Meus amores, antes de tudo eu quero pedir desculpas antecipadas caso encontrem qualquer erro no capítulo de hoje. Este capítulo em especial acabou sendo um tantinho mais difícil de escrever que os demais, estou me recuperando de uma tendinite que provavelmente adquiri desenhando. No momento estou com a mão imobilizada mas já estou me recuperando, então caso eu suma por uns dias, já sabem. 💜
As outras presas, sempre atentas por novas fofocas e especulações, observavam de maneira descarada enquanto a árabe, a detenta mais temida de todas, continuava a envolver a sua loira em seus braços. O pranto de Macarena, incontrolável e sufocante, fazia com que o coração de Zulema, que sempre se manteve blindado contra fraquezas, se retorcesse de maneira incômoda. Cada soluço que sua loira deixava escapar silenciosamente, mas que ecoava de forma estrondosa em sua mente, lhe lembrava da fraqueza humana que nunca quis admitir que possuía. Os olhos escuros da árabe varriam o pátio com um olhar feroz, ciente de que qualquer fraqueza poderia ser usada contra ela, contra ambas. A última coisa que precisava era ser vista como vulnerável. Zulema sabia que as detentas as observavam tinham um misto de curiosidade e ameaça no olhar, como se aguardassem o momento exato em que a árabe sempre tão imbatível fosse finalmente quebrada. Mas naquele instante, nada importava além do choro abafado e da fragilidade que a loira transmitia.Zulema não havia dito uma única palavra desde que as lágrimas de Macarena pareciam se espalhar pela curva de seu pescoço com tanta dor, então apenas manteve a loira presa em um abraço seguro. Acreditava que nada precisava ser dito. Nada parecia tão pesado quanto o peso das mãos de Macarena segurando seu uniforme amarelo com tanta força, por vezes a fazendo acreditar que o tecido poderia rasgar em seu corpo a qualquer momento. A loira chorava sem palavras, os soluços abafados contra a pele macia da árabe, mas as lágrimas falavam por si mesmas.
Naquele momento, não importava que fosse Zulema Zahir, o elfo da porra do inferno, a detenta que ninguém ousava desafiar. Não importava o poder ou o respeito que tinha adquirido com o tempo. O que importava era o sofrimento da loira que chorava em seus braços e o fato de que, por mais que tentasse se convencer do contrário, ali estava a falha em sua muralha de indiferença.
Mas Zulema sabia que, se mostrasse alguma vulnerabilidade, se expusesse aquele lado de si, a imagem que ela cuidadosamente esculpiu ao longo dos anos poderia ruir. As outras presas continuavam atentas, observando cada movimento, aguardando o momento em que a fragilidade dela se tornaria um jogo de poder.
- Não vai ficar assim para sempre... - A árabe sussurrou de maneira desajeitada, com uma voz rouca que só a loira conseguia entender, num misto de tentativa de conforto que sequer sabia ser possível proporcionar à mais nova e necessidade de controle. Mas, apesar das palavras, o peso do momento não se desfazia. A mulher em seus braços, quebrada, era tudo o que Zulema mais queria proteger, mas também a pessoa que representava um risco iminente à sua imagem dentro da prisão.
- J-joder... - Macarena soluçou em meio a um resmungo abafado em frustração. Afinal, estava se permitindo fazer justamente o que queria evitar, voltar a se aproximar de Zulema.
As mãos da árabe, que por tanto tempo haviam sido conhecidas por sua força e precisão para ferir qualquer um que se aproxisse, agora acariciavam os fios loiros com uma suavidade quase desconhecida, como se tentasse absorver toda a dor que sua Macarena carregava sem poder compartilhar com mais ninguém. Ela a puxou para mais perto, sentindo o corpo frágil se contorcendo em seus braços, e por um momento a ideia de soltar a loira parecia impensável. Não agora. Não quando o sofrimento da mulher era algo que a própria árabe não conseguia compreender por completo, mas sabia que era resultado de algo que ela mesma não podia ver, de um sofrimento oculto e sombrio mas que em meio de toda aquela escuridão, havia sido escolhida para consolá-la naquele momento.
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Entre Grades e Sentimentos: Caminhos Traçados
FanficEm uma penitenciária feminina, duas detentas compartilham um segredo delicado: uma delas oculta sua verdadeira identidade, mantendo em sigilo sua interssexualidade. O encontro inesperado no banheiro entre as duas desencadeia uma trama intensa de con...