Capítulo 41

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Vou dedicar esse capítulo pra minha irmã mais nova que tanto me pediu pra que eu atualizasse logo. Ou seja, agradeçam a JaynaragomesDemelo9 por não ter demorado ainda mais. 😊

Alerta de gatilho!




- Oi, loira. — Cachinhos cumprimentou a namorada com um beijo na testa ao entrar na cela. — Não sabia que já tinha saído da enfermaria.

- É, eu saí faz pouco tempo... — Disse ao se sentar na cama.

- Eu vi que estava conversando com a Anabel antes de eu chegar. — Tentou o seu melhor para puxar aquele assunto da maneira mais casual possível. — Ela por acaso te disse alguma coisa? Sabe que se ela fizer algo eu acabo com a raça dela sem pensar duas vezes!

- Tá tudo bem, Cachinhos. — Macarena sorriu gentil, exibindo suas delicadas covinhas. — Vai ficar tudo bem...

- Se você diz... — A cacheada se aproximou da cama de Macarena, ainda se mantendo em pé ao apenas se apoiar em seu colchão na beliche superior. — Que tal a gente jantar junto hoje, hein? Você e eu.

O rosto de Macarena se contorceu com o leve enjôo que sentiu em apenas se imaginar comendo aquela comida.

- Não sei se consigo, Cachinhos.

- Ah, vamos lá. — Se sentou ao lado da loira desanimada. — Uma boa gororoba na minha companhia não te parece romântico?

- Realmente estou sem fome.

Cachinhos rolou os olhos com a teimosia da loira, se aproximando um pouco mais para a envolver em um abraço.

- Nesse caso, então também não vou comer nada.

- Cachinhos não...

- Eu me recuso a te deixar sozinha. — Sorriu divertida com a expressão nada satisfeita que surgiu no rosto de Macarena. — Quem sabe o seu admirador secreto não apareça com aquele lanchinho, hein? Podemos dividir.

Macarena riu com a maneira alegre que a cacheada sempre parecia fazer questão de agir.

- Eu posso fazer algo pra te convencer a desistir dessa ideia?

- Não mesmo.

Naquele momento, a loira riu de forma genuína ao se deixar cair nos braços da atual namorada, Cachinhos era uma mulher que sempre fazia questão de lhe oferecer conforto e apoio independente do momento. Mas infelizmente não havia paixão ali por parte da loira, apenas um carinho genuíno, que sabia que a cacheada era incapaz de entender. Macarena buscava desesperadamente qualquer laço que pudesse afugentar a solidão que a devorava aos poucos de maneira dolorosa. Ainda que pudesse começar a sentir um certo alívio com a ajuda que receberia de Anabel, o peso que seus pensamentos carregavam sobre os últimos ocorridos levavam Macarena a um lugar cada vez mais sombrio em sua própria mente, aquilo acontecia de forma tão rápida que a loira temia não poder mais suportar a solidão e o medo que cresciam dentro dela.






A solidão que o silêncio muitas das vezes opressor criava na cela, ajudavam a fazer os pensamentos fervilharem na mente de Macarena, intensos e insuportáveis, como uma onda que vem e vai, mas nunca desaparece por completo. As noites mal dormidas, onde as aparições de Hanbal projetadas por sua mente culpada já não eram o motivo de sua insônia. Encarava o teto de concreto judiado pelo tempo, estava na cama de Cachinhos, que dormia sem qualquer preocupação aparente enquanto a abraçava por trás. Muitas vezes invejava a mulher por conseguir repousar tão tranquilamente. Aquela noite o motivo de sua incapacidade de dormir era inédito, já que finalmente, compreendia quem também era responsável pelo filho que carregava, a maldita árabe que a consumia com intensidade, a mesma que era dona de uma crueldade que parecia inata. Seu coração pulsava rápido demais, e a compreensão aos poucos a golpeava como lâminas invisíveis.

Entre Grades e Sentimentos: Caminhos TraçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora