Capítulo 27

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Antes de qualquer coisa quero deixar aqui um alerta de gatilho!!!

Me digam como aproveitaram o dia dos namorados, quero saber se também passaram sozinhos ou com o mozão.

Boa leitura! 😍




Mustafá estava sentado em uma das poltronas na sala, sua perna esquerda batia repetidamente contra o chão em nervosismo, mesmo que não quisesse fazer qualquer barulho enquanto observava a loira dormindo tranquila no sofá maior. Já faziam algumas horas desde que havia chegado com Macarena, e apesar da mulher agora se encontrar roncando enrolada com um grosso cobertor, o homem estava estranhamente inquieto.

Se levantou, começando a caminhar de um lado para o outro enquanto sua mente trabalhava sem parar. Estava dividido, sua cabeça estava em uma briga ferrenha sobre o que deveria fazer com a informação que tinha, afinal Macarena sempre havia feito questão de ser gentil consigo, mas Zulema era sua chefe e tinha uma tremenda gratidão que considerava eterna por tudo que a árabe teve questão de fazer sem qualquer obrigação.

Por mais que sempre fizesse questão de se manter quieto em sua posição como um mero segurança, não era cego. Sempre fora muito observador com as coisas ao seu redor, traço esse que não fez com que a relação cada vez mais íntima entre a sua chefe e Macarena passasse despercebido, algo que apesar de ser muito diferente em sua cultura, não ligava de fato ou chegava a repudiar. Sabia em partes do quanto a vida de Zulema havia sido dura assim como a sua, o tempo que passou trabalhando diretamente para a mulher no Egito o fez aprender muito sobre sua chefe, então se aquilo a fazia feliz, era a única coisa que lhe importava.

Respirou fundo mais uma vez tentando tomar coragem, já era sua quarta tentativa de bater na porta, mas ainda incerto sempre acabava por recuar sua mão ainda fechada. Até que em uma onda de coragem o fez finalmente conseguir bater na porta, esperando ansioso por uma resposta que o deixasse entrar, afinal duvidava que conseguiria tentar em outra ocasião.

- Vá embora!

Mustafá engoliu em seco com a resposta negativa, não era bem aquilo que planejava ouvir quando decidiu tomar aquela decisão.

- Senhora Zahir, sou eu, Mustafá. - Tentou mais uma vez, ainda não estava disposto a desistir, não assim tão fácil.

Um longo silêncio tomou o lugar, afinal a casa estava escura e todos já dormiam em seus quartos, com exceção óbvia da loira que estava no sofá.

- Entra... - Respirou fundo uma última vez, não sabia ao certo se agora de nervosismo ou alívio, antes de girar a maçaneta para finalmente ter acesso à sala escura. - Diga, Mustafá.

O homem fechou a porta atrás de si deixando o ambiente que havia se revelado mal iluminado completamente escuro, algo que teve que ignorar ao caminhar com cuidado para não cair, parando à frente da mesa da árabe.

- Desculpe incomodá-la uma hora dessas, senhora...

- Se a sua preocupação for em ter me acordado, pode esquecer. - O homem concordou com a cabeça, mesmo que sequer o ato pudesse ser visto, parecendo mais aliviado agora. - Mas quero que seja breve, desejo ficar sozinha.

- Nesse caso serei direto.

- É isso o que eu mais gosto em você, Mustafá. - Apagou o último cigarro que tinha, deixando que a fumaça que saía lentamente de seus lábios se unisse à escuridão. - A sua capacidade em ser incrivelmente obediente à mim, mesmo que isso custe a sua vida.

Mustafá se sentiu desconfortável com o rumo que a árabe havia escolhido para o assunto, mas aquilo não seria o suficiente pra fazê-lo ir embora, não agora que já tinha chegado tão longe.

Entre Grades e Sentimentos: Caminhos TraçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora