14 - Método Tradicional

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— Então? Temos uma boa notícia? — Kai pergunta ansioso, após a médica retornar.

— Ainda não.

— Tem certeza que ela não tem nenhum problema para engravidar?

E eu estou bem aqui.

— A sua esposa está ótima, senhor Dixon, talvez o problema seja a forma como está sendo realizadas as suas tentativas.

— Isso já funcionou antes.

— Cada caso é um caso, já pensaram em tentar da forma tradicional? Sei que a ansiedade é grande para o positivo, mas essa ainda é a melhor forma de se tentar.

— Obrigado. Vamos querida.

— O que...? — Volto a atenção para ele.

Meu cérebro parou de funcionar no momento em que ela disse a frase "forma tradicional". Teríamos mesmo que fazer isso?

Saímos do consultório médico, indo de mãos dadas até o estacionamento.

— Você ouviu o que ela disse? — Kai fala após ligar o carro.

— Sim. — Apenas olhava pela janela.

— E o que acha?

O que eu acho?

— Acho que não temos outra opção.

— É.

E com isso o silêncio se instalou no carro, por longos minutos.

— Quero que vá comigo a uma confraternização que terá hoje com alguns sócios.

Até que demorou para ele me apresentar como o seu novo troféu.

— Tudo bem, mas, não tenho roupa.

— Não se preocupe, cuidarei disso.

E durante todo o restante do dia, eu não conseguia focar em mais nada que não fosse as palavras daquela médica, e o que teríamos que fazer.

Mas tudo bem, ainda faltam... O que? Como os dias passaram tão rápido?

Ao chegar a noite, tomo um banho demorado, e ao sair, vejo duas caixas em cima da cama. E ao me aproximar para abrir, vejo que na caixa maior havia um vestido preto, na menor, um colar e pares de brincos que deviam custar mais do que a minha casa, e ao lado, um salto.

— Belíssimos...

Após me arrumar, desço para a sala, para esperar Kai, que logo depois aparece.

— Você... Está bonita. — Ele me olha brevemente de cima a baixo, me analisando.

— Obrigada. Você também.

— Podemos ir?

— Quando quiser.

•••

— Kai! Como é bom vê-lo, e bem acompanhado. — Homem um pouco mais baixo o cumprimenta, me olhando de relance. — Muito prazer, Senhora Dixon.

— Kai, como andam as coisas?

— Kai, ótima escolha você fez.

— Kai, parabéns por sua nova conquista, teve uma sorte e tanto.

Kai, Kai, Kai... Foi só o que eu ouvi à noite até agora.

— Você é um homem muito reservado mesmo, escondeu de todos que estava noivo.

— Somos reservados, queríamos um casamento mais intimista, sabe como é. — Kai responde, bebendo um gole de sua bebida.

— Eu entendo, espero que a senhora Dixon lhe presenteie com um garotão.

— Violet.

— O que disse?

— O meu nome é Violet. — Repito, já irritada.

— Ah, muito prazer, com licença. — E assim ele sai.

Kai não diz nada, apenas me olha de canto.

Como eu queria uma bebida.

— Quer conversar com as mulheres dos sócios.

Quer me matar e acabar com o meu sofrimento?

— Não, obrigada.

Não paro de olhar e analisar quais delas são esposas de verdade ou contratadas para isso.

— Não está gostando?

— Estou.

Estou detestando.

— Queria que se distraísse um pouco, mas pela sua cara, já vi que será uma noite difícil.

— O que quer que eu faça? Eu não conheço ninguém aqui. — Respondo irritada.

Alguns deles nos olham ao me ouvirem, elevar a voz, e Kai me leva até para longe.

Sr E Sra Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora