Capítulo 43: União

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Pov:Narrador*

A atmosfera entre os nobres era festejante e orgulhosa, todos ao redor da grande mesa de pedra cheia de estatuetas em um enorme mapa. Todos carregavam um manto com o brasão de sua casa, feito pela pele do animal mais caçado em seus territórios.

- Logo a próxima carta do príncipe Tyler irá chegar e poderemos mudar a formação para acabar com Murart - um homem de cabelos castanhos com falhas grisalhas disse passando a mão pela barba aparada que era da mesma coloração de seus cabelos.

- Aquelas cobras malditas - um homem com olhos verdes espirituosos bateu com o punho na mesa.

- Não devemos nos esquecer daquela garota maldita. O corvo Addams - o outro homem com vestimentas em seda decoradas com fios de ouro, possuindo uma aura discreta, disse ressabiado.

- Somos a maior potência militar entre os reinos, não iremos perder para uma única garota - eles riram.

- Não iremos perder!

Os nobres riam com alegria, enquanto naquele recinto apenas uma pessoa ficava em silêncio. O rei. Era um homem de pele clara com as nítidas marcas do tempo encrustadas em sua pele. Seus olhos estavam fundos mostrando que sua idade já estava avançada. Os olhos do mesmo eram castanhos enegrecidos sem nenhuma espécie de brilho.

Aquele homem de cabelos grisalhos e uma coroa dos mais raros minérios pousada sobre sua cabeça, observava com cautela os nobres que tanto riam de seu inimigo.

Ele sentiu imensa desaprovação sobre tal ação, o título de "Maior Potência Militar entre os Reinos", não lhe dava confiança o suficiente para agir de tal forma ignorante. Qualquer cavaleiro que se preze sabe que a primeira regra de uma guerra é não subestimar o inimigo, não importa o quão pequeno e insignificante ele seja. Nunca se sabe em que local da escuridão a luz irá surgir e quando surge não é no reino que rouba terras e escraviza pessoas.

"Porcos imundos"

O rei pensava com desprezo. Ele podia ser o rei da maior potência militar, porém a espada não estava em suas mãos, ele não podia a empunhar, pois vermes surgiam da terra abaixo de seus pés e seguravam a lâmina com forças que o faziam se ajoelhar.

- Quando conquistarmos Murart, se vossa majestade permitir irei adorar possuir a rainha Flora - um homem umedeceu os lábios passando a língua sobre os mesmos.

- Será que conseguiremos pegar a princesa de Quiméria?- Um homem com um sorriso divertido perguntou.

- Ela é um pássaro inteligente, mas se conseguirmos pegar vamos cortar suas asas e a algemar aos nossos desejos - outro replicou com luxúria.

Eles riam em desdém e animação, enquanto um empregado com vestimentas de mensageiro adentrou sorrateiramente o grande gabinete se aproximando do nobre ao lado do rei.

O empregado chamou a atenção do nobre lhe dizendo breves palavras no ouvido, fazendo os olhos do homem se arregalar.

- O QUÊ?!!!-  o homem se levantou em supetão encarando o empregado com irritação.

- O que houve, Bravestone?- todos olharam surpresos para o nobre.

- Minhas terras estão sendo atacadas, queimaram plantações, vilarejos e florestas. O estoque de comida para o inverno dos plebeus de minhas terras foi totalmente queimado!!- Bravestone disse indignado.

- Atacadas? Por quem?

- Murart!!!- Bravestone bateu com a mão na mesa dizendo entre dentes o nome do reino que cobiçava destruir.

Os olhares dos homens presentes foram levados a porta quando mais dois empregados entraram se dirigindo a um respectivo nobre, todos já estavam com receio da notícia que iriam receber.

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