Capítulo_ XIV

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Park Jimin






Abri os olhos com cautela e percebo que o quarto em que estou é decorado com tons de bege, além de ser muito luxoso.

Sinto uma dor intensa que me faz resmungar. Levo a mão até o lugar e, ao tocar, vejo que é uma das minhas costelas. Dói demais quando respiro, por isso procuro respirar profundamente com calma para evitar mais dor. Então, me lembro de que fui atropelado e também recordo daquele alfa e do seu cheiro. 

Levanto com muito cuidado, tentando me sentar para poder ver melhor onde estou e só nesse momento percebo que não estou sozinho. Há dois indivíduos comigo que estão protagonizando uma cena divertida. Um está atrás do outro, o segurando, e acredito que o da frente esteja engasgado, visto que está todo vermelho e tossindo. 

Sinto o mesmo cheiro do alfa que me ajudou, e era ele o homem de trás. A sua voz grave ecoa, fazendo todo o meu corpo arrepiar. 

— Vamos, bota para fora, te falei para não comer a minha refeição, seu idiota, inferno! — Ele diz, no entanto, não me parece irritado, mas sim preocupado. 

O alfa da frente, repentinamente, me olha e fica surpreso ao me ver acordado. Ele sorri e pisca, mesmo quase sendo esmagado pelo outro. 

— Jay, solta, porra, já saiu. — O alfa da frente pede para sair da situação. 

O nome do alfa de ontem é Jay, que nome lindo.

— Por que não disse logo? — O tal Jay pergunta irritado.

— Devido ao ômega…

— Que ômega?

— O teu ômega imbecil, ele acordou. — O alfa da frente fala enquanto aponta para mim. 

Vejo o Jay se virar em minha direção. Ele tem a mesma reação do outro rapaz, os seus olhos se esbugalharam, espantado. Eu acho que eles não esperavam que eu despertasse agora. O alfa de trás empurra o da frente, fazendo pobrezinho cair com a cara em cima de uma bandeja. 

O Jay vem em minha direção sem ligar para o estado que deixou o outro rapaz, mas ele acaba parando no meio do caminho. Seus olhos se fecham com força. 

Será que algo aconteceu com ele?  

— Você está bem, alfa? 

Em resposta, o vejo abrir os olhos de forma rápida, revelando uma vasta e escura escuridão negra e intensa que circunda o anoitecer. A minha respiração acelera, o seu cheiro me atrai tanto. Fico louco para tê-lo ao meu lado, nunca me senti assim por ninguém além de Jeon. No entanto, o alfa continua lá parado, o que me incomoda muito. 

Será que ele sabe quem eu sou e o que estão dizendo de mim por aí? 

Oh, céus! Ele deve estar incomodado comigo por tudo o que dizem.

 As lágrimas começam a se acumular, no canto dos meus olhos, por medo e vergonha, pois talvez ele tenha procurado saber sobre mim e descoberto que estou sendo acusado de trair meu ex-namorado. Pensa que sou um qualquer. Desvio o olhar para as mãos no meu colo por receio. 

Então, escuto a voz do alfa que estava engasgado. 

— Jay, reagi, homem. Veja como está deixando o ômega, você apaixonado é uma vergonha..

Levanto o olhar rapidamente, o alfa vem em minha direção e estende a mão. Fico acuado e com medo de responder ao seu comprimento. Acho que ele percebe o meu receio e resolve continuar com a apresentação.

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