Capítulo 6

291 25 58
                                    

Como na série o coitado do Hanbal não tem muita personalidade, além de ser o cachorrinho da Zulema e um tremendo de um gostoso, fiz questão de criar uma pra ele. 🌈

Zulema caminhava preocupada pela praia escura enquanto esperava o homem terminar de falar do outro lado da linha, mal conseguia enxergar um metro à sua frente sem ter alguma dificuldade.

- Você acabou se atrasando muito além do combinado, não tem mais como buscar vocês hoje, Zulema.

- A culpa não foi minha que houveram imprevistos.

- Olha, por que você não descansa já que vai ter que esperar até de manhã de qualquer forma?

- Acontece que talvez eu não tenha até amanhã, Castillo com toda certeza está me procurando como louco, e aquele velho manco não vai descansar até conseguir me encontrar.

- Você se preocupa demais, vai dar tudo certo. Amanhã logo cedinho a barca irá te buscar no porto próximo daí, não tem com o que se preocupar.

Zulema desligou o telefone muito a contra gosto, mas sabia que não tinha mais escolha a não ser realmente esperar pelo dia seguinte. A árabe estava tão imersa em seus pensamentos, que sua própria frustração não deixou que percebesse um homem chegando por trás, posicionando uma faca perigosamente afiada em seu pescoço.

- Castillo? - A árabe sabia que não era do feitio do inspetor de se aproximar com um objeto cortante tão covardemente por trás, mas a pressão em sua garganta e o desespero de ser pega a fazia cogitar o mais óbvio.

- Acha que pode vir aqui e nos humilhar como se fôssemos seus criados? - A mulher levou uma das mãos ao braço que segurava a faca na tentativa de diminuir o contato com a pele sensível de seu pescoço, mas sem muito sucesso. - Eu vou te mostrar quem manda aqui. - Demorou alguns instantes mas conseguiu reconhecer aquela voz como sendo do rapaz de mais cedo. - Vai aprender a nunca mais bancar a superior pra cima de mim.

Sua mão esquerda começou a apalpar o corpo da árabe contra a sua vontade, descendo rumo a seu seio, onde tratou de apertar com força um de cada vez. A mão livre de Zulema afastou aquele toque imundo, tentando fazer com que se distanciasse totalmente, mas ele parecia ser mais forte e com a pressão aumentando em seu pescoço acabou ficando ainda mais vulnerável, tendo seu braço imobilizado para trás.

- Não se mexa mais ou corto seu pescoço.

Zulema tentou mais uma vez se desvencilhar, mas um golpe rápido do rapaz fez com que ela caísse de joelhos na areia fofa. Trincou o maxilar em raiva por estar tão impotente nas mãos do rapaz, odiava ficar a mercê de seus inimigos, por isso fazia questão de sempre calcular com calma todas as possibilidades e pontos que pudessem dar errado, assim sempre ficando um passo a frente dos demais.

Esperar que lhe dessem o golpe de misericórdia era inaceitável em sua cabeça, mas sabia reconhecer quando perdia, e infelizmente naquele momento havia perdido.

- A festa acabou. Solta ela - Macarena apontava a arma com o silenciador na nuca do homem, o fazendo parar no mesmo instante. - Solta ela ou te dou um tiro.

A árabe sorriu brevemente quando o homem finalmente a deixou livre, logo se levantando e cuspindo com nojo enquanto ele ainda se mantinha ajoelhado a sua frente.

- Agora levanta devagar e solta isso. - Dessa vez não hesitou em obedecer, não pagaria pra ver se a loira estava ou não blefando quando disse que atiraria.

- Atira nele. - Zulema se aproximou do corpo de Macarena por trás, sussurrando em seu ouvido esquerdo. - Anda, atira.

Sua consciência gritava para que ela não apertasse aquele gatilho enquanto a árabe insistia para que fizesse justamente o contrário, o que aconteceu mais cedo foi um acidente infeliz, Macarena sabia lá no fundo que não era uma assassina. A situação agora se assemelhava a ter um diabinho e um anjinho em cada ombro tentando te convencer de fazer coisas diferentes, mas ter Zulema Zahir sussando tão próxima de si era como ter o inferno inteiro ardendo ao seu redor.

Entre Grades e Sentimentos: Caminhos TraçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora