capítulo 44: Mortes

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Pov:Narrador*

Seus pés afundaram na neve os tornando mais pesados do que o cansaço os fazia parecer. Seus olhos eram em um azul intenso em uma mistura de determinação e melancolia.

O vento frio da madrugada uivava em seus ouvidos lhe revindicando o posto de alfa. Seus cabelos estavam gelados assim como seu rosto, porém seu coração estava quente, ardendo na chama de conseguir cumprir com sua promessa.

A noite era silenciosa, seu silêncio só era quebrado pelo som metálico dos movimentos dos soldados. Enid podia sentir os olhares lhe perfurar e escutar os murmúrios maldosos sobre a mesma.

- Não acredito que a princesa se atreveu a colocar uma mulher para lutar conosco - o murmúrio pareceu um grito aos ouvidos da loira que escutou com atenção.

Quando os exércitos foram separados de acordo com as ordens da princesa e do príncipe, Enid fora ordenada por sua dona a seguir junto ao exército de Murart. Enid tentou contestar, mas as palavras de Wednesday eram absolutas, assim ela foi junto ao exército de seu reino. Onde claramente não era bem vinda.

Eles haviam atacado as terras da fronteira de Cairot e estavam voltando para a linha de frente. Estavam andando pela noite clara para chegarem no tempo estimado pela princesa e o príncipe.

Todos estavam cansados e iriam descansar pela manhã em um ponto cego do trajeto descrito pela carta da princesa.

A insatisfação dos cavaleiros só aumentava contra a princesa, o fato de ela ordenar Enid lutar ao lado dos mesmos, feria seus frágeis orgulhos e masculinidades. Nenhum deles acreditava que havia realmente um ponto cego naquele campo que seguiam perto da fronteira, apenas estavam obedecendo as ordens do comandante que também não estava muito confiante sobre as ordens da princesa.

- A princesa não sabe do que está falando, estamos andando a horas e tenho certeza que não terá nenhum ponto cego - Enid escutava atentamente sabendo qual o cavaleiro que estava se atrevendo a abrir a boca.

- Dizem que ela conseguiu um novo mapa, esse mapa diz que há um ponto cego próximo a fronteira - outro cavaleiro comentou.

- Só tomara que não seja uma armadilha, vai que Cairot que vendeu esse mapa a ela?!- o cavaleiro propôs com divertimento.

- Mulheres gostam mesmo de comprar muitas coisas fúteis sem saber de onde são, faz sentido - o cavaleiro atrevido concordou.

Enid sabia onde eles estavam em meio àquele grande exército, ela conseguia os ouvir muito bem e os localizar de soslaio.

- O Sol está nascendo - um cavaleiro comentou aliviado.

- Onde está esse ponto cego?- os murmúrios se tornaram mais insistentes.

O comandante andava na frente montado em seu cavalo olhando em volta com certa preocupação. Se lembrava das ordens que a princesa havia os enviado, porém não possuía total confiança nelas. Ele não sabia se o tal mapa realmente era recente ou de uma boa procedência, mas mal sabia ele que o próprio príncipe havia o desenhado.

- Ali está!- Ernest apontou para o encontro de dois altos morros que ficavam entre a fronteira.

Havia muitas árvores aos arredores cobertas de neve, os morros eram altos o suficiente para esconde-los pelo tempos de seu descanso.

John suspirou aliviado.

- Vamos, acampar a frente!!- John anunciou agitando as rédeas de seu cavalo e batendo com os calcanhares na barriga do animal que se apressou.

Os cavaleiros não ousaram a dizer mais nada sobre as ordens da princesa e simplesmente seguiram calados. Era o cansaço, todos estavam cansados demais para refutar o descanso bem na frente deles.

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