Capítulo 39

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Cheguei atrasada, mas tô aqui!




Zulema se sentou na cama da beliche de baixo na sua cela encarando a loira na expectativa de que começasse logo a falar, desde que a árabe foi parada há alguns minutos no corredor ouvindo o pedido de Macarena de que queria conversar, nenhuma palavra saiu da boca mais nova.

- E então?

- Eu não sei direito como começar...

- Só seja direta, está desperdiçando o meu tempo.

Macarena respirou fundo algumas vezes, prendendo brevemente a respiração antes de finalmente parecer tomar coragem.

- Nós transamos...

- E?

- Por quê?

- Eu estava com tesão e você também queria...

- Não, Zulema! — Macarena corou em questão de segundos.

- Não espera que eu venha com aquela história de "quando duas pessoas se amam muito", não é? — Zulema sentiu vontade de rir ao ver a expressão da loira se tornar ainda mais séria. — Você sabe como as coisas acontecem entre nós.

- Quero saber o que esperava conseguir com aquilo. — Macarena optou por apenas ignorar o jeito irritante da árabe. — Era o meu silêncio, não era?

- Se eu quisesse te silenciar você já estaria morta.

- Mas você não consegue me matar. — Macarena sorriu, se inclinando o bastante para que seu rosto pudesse ficar próximo ao da árabe. — Você queria o meu silêncio porque sabe que eu posso te foder e muito nessa história.

Zulema segurou o pescoço da loira, a fazendo se aproximar ainda mais.

- O que você quer? — Suas palavras saíram entre dentes, o que fez a loira sorrir vitoriosa.

- Que entenda que não sou mais a mesma Macarena fraca que chegou nessa prisão. — A loira apoiou ambas as mãos no colchão ao lado do corpo de Zulema, se aproximando ainda mais. — Que agora eu não vou hesitar em acabar com quem quiser fazer o mesmo comigo.

Zulema riu com a ameaça velada de Macarena, subindo a mão que até então apertava seu pescoço para o queixo delicado.

- Eu deveria me preocupar?

A proximidade fez com que seus narizes se encostassem, causando um maldito arrepio por todo o corpo da árabe.

- Deveria tomar cuidado. — Zulema se irritou com o quão atraente o sorriso sapeca de Macarena havia se tornado naquele momento. — Porque se pensar em me foder, não vou hesitar em fazer o mesmo com você.

Zulema sorriu com a perfeita brecha deixada pela loira.

- Então não quer que eu te foda?

Bingo! As bochechas de Macarena ficaram tão coradas que foi impossível para a árabe não rir festa vez ao ver a mais nova se afastar.

- Eu te odeio.

Helena invadiu a cela, adentrando o local às pressas sem pedir licença ou sequer se importando com o fato de que a árabe não estava sozinha.

- Eu preciso falar com você. — A voz de Helena soou um tanto trêmula, algo incomum para a morena, ainda mais quando estava diante de Macarena.

- Não vê que estou ocupada?

Zulema analisou o comportamento da mulher de maneira minuciosa, o corpo tenso e o olhar tentando inutilmente mascarar algo que chutaria ser desespero estava a intrigando.

Entre Grades e Sentimentos: Caminhos TraçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora