capítulo 35: começo

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Pov:Narrador*

A noite estava fria, Parker se mantinha em seu posto, bem agasalhada por baixo de sua armadura, apesar de ter uma ótima resistência ao frio, seu nariz estava vermelho pelo esfriar da madrugada.

Os corredores estavam imersos na escuridão, sendo quebradas apenas pela tocha que ficava em frente aos aposentos da princesa.

O silêncio era algo que Parker gostava das noites de vigia, o silêncio que era quebrado apenas pelos breves ruídos que o palácio emitia de alguma maneira que a cavaleira nunca procurou saber.

No entanto, esse silêncio foi quebrado por um cantalorar baixo e o som de uma lâmina passando pela parede de pedra .  Parker ficou atenta, olhando em direção ao som, mesmo não conseguindo ver nada, devido o escuro, sabia que vinha um homem.

- O veado correu com medo de mim..
A flecha cortou o ar ali
O pobre veado morreu aqui
No dia seguinte eu comi o pobre Bambi - a canção era baixa, porém virtuosa.

Parker tinha a mão na empunhadura de sua espada, mas quando viu o homem surgir da escuridão, arrastando uma faca pela parede, ela soltou sua espada, emitindo um sonoro suspiro pesado.

- Que música mais deprimente - Parker disse se endireitando em seu posto.

- Ah, não diga isso ou ficarei com o coração partido - a voz do homem saiu doce e presunçosa.

Por mais que fosse escuro, Parker sabia muito bem as feições do indivíduo, possuía cabelos negros e olhos castanhos, preservando uma barba negra bem cuidada no rosto. Seus olhos eram sagazes e malandros, assim como as mentiras que saiam de seus lábios.

- Olá, querida esposa - O homem a reverenciou vendo a mesma revirar os olhos.

- Oi, Wellington - A voz da Parker era entediada e talvez um pouco irritada.

O homem parou ao lado dela, tomando o lugar do outro guarda, que fora dispensado pela comandante.

- Senti saudades - o homem disse fazendo Parker bufar em desgosto.

- Mentiroso.

- Insensível.

- Rato.

- Égua.

- Quer morrer - Parker disse com os olhos refletindo sua raiva, enquanto olhava para o mesmo que sorriu de canto.

- Não - o homem respondeu levantando as mãos em rendição.

- Não foi uma pergunta - Parker disse irritada.

- Larga de ser estraga prazeres, faz eras que não te vejo, posso não ser o melhor, mas ainda sou seu marido - o homem disse em tom sentido, fazendo Parker revirar os olhos.

- Verdade, você não passa nem perto dos melhores - Parker disse vendo o mesmo bufar.

- Como você está?- ele perguntou ignorando a fala da mulher.

- Viva - Parker respondeu ríspida.

- Ah, jura?! - ele disse irritado.

- Finalmente consegui escapar daquele inferno congelado, atravesso a porra de um reino inteiro, para ser recebido assim pela minha esposa - ele reclamou.

- Deveria saber como é o nosso contrato - Parker lhe encarou com fervor.

- Você é meu marido, mas eu não sou sua esposa, você é meu, porém eu não sou sua - Parker disse devagar para que ele compreendesse.

- Eu sei, está escrito no meu corpo - ele disse ao lembrar da dor infernal que sentiu quando a mesma o castrou.

- Mas não tinha precisão de você me mandar para aquele inferno gélido - ele resmungou por saber que o rei só o mandara para lá, por causa de Parker.

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