A Saga dos Dragões Perdidos - VOL 1

"Triunfo da Luz: A Saga dos Filhos Destemidos"

Lysader avançou cuidadosamente, cada passo calculado para evitar galhos quebradiços e folhas secas que poderiam denunciar sua presença. A densa copa das árvores bloqueava a luz do sol, mergulhando a floresta em uma penumbra inquietante. O som de criaturas noturnas ecoava ao longe, um lembrete constante de que ele não estava sozinho.

A memória de Alion, com seu sorriso travesso e coragem inabalável, guiava Lysader. Ele se lembrou das histórias que haviam ouvido juntos, das lendas sobre a floresta sombria e seus habitantes misteriosos. Não sabia o que levara Alion a se aventurar tão profundamente, mas sabia que o amigo estava em perigo.

Subitamente, Lysader ouviu um sussurro, um som suave e indistinto, como o murmúrio do vento. Ele parou, prendendo a respiração, e ouviu novamente. Não era o vento; era uma voz humana, fraca e distante. Seu coração acelerou, a esperança renovada o impulsionando adiante. Seguindo o som, ele entrou em uma clareira, onde um brilho pálido emanava de uma fonte desconhecida.

No centro da clareira, Lysader viu Alion. Ele estava cercado por um círculo de luz, os olhos fechados e uma expressão de paz em seu rosto. No entanto, algo estava errado. A luz parecia pulsar, como se tivesse vida própria, e uma presença obscura pairava ao redor, quase imperceptível, mas inegavelmente sinistra.

Lysader chamou o nome do amigo, sua voz firme mas carregada de preocupação. Alion abriu os olhos lentamente, como se saísse de um transe, e sorriu ao ver Lysader. Antes que pudesse dar um passo em direção ao amigo, a luz ao redor de Alion intensificou-se, transformando-se em uma barreira impenetrável.

Determinando não se render ao desespero, Lysader invocou todo o conhecimento que possuía sobre magia antiga. Lembrou-se dos ensinamentos de seu mestre, das palavras e gestos necessários para quebrar encantamentos poderosos. Concentrando-se, ele começou a entoar um cântico, suas mãos desenhando símbolos no ar.

A luz vacilou, enfraquecendo gradualmente. Com um esforço final, Lysader conseguiu romper a barreira, e Alion caiu em seus braços, exausto mas consciente. "Eu sabia que você viria," murmurou Alion, sua voz fraca mas cheia de gratidão.

"Vamos para casa," respondeu Lysader, um sorriso de alívio no rosto. Mas antes de saírem da clareira, uma figura sombria emergiu das sombras, seus olhos brilhando com malícia.

"Vocês não sairão tão facilmente," disse a figura, sua voz ecoando com um poder antigo e malevolente. Lysader se preparou para a batalha que sabia que estava por vir, determinado a proteger seu amigo a qualquer custo.

A caverna estava mergulhada em uma escuridão quase palpável, o ar pesado e úmido preenchido por um silêncio inquietante. As paredes escarpadas pareciam fechar-se ao redor de Lysader e seu amigo, seus contornos distorcidos pelas sombras dançantes das tochas tremeluzentes. A figura à sua frente, envolta em um manto negro que parecia absorver a luz, avançou lentamente. Seus olhos, duas fendas incandescentes de um vermelho profundo, fixaram-se em Lysader, transbordando um ódio ancestral.

"Vocês não sairão tão facilmente," repetiu a figura, sua voz reverberando pelas paredes da caverna como um trovão distante. Cada palavra carregava um peso esmagador, ressoando nos ossos de Lysader e arrancando suspiros de medo de seu amigo.

Lysader firmou sua espada, sentindo o cabo frio e reconfortante contra sua pele suada. Ele sabia que a batalha que estava por vir seria brutal. O chão sob seus pés parecia pulsar com uma energia sombria, e ele sentia a presença de forças invisíveis, ameaçadoras, aproximando-se de todos os lados.

De repente, a figura ergueu uma mão cadavérica, e sombras começaram a se agitar ao seu comando. Do chão e das paredes, seres disformes e grotescos começaram a emergir, seus corpos retorcidos e olhos vazios. Gritos agonizantes ecoavam, como se as próprias almas perdidas estivessem chorando pela libertação. Lysader sentiu um frio gelado tomar conta de seu corpo, mas ele manteve sua posição, determinado a proteger seu amigo.