— Então? Temos uma boa notícia? — Kai pergunta ansioso, após a médica retornar.
— Ainda não.
— Tem certeza que ela não tem nenhum problema para engravidar?
E eu estou bem aqui.
— A sua esposa está ótima, senhor Dixon, talvez o problema seja a forma como está sendo realizadas as suas tentativas.
— Isso já funcionou antes.
— Cada caso é um caso, já pensaram em tentar da forma tradicional? Sei que a ansiedade é grande para o positivo, mas essa ainda é a melhor forma de se tentar.
— Obrigado. Vamos querida.
— O que...? — Volto a atenção para ele.
Meu cérebro parou de funcionar no momento em que ela disse a frase "forma tradicional". Teríamos mesmo que fazer isso?
Saímos do consultório médico, indo de mãos dadas até o estacionamento.
— Você ouviu o que ela disse? — Kai fala após ligar o carro.
— Sim. — Apenas olhava pela janela.
— E o que acha?
O que eu acho?
— Acho que não temos outra opção.
— É.
E com isso o silêncio se instalou no carro, por longos minutos.
— Quero que vá comigo a uma confraternização que terá hoje com alguns sócios.
Até que demorou para ele me apresentar como o seu novo troféu.
— Tudo bem, mas, não tenho roupa.
— Não se preocupe, cuidarei disso.
E durante todo o restante do dia, eu não conseguia focar em mais nada que não fosse as palavras daquela médica, e o que teríamos que fazer.
Mas tudo bem, ainda faltam... O que? Como os dias passaram tão rápido?
Ao chegar a noite, tomo um banho demorado, e ao sair, vejo duas caixas em cima da cama. E ao me aproximar para abrir, vejo que na caixa maior havia um vestido preto, na menor, um colar e pares de brincos que deviam custar mais do que a minha casa, e ao lado, um salto.
— Belíssimos...
Após me arrumar, desço para a sala, para esperar Kai, que logo depois aparece.
— Você... Está bonita. — Ele me olha brevemente de cima a baixo, me analisando.
— Obrigada. Você também.
— Podemos ir?
— Quando quiser.
•••
— Kai! Como é bom vê-lo, e bem acompanhado. — Homem um pouco mais baixo o cumprimenta, me olhando de relance. — Muito prazer, Senhora Dixon.
— Kai, como andam as coisas?
— Kai, ótima escolha você fez.
— Kai, parabéns por sua nova conquista, teve uma sorte e tanto.
Kai, Kai, Kai... Foi só o que eu ouvi à noite até agora.
— Você é um homem muito reservado mesmo, escondeu de todos que estava noivo.
— Somos reservados, queríamos um casamento mais intimista, sabe como é. — Kai responde, bebendo um gole de sua bebida.
— Eu entendo, espero que a senhora Dixon lhe presenteie com um garotão.
— Violet.
— O que disse?
— O meu nome é Violet. — Repito, já irritada.
— Ah, muito prazer, com licença. — E assim ele sai.
Kai não diz nada, apenas me olha de canto.
Como eu queria uma bebida.
— Quer conversar com as mulheres dos sócios.
Quer me matar e acabar com o meu sofrimento?
— Não, obrigada.
Não paro de olhar e analisar quais delas são esposas de verdade ou contratadas para isso.
— Não está gostando?
— Estou.
Estou detestando.
— Queria que se distraísse um pouco, mas pela sua cara, já vi que será uma noite difícil.
— O que quer que eu faça? Eu não conheço ninguém aqui. — Respondo irritada.
Alguns deles nos olham ao me ouvirem, elevar a voz, e Kai me leva até para longe.
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Sr E Sra Dixon
RomanceDois anos depois da morte de seus pais, Violet se vê em apuros após perder o seu emprego, seu único meio de sustento. Sem dinheiro e não tendo mais como bancar o seu grande e único sonho, o balé, ela se vê sem saída, tendo que aceitar propostas qu...