6- Casamento arranjado

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Após uma fria noite, o dia finalmente chega. O mais velho da família acorda ao clarear o dia, e toma um banho frio para despertar-se. Após colocar sua roupa, ele desce para a sala de jantar onde todos tomam café. Ele se aproxima e se senta com todos. Colocou em seu prato uma fatia de melão enquanto todos comiam silenciosamente. Porém, sua paz foi interrompida quando sentiu uma mão pesar em seu ombro.

- Não chegue tarde hoje, preciso conversar com você. - Seu pai disse friamente e se sentou.

Ao ouvir isso, o primogênito se levantou calmamente e se retirou da sala de jantar surpreendendo alguns ali, mas seu pai não estava surpreso. Desprezava tudo o que ele fazia. Tudo o que ele era. Não valia de nada para Adam Müller. E nunca valeria.

Emily observou tristemente seu irmão andar pelos corredores indo em direção a saída. E este mesmo pegou seu carro e saiu da mansão. Foi em direção ao café onde Manuela trabalhava.

Por algum motivo sentia que precisava vê-la para que seu dia melhorasse, nem que fosse só por uma fração de segundo ou o dia inteiro. Ele só queria observá-la, trabalhando. E mais tarde, tocando o violino graciosamente. Uma melodia suave composta por aquelas delicadas mas ao mesmo tempo firme mãos.

Ele chegou ao café e se sentou na mesma mesa que se sentava sempre que estava sozinho. Uma que fosse de frente pra janela. Assim ele poderia olhar Manuela pelo reflexo do vidro sem que ela percebesse.

- Bom dia senhorita... - Ele falou feliz ao perceber que ela iria atendê-lo.

- Ora ora... Bom dia, meu caro senhor... Com todo respeito, estou começando a sentir uma leve perseguição entre nós não concorda? - Manuela disse sorrindo o que fez com que seu amigo estranho se alegrasse.

- Talvez sim... Talvez não... Depende do ponto de vista, não concorda?

- Talvez... Quem poderia dizer? - Ela estendeu a conversa olhando fixamente para ele. O que o intrigou ainda mais - Mas vamos deixar de fazer cerimônias. O que o senhor deseja?

- Uma xícara de café feita pela mesma moça da última vez... E uma cesta de pães de queijo se não for muito incômodo... - Ele falou ainda no ritmo da "cortesia" entre os dois.

- E se essa moça se recusar a fazer o café?- Manuela falou desafiando o mesmo.

- Nossa... Seria uma pena, eu teria que encontrar outra moça que faça o café tão delicioso como a antiga... - Ele falou dando um sorriso provocador a Manuela.

- Haha... Ela vai pensar no seu caso... Com licença... - Manuela falou e saiu.

Se dirigiu até a cozinha e sem que as cozinheiras percebessem, ela fez um novo café. Preparou uma pequena cesta de pães de queijo e colocou na bandeja. Assim que o café ficou pronto, colocou em uma xícara junto a cesta e foi até a mesa de seu amigo.

- Aqui está senhor... - Ela serviu ele.

- Obrigada... Mas me diga, terei o privilégio de tomar o café daquela bela moça ou não?

- Descubra senhor... Se precisar de algo a mais é só me chamar... Com sua licença... - Ela saiu dando a ele um sorriso vitorioso que o animou.

Ele provou o café e finalmente sorriu. Já sabia quem havia feito. Após terminar a refeição ficou mais algum tempo lá. Queria observar aquela mulher, queria analisá-la. Queria entendê-la. E finalmente descobrir quem ela é de verdade.

Ela sentia seu olhar mas fingia não perceber. Estava intrigada com ele também. Até que voltou a sua mesa.

- O senhor deseja algo a mais? - Manuela perguntou.

Minha Querida Dama da Noite (Amor Doce - Lysandre)Onde histórias criam vida. Descubra agora