Capítulo 24

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Mesmo doente eu tô aqui pra trazer atualização pra vocês, se isso não é amor eu não sei o que é. Enfim, boa leitura e espero que gozem... Quer dizer, que gostem. 💜




- Acho que não estamos na mesma página, Macarena. - Zulema desviou o olhar do corpo à sua frente, não conseguiria manter sua postura ou se concentrar nas coisas que queria dizer com a loira exposta de tal maneira. - Certamente você vai pagar pelo que fez, mas não da maneira que tá pensando.

- Então é isso, prefere me matar?

Com poucos goles a árabe acabou novamente com todo o líquido presente em seu copo, dessa vez com uma velocidade impressionante. Não era questão de preferência e sim de honra, precisava deixar claro para todos que ousassem sequer cogitar enganá-la que as consequências seriam inevitáveis e cruéis, e se para isso Macarena tivesse que servir de exemplo, então que assim fosse. Bateu o copo na mesa com certa força ao se levantar com a arma em mãos, a mirando em direção à loira.

- Por acaso tem alguma noção de quantos problemas me trouxe desde a prisão? - O sorriso sarcástico lateral já tão conhecido se fez presente. - Você sempre parecia fazer questão de voltar a entrar no meu caminho e foder com tudo.

Não sabia ao certo se estava se referindo apenas às tentativas da loira em parecer sempre se esforçar para estragar seus planos, ou ao jeito que ela parecia querer a enlouquecer, fazendo questão de dar um jeito de aos poucos não sair mais de sua cabeça.

Seria o justo, não? Acabar de uma vez com quem trouxe tanto problema.

A loira sentiu o toque superficial do cano gelado contra o vale de seus seios, fazendo sua respiração falhar de imediato com aquela pequena pressão contra o local exato onde seu coração batia acelerado.

Apesar de estar sob a mira da árabe, ao contrário do que costumava, Macarena não sentia o medo que deveria na situação em que estava, de uma pessoa prestes a morrer sem sequer ter a chance de poder se despedir das pessoas que mais amava. Algo lhe dizia que deveria pensar em sua família nesse momento, em como seria a reação dos seus pais e outros entes queridos ao receberem a notícia de sua morte repentina, do quanto sua mãe principalmente ficaria destruída. A loira respirou fundo ainda hesitante, mas começou a caminhar com passos cuidadosos, ignorando a arma ainda apontada para si para cruzar o escritório lentamente até ficar cara a cara com a árabe.

- Eu não quero morrer, Zulema...

A voz de Macarena soou tão baixa quanto um sussurro, algo que a árabe sequer teria escutado se não estivessem tão próximas no momento.

Zulema respirou fundo tendo a arma pressionada contra o peito da mais nova, mirava mais especificamente para seu coração. Aquilo era tudo o que mais queria, a oportunidade perfeita que precisava para acabar com a vida de Macarena. Então era isso, apenas puxar o gatilho seria o suficiente pra cortar de uma única vez todo o suprimento de sangue para o seu cérebro.

- Talvez devesse ter pensado nisso antes de fazer tanta merda. - A árabe disse firme, se forçando a deixar de observar aquelas orbes, agora quase que cristalinos, brilhando em uma tristeza notável.

Macarena fechou os olhos com força para evitar que algumas lágrimas de desespero que tanto lutava para segurar caíssem, deixando que o silêncio tomasse conta do ambiente, que era interrompido apenas pelos sons das respirações de ambas. A demora era a pior parte, saber que poderia morrer a qualquer momento e não poder fazer nada para impedir, apenas fechar os olhos e esperar era torturante.

Longos segundos se passaram, algo que pareciam mais como torturantes horas para Macarena ainda em pé esperando que o apertar de um gatilho definisse a sua sentença, algo que não aconteceu. A loira finalmente se permitiu abrir os olhos, deixando que seu olhar ainda esperançoso corresse por cada parte do rosto de Zulema, analisando com cuidado a expressão séria da árabe em busca de algum lampejo de hesitação, a encontrando em formato de uma faísca de incerteza no verde musgo mais intenso que já conheceu na vida. Algo era certo, se Zulema realmente pretendesse matá-la aquela noite, já estaria morta há muito tempo no chão daquele escritório.

Entre Grades e Sentimentos: Caminhos TraçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora