Capítulo_ XVII

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"A vingança é um veneno que prejudica mais o vingador do que a pessoa a quem ela foi direcionada."




Jeon Jungkook








A dor causada por uma traição é inexplicável, confiar em alguém ao ponto de entregar o próprio coração e no final ser enganado é horrível, não vivo mais como antes desde o momento em que peguei o meu ômega com outro homem. A decepção e mágoa me assolam, cada segundo daquele momento está gravado na minha memória, por mais que eu tente esquecer. No entanto, não estive sozinho durante essa tempestade. Catarina esteve ao meu lado todo esse tempo, cuidando e me aconselhando, talvez isso tenha influenciado ainda mais na decisão de me casar com ela. Quando fui à casa do Jimin naquele noite pedir em casamento a sua irmã, senti o meu coração desmoronar quando olhei para o homem que tanto amei, foi como reviver toda a situação da traição novamente. A raiva e o ódio de vê-lo tão bem e eu estando destruído, sofrendo por tudo que aconteceu foram a gota d’água para querê-lo longe de mim definitivamente.

No dia seguinte, tive a grande surpresa. Catarina me contou que ele havia fugido de casa deixando uma carta para trás dizendo estar muito arrependido por ter me traído e manchado a honra da sua família. O seu pai ainda tentou encontrá-lo durante os dias seguintes, mas não teve sucesso. Catarina e o mais velho ficaram totalmente devastados com a fuga do ômega, que não teve um mínimo de compaixão com a própria família que tanto o amou. Só que tudo isso me deixou ainda mais certo de que eu nunca o conheci realmente, e o que vivemos durante todo esse tempo foi algo manipulável e falso por parte dele. Respiro fundo, enquanto ajeito o nó da gravata, e pela grande janela do cômodo, vejo os convidados se acomodando nos seus respectivos lugares, o que me causa um embrulho no estômago. Não há felicidade em mim, o que sobrou do velho Jeon foi nada além de pura amargura e sede de vingança.

— Jeon?

O meu pai entra no cômodo todo arrumado, o mais velho carrega uma expressão adoentada. Ele caminha na minha direção e me ajuda com a gravata, sei que ele quer dizer algo, e isso se confirma quando ele se pronuncia.

— Sabe que ainda dá tempo de desistir, você não a ama. — Ele diz sério, me olhando nos olhos, o meu pai me conhece muito bem e sempre o escutei, mas agora só quero a minha vingança.

— Eu gosto dela, pai. — Minto descaradamente.

— Gostar não é amar e casamento não é brincadeira, Jeon. — A sua voz sai dura e firme.

— Eu não vou voltar atrás irei me casar e o Jimin pagará caro por ter me enganado. — Há uma dor enorme em cada palavra que digo.

— Você não está casando por amor e sim por vingança, o único que sairá ferido é você, acha que será feliz, meu filho?

— Não existe mais felicidade para mim, pai, desde o momento que peguei o meu ômega com outro.
— Digo, e uma lágrima cai sem consentimento.

— Jeon, meu filho… — O meu pai tenta intervir, mas o corto. Não há mais nada a se fazer, estou decidido.

— Chega, não quero mais falar disso, acabou, vou me casar e pronto.

— Tudo bem, filho.



Algum tempo depois…



Espero no altar a entrada de Catarina, não consigo sorrir, muito menos fingir que estou emocionado.  As lembranças de Jimin vêm na minha mente quantas vezes planejávamos esse momento, e agora não é ele que estará ao meu lado. Escuto a música principal tocar, indicando que a ômega chegou e começará a cerimoniar.
O tempo passa e mal consigo prestar atenção no que o cerimonialista diz, os meus pensamentos estão atordoados, até que aquela maldita pergunta é feita.

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