. Já haviam se passado três dias desde o assalto e Claire teve que usar todas as suas habilidades de hacker para bloquear as investigações da polícia na tentativa de rastrear o celular. Até mesmo conseguiu reverter a situação e hackear o próprio sistema de rastreamento da polícia para impedir que as encontrassem.

O tempo todo usando luvas esterilizadas para evitar digitais, afinal, não pretendiam ficar com o celular, porque sabiam que Raquel tinha mais do que o suficiente para colocar toda a polícia a procura de seu celular, e Claire não tinha como lutar contra todos eles, então fariam o trabalho rápido.

Enquanto Lara se encarregava de continuar bloqueando as tentativas de rastreamento do celular, Claire continuava extraindo tudo o que podia do mesmo. Mas havia um problema: Não encontrava nada útil. O celular estava cheio de contatos masculinos mas todos com fotos de rapazes jovens e conversas futéis e promíscuas, mas ainda continuava procurando. Qualquer coisa que seja bom para começar a montar a lista criminal da falsa patricinha.

De repente a televisão ligada chama a atenção da agente. Uma notícia sobre gangues que foram libertadas antes do julgamento.

- O que foi? - A mais nova perguntou

- Esses nomes... Essas gangues... Já foram... Presos?

- Sim, mas na mesma semana foram soltos, na... Sexta. - Lara respondeu vestindo sua camisa.

- E presos na segunda, correto?

- Sim.

"3 dias... 3 dias para isso. Isso não foi uma decisão judicialmente correta. Talvez sejam eles... As gangues que Raquel contratou. Mas pra ter essa certeza preciso achar o elo perdido entre ela e eles." - Claire pensava e suas suspeitas foram confirmadas quando seu leve polegar deslizou mais uma vez sob a tela do celular e clicou em mais um contato masculino, vendo as últimas mensagens.

Raquel: Viu? Eu cumpro com minha palavra.

Andriew: Percebi.

Raquel: Voltem aos seus serviços antigos, e dessa vez com mais atenção e menos estupidez para não serem pegos pela polícia de novo.

Andriew: Calma lá princesinha, não foi legal ficar esses quatro dias na cadeia enquanto você se deliciava em banheiras de luxo. Quero mais.

Raquel: Quanto?

Andriew: 15,000 a mais.

Raquel: 8,000. Não é porque não tenho, você sabe disso, mas é porque vocês não merecem tanto.

Andriew: Está brincando em território perigoso princesinha, você não sabe do que nós somos capazes. Podemos acabar com sua vida e sua familía. É melhor aceitar a porra do pedido e parar de achar que o mundo gira em torno de você.

Raquel: E você não sabe o quão enganado está ao me tomar por princesa, estou muito longe de ser isso. E você tampouco sabe as cartas que eu possuo. Se pensa que está sob vantagem... Está muito enganado, Michael Ortega.

Andriew: Como sabe, sua vadia?

Raquel: Primeiramente, tenha respeito pela sua superior, Michael Ortega de 24 anos, filho de Amanda e Júlio Ortega e irmão de Mary Ortega, 16 anos que atualmente cursa o ensino médio na Dave Game, o renegado filho da família Ortega entrou no mundo do crime aos 17 anos com crimes envolvendo tráfico de drogas, roubo, homicídio e espancamento. Abandonou a casa em Covent Garden n° 354 e desde então não deu mais notícia aos pais, apenas os observa de longe. Que adorável...

(Após essa mensagem Raquel sucedeu textos contando detalhadamente a vida de cada um dos participantes de sua gangue.)

Andriew: Ok, ok... Já entendi. Ao menos suba pra 9,000.

Raquel: Só porque estou de bom humor. Deposito na conta amanhã.

Andriew: Ok.

Quem diria... No fim até que Raquel ajudou muito Claire, mas também fez a mesma perceber que havia encontrado uma inimiga e tanto. Raquel era dissimulada, manipuladora, articulada, inteligente, fria, calculista e várias outras "qualidades" que faziam Raquel ser uma presa difícil.

Claire começou a usar outro instrumento de investigação: A mídia. Apenas para confirmar o que já sabia, o primeiro julgamento para as gangues foi no dia em que elas foram soltas. Raquel tinha influência na polícia.

Mas nada no celular provava isso, então teria que estar em outro lugar...

Mas onde?

- Lara...

- Eu. - Disse a moça de cabelo rosa, enquanto digitava freneticamente no computador.

- Raquel tem um notebook, Laptop, tablet... Computador?

- Notebook.

- E você já o vasculhou?

- Já, uma vez, mas não achei nada útil.

- Entendo... Como conseguiu?

Lara contou todo o plano que havia bolado com Lysandre para pegar o notebook da irmã na noite do jantar na família dos Albuquerque.

- Bem sagaz... Mas vou precisar dele de novo, tenho a impressão de que ela transferiu as provas para o notebook tornando esse celular praticamente inútil.

- Compreendo... É uma aposta, não é?

- Sim. E se acertarmos o palpite vai ser um chute certeiro.

- Ótimo. Mas ela já sabe que o peguei uma vez. Como vamos fazer para... - Claire a interrompe

- Não vamos pegá-lo. Só preciso que ganhe tempo até que eu transfira tudo que é necessário do notebook para meu HD.

- Hmm... Certo. Faremos isso.

Claire deu um sorrisinho irônico pra Lara que retribuiu ao compreender a piada interna.

- Vamos bancar as ladrazinhas de novo.

Minha Querida Dama da Noite (Amor Doce - Lysandre)Onde histórias criam vida. Descubra agora