Não me matem pelo capítulo de hoje, amo vocês! 💜
Os túneis antigos e estreitos, que não seria possível enxergar um único palmo a sua frente se não fosse pela bela que ainda carregava pareciam ter as paredes cada vez ficando mais apertadas a medida que dava um novo passo para as profundezas daquela escuridão. Tanto o chão quanto as paredes eram irregulares, dificultando gradativamente ainda mais sua caminhada rumo ao destino ainda desconhecido, os trechos se apresentavam aos poucos com bastante umidade nas paredes e no chão, tornando ainda mais difícil a simples tarefa de andar.
As catacumbas se apresentavam mais profundas à medida que Zulema se infiltrava naquela série de túneis subterrâneos que abrigavam inúmeras ossadas, servindo como cemitério para milhões de pessoas de diversas épocas.
O corredor longo e estreito em que a árabe agora estava enfiada se tornava cada vez mais sufocante por se tratar de um lugar fechado e apertado, fazendo Zulema agradecer mentalmente por não sofrer com claustrofobia. As marcações nas paredes de pedra, contendo datas e nomes de ruas, provavelmente feito pelas pessoas que circulavam com frequência por ali ajudavam a tornar aquela rede de túneis menos labirinticas.
Os ossos estalavam sob seus pés a cada novo contato que seus coturnos tentavam ter com o chão, tornando impossível a tarefa de se esgueirar de forma silenciosa pelo local, já que o mesmo parecia fazer questão de a denunciar sempre que dava um passo. Algo que chamava a atenção de Zulema, até mais do que os ossos, eram as marcas nas paredes com frases sobre a morte. Durante todo o percurso era possível ver diferentes frases em árabe e pinturas nas paredes mal cuidadas. Eram frases e datas fazendo referência ao reino dos mortos, algo que poderia parecer bizarro como primeira impressão, mas que no fundo fazia muito sentido lê-las exatamente ali. Era algo que só provava que a vida e a morte andavam lado a lado, e que seus dias viva poderiam ser um sopro. Literalmente...
"NÃO TEME A MORTE QUEM SABE DESPREZAR A VIDA."
Zulema deixou que um sorriso lateral escapasse ao ler aquela mensagem em específico, era engraçado como algo que havia sido escrito na parede há anos poderia conversar tão bem consigo a ponto de fazê-la se identificar.
- Chegamos.
O garoto parou de repente, quase fazendo com que Zulema batesse contra as costas do menor, que agora parecia concentrado em abrir um velho portão de metal enferrujado.
- Chegamos aonde exatamente? - A pergunta da árabe havia deixado sua curiosidade e incerteza evidentes, afinal não era de seu costume confiar em desconhecidos a ponto de segui-los, mesmo que se tratassem de crianças e que sua vida dependesse disso.
Anos de sofrimento em sua vida lhe deixaram mais do que claro que não devia confiar em absolutamente ninguém, independente da idade ou do quão inofensivos pudessem aparentar ser.
- Seja bem-vinda ao nosso lar. - O rangido do portão denunciou a chegada dos dois, fazendo com que os jovens ali presentes erguessem suas armas, uma série de AK-47 antigas, as apontando em direção à árabe. - Calma pessoal, ela tá comigo.
O pequeno disse rápido ao entrar na frente de Zulema, obrigando que os demais baixassem suas armas, mesmo que claramente desconfiados com a presença de alguém estranho.
O lugar, diferente das passagem estreitas pela qual havia sido guiada, era um espaço maior no qual a permitia ficar de pé. O espaço era facilmente compartilhado por dezenas de jovens, sendo mobiliada com alguns colchões antigos organizados um ao lado do outro no chão mesmo. Uma das paredes de pedra eram repletas de armas levemente enferrujadas impecavelmente penduradas, algumas velas espalhadas deixavam que o local fosse mal iluminado.
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Entre Grades e Sentimentos: Caminhos Traçados
FanficEm uma penitenciária feminina, duas detentas compartilham um segredo delicado: uma delas oculta sua verdadeira identidade, mantendo em sigilo sua interssexualidade. O encontro inesperado no banheiro entre as duas desencadeia uma trama intensa de con...