Alguém ainda lê isso? 🤨
Macarena descia o lance de escadas com lágrimas nos olhos, a visão turva pelas lágrimas a impedia de ir mais rápido pelos degraus. Deixar que aquela explosão de sentimentos transbordasse por seus olhos era como colocar um alvo em sua testa avisando para as demais detentas o quão vulnerável ela ainda era, por esse motivo se apressou em secar seu rosto com as costas das próprias mãos mesmo e apenas se afastar de Zulema pra sempre. Tinha consciência de que havia machucado a árabe profundamente, de uma forma que sequer poderia imaginar a dor que aquela mulher estava guardando dentro de si desde que havia visto Hanbal caído no chão.- Onde tá indo com tanta pressa, loira? — Ao chegar no final da escada, um puxão brusco fez com que Macarena parasse seus passos e se virasse para ver de quem se tratava, deixando que um suspiro aliviado escapasse por entre seus lábios ao se deparar com Cachinhos. — Calma, sou só eu.
- Estou indo pro pátio, preciso urgentemente pegar um ar... — Se esforçou para que sua voz não saísse embargada pelo choro preso na garganta, mas não tinha jeito, a ponta do nariz e os olhos vermelhos a entregavam.
- Precisa mesmo, está tão pálida que sequer parece que acabou de voltar de férias. — Cachinhos disse divertida na tentativa de descontrair e acabar arrancando um sorriso da loira, mas sem sucesso. — Por que estava chorando?
- Eu não estava.
Os dedos da cacheada começavam a externar a sua raiva, se fechando no braço de Macarena e fazendo com que o aperto aumentasse com as probabilidades que surgiam em sua cabeça.
- O que a Zulema fez desta vez?
- Você tá me machucando...
- Acabei de te ver saindo da cela dela. — Cachinhos parecia imersa demais em sua raiva para notar a dor que causava a loira. — Se ela tocou em um fio de cabelo seu eu juro que...
Macarena se soltou do toque da cacheada de maneira brusca ao repentinamente ter se tornado ainda mais doloroso.
- Não precisa se preocupar comigo. — A loira reclamou enquanto acariciava o próprio braço repetidas vezes na tentativa de amenizar a dor.
- Droga, me desculpa.
- Eu não tô com cabeça pra isso agora, então não começa.
Cachinhos se limitou a concordar com a cabeça, encolhendo os ombros por vergonha de ter machucado alguém que ama. Ainda que apenas o pensamento de que havia machucado Macarena lhe doesse bem mais que qualquer surra de carcereiro, acreditava que o motivo pelo qual havia feito era bom.
- O que exatamente eu não deveria começar? — Cruzou os braços, dando poucos passos para ficar na frente da loira e a impedir de fugir dali. — O que ela queria, Macarena?
- Cachinhos, falo sério. — Deu um passo para o lado, mas a negra fez questão de acompanhá-la, fazendo o mesmo movimento para bloquear o seu caminho mais uma vez. — Será que dá pra parar?
- Está estranha por culpa da Zulema? — A cacheada esperou pacientemente uma resposta, analisando minuciosamente o rosto de Macarena que parecia não querer a encarar nos olhos. — Ela voltou a te ameaçar, não é?
- Não tenho problema algum com a Zulema.
- Pelo jeito que está, não é o que parece, a não ser que goste de chorar sempre que sai da cela dela.
- Onde estava? — Macarena trocou bruscamente de assunto, torcendo para que a cacheada não notasse e resolvesse retomar.
- No mesmo lugar de sempre, a solitária. — Cachinhos colocou ambas as mãos nos bolsos parecendo repentinamente desconfortável com a pergunta.
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Entre Grades e Sentimentos: Caminhos Traçados
FanfictionEm uma penitenciária feminina, duas detentas compartilham um segredo delicado: uma delas oculta sua verdadeira identidade, mantendo em sigilo sua interssexualidade. O encontro inesperado no banheiro entre as duas desencadeia uma trama intensa de con...