Capítulo_ XXVII

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   Jeon Jungkook







       As lembranças do que aconteceu no elevador estão me atormentando, o cheiro do ômega ficou impregnado em mim, tê-lo tão perto me tocando foi o meu declínio da razão, sei bem que tudo aquilo foi devido ao medo que ele estava sentindo. Mesmo assim, a sensação foi tão maravilhosa e reconfortante que, por um momento, voltei no tempo, onde eu era feliz ao seu lado e o tinha nos meus braços. Há também outra coisa: a nossa conversar sobre toda a situação da traição. Naquele momento, olhando nos seus olhos, eu tive dúvida de que realmente ela tenha acontecido, o que me faz entrar em pânico porque, se realmente a traição não aconteceu, eu cometi o maior erro da minha vida.

Entro no apartamento e o encontro vazio, e fico aliviado já que não terei de ficar me justificando para Catarina. Sinto uma sensação estranha, um aperto no peito, por isso vou direto para o banho, entro no box e deixo a água morna cair sobre mim, fazendo todo estresse se esvair. Mas as lembranças do Jimin me perseguem, aquele ômega sem dúvida é a minha perdição. Quando o peguei na sala com Jay, senti inveja, queria estar no lugar do alfa, por um momento queria ser ele, ter o Jimin em meus braços para amá-lo e por isso deixei a raiva me consumir, respiro fundo. De repente, a dor no peito aumenta, as minhas mãos tremem e uma falta de ar me consome. Sei bem o que significava, eu estava tendo uma crise.
Saio do Box todo molhado e vou até a porta e atranco, me encosto nela e escorrego até cair, sentado no chão. O meu coração acelera, sinto um medo descomunal, tento respirar, mas tenho dificuldade. Não consigo controlar, e choro por tudo o que já aconteceu e pelo que pode acontecer. O meu corpo dói, meu coração parece que vai sair do peito, deito-me para tentar aliviar essa sensação ruim. Fico em posição fetal e choro descontrolado, com medo de tudo. Não sei mais o que fazer, nem sei o porquê dessas crises, sem uma resposta, acabo caindo no sono depois de um tempo.

No outro dia...

Jimin não veio para a empresa hoje, deixou um recado dizendo que não poderia vir, devido a algum problema que ocorreu nas empresas Kown’s. Estou sentindo a sua falta, vê-lo por essa parede de vidro me acalmava. E, de certa forma, eu estava acostumado com a sua presença.
Ouço batidas na porta então escuto a voz do meu sogro.

— Jeon, preciso falar com você.
— Entre. — O mais velho entra, caminha parando na minha frente, a sua expressão não é nada boa.
— Diga o que quer? — Falo ríspido.
— O que está acontecendo com você? — O encaro confuso.
— Do que está falando?
— Você não é mais o mesmo, Jeon. Anda descuidado e bebi demais, os acionistas estão preocupados com a forma que você está conduzindo a empresa. — Aperto a caneta na minha mão.
— Como é?

— Não entenda mal, mas você deveria tirar um tempo longe daqui. — Esse velho só pode estar de brincadeira com a minha cara.

— Vocês querem me tirar da presidência? — Só pode ser piada.

— Não é isso, só queremos alguém de responsabilidade. — Rosno com a sua ousadia.

— Essa empresa é minha, e quem manda nela sou eu, e ninguém ocupará o meu lugar.

— Não estamos tentando ocupar o seu lugar, mas se você não for capaz de se controlar teremos que fazer algo. — Levanto perdendo a paciência.

— Saía daqui agora! E da minha empresa quem comanda sou eu. Se vocês ousarem fazer algo, eu juro que pagaram caro.

— Está vendo, você não sabe se controlar. Mas vou embora, tome cuidado, meu genro. — O maldito velho se vai. Me sento, ficando com o coração na mão, tudo está decaindo lentamente. Não posso perder o controle da empresa, o meu pai não perdoaria, essa empresa é da minha família. Respiro fundo, não… Isso não acontecerá.

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