34 - Quebra Nozes

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— Violet? O que aconteceu?

— Glenda... Eu preciso da sua ajuda.

Depois de explicar toda a situação para ela, era óbvio que ela iria discordar de mim.

— O erro foi meu, eu não devia ter te colocado nisso.

— Você não sabia...

— Mas devia prever, você não era nem de longe a garota certa para esse tipo de acordo, devia imaginar que se apegaria.

— Então... Você vai me ajudar?

— Eu tenho escolhas? É claro que sim.

— Obrigada.

[•••]


— Que lugar bonito. — Comento assim que saio do carro.

— Bem vinda ao chalé dos meus pais.

— Não terá problema se eu ficar aqui?

— Eles não vem aqui a anos, então é seguro para você ficar por um tempo, pelo menos, até a poeira baixar.

— Nem sei como te agradecer...

— Não precisa, considere isso como um pedido de desculpas por ter te apresentado aquele maldito contrato.

A casa é bem aconchegante, com móveis antigos, mas lindíssimos. E a vista em volta nem se fala...

— Virei uma vez na semana, para trazer comida e ver como você está. Não posso vir sempre para não levantar nenhuma suspeita, espero que entenda.

— Não se preocupe, só de ter um lugar para ficar já sou muito grata.

[•••]

Os dias aqui tem sido bem tranquilo, o único som que escutava aqui eram os dos pássaros, até Glenda me trazer um celular novo. Agora, sempre escuto as músicas do ballet, e treino para me distrair, é a única coisa que me tira da realidade.

E o meu filho ama ouvi-las, principalmente o quebra nozes. Ele tem bom gosto, convenhamos.

Um mês já havia se passado, e Glenda vem toda semana sem falta para me trazer suprimentos. Nos primeiros dias que vim para cá, os seguranças de Kai foram até a casa dela para interroga-la, mas ela conseguiu convencê-los de que não havia tido notícias minha.

— Que barriga linda, tenho que admitir. — Ela fala assim que abro a porta para ela.

— Parece que cresce a cada dia... Eu estou enorme.

— Você está linda, boba.

— Como andam as coisas na cidade?

— O de sempre. — Responde dando de ombros. — E o pai da criança continua a procura-la.

— Eu já sabia que ele não desistiria fácil.

— E ele não está errado não é?! Afinal, vocês tinham um acordo.

— Não precisa ficar jogando isso na minha cara...

— Desculpa, mas é muito complicada essa situação. Ele queria um filho, vocês fizeram um acordo, e agora que ele tem o filho, você simplesmente foge? Isso é crime, Violet...

— Eu sei...

— Você sabe que essa criança será bem cuidada por ele, terá tudo do melhor, estudará nas melhores escolas, são muitas oportunidades que talvez você não consiga oferecer para ele só fugindo de um lado para o outro.

Doía saber o quão certa ela estava em cada palavra que falava.

— E você acha certo ele crescer sem a mãe dele...? Sem saber o quanto eu o amo e pensar que eu o abandonei?

— É claro que não, por isso te ajudei, eu entendo o seu lado, relaxa.

— Que bom.

Sr E Sra Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora