capítulo 19: Mãos atadas

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Pov: Narrador*

O silêncio irrompeu pelo pedido brusco do homem e o relinchar dos cavalos ao o cocheiro puxar as rédeas rapidamente, provavelmente pelo susto. A estrada que estavam, passava em meio a uma floresta, havia árvores dos dois lados, dificultando  a visão entre as mesmas, facilitando para pessoas se esconderem.

Wednesday, pela janela estava vendo o Leonard montado em seu cavalo olhando em volta. O rapaz olhou de relance para a princesa assentindo com a cabeça, o que preocupou a morena.

- O que está acontecendo?- Enid murmurou para Wednesday que arreganhou a manga direita de seu vestido dando a visão de seu punhal.

Enid olhou surpresa para a morena que apontou para a adaga da loira que estava na bainha afivelada ao seu cinto, pois estava usando a roupa de treinamento que Parker lhe deu.

A loira pegou sua adaga olhando para Wednesday que segurou em sua mão o cabo da lâmina.

- São mercenários - Wednesday respondeu baixo.

- Mas a comandante e os cavaleiros dão conta, não?- Enid perguntou sem entender a cautela de Wednesday.

- Não sabemos com quantos estamos lidando, estamos cercados de árvores fechadas. Aqui não é um campo de batalha - Wednesday murmurou olhando nos olhos da loira que compreendeu.

Não era a primeira vez que tal cenário acontecia, afinal uma carruagem portando um membro da família real sempre é promissora para mercenários que fazem tudo por dinheiro. A carruagem da princesa já foi pega outras vezes, porém Parker e seus cavaleiros sempre lidaram bem em Quiméria, mas ali era terras desconhecidas, era Murart e não o reino que nasceram, não sabiam a extensão da floresta e muito menos se havia algum vilarejo por perto, apenas tinham uma rota para seguir e era isso o que estavam fazendo, a seguindo.

- Não escutaram? Entreguem a princesa - o homem repetiu.

Parker estava em frente a carruagem, seu cavalo galopava junto com os da carruagem para se certificar que pudessem seguir o caminho pela frente.

A comandante tinha os olhos castanhos frios e centrados a sua frente, onde residia cerca de dez homens, interditando a estrada que não era muito larga. Estavam a poucos metros da carruagem, os mesmo saíram da floresta repentinamente assustando o cocheiro e os cavalos.

Rupert, um dos cavalos da carruagem, bufava inquieto, com suas orelhas mexendo em direções diferentes freneticamente o que mostrou o que a comandante queria saber.

Havia sim pessoas espalhadas pelas árvores, o cavalo estava capitando seus ruídos, estava os sentindo, o que deixou a mesma com as mãos atadas, pois por mais que ela e seus cavaleiros fossem habilidosos, eles não eram mais que seis pessoas, não trinta ou vinte.

- Covardes!- Parker exclamou com nojo franzindo a testa olhando para o homem que esboçou um sorriso amarelo.

- O que foi? Ficou com medo, cavaleira de vel - o homem disse citando um dos apelidos que Parker levou após seu "casamento".

Enquanto Parker e o homem se encaravam fervorosamente, a porta da carruagem foi aberta.

- Vamos, princesa - um rapaz moreno de cabelos encaracolados vestindo uma capa preta a chamou.

- Quantos são, Eugene?- Wednesday perguntou vendo o rapaz menear a cabeça.

- Mais de vinte, alguém colocou uma recompensa na senhorita - disse Eugene tirando um panfleto de sua capa.

E lá estava o rosto da princesa desenhado com maestria, sendo seguida por uma recompensa de 12 mil moedas de ouro por sua captura, um tesouro realmente inestimável para mercenários que fazem serviços grandes por uma moeda de ouro e alguns dobrões.

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