03 - Não quero fazer isso

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— Eu... Preciso ir ao banheiro... — Me afasto dela e saio pelo meio daquela multidão a procura do banheiro.

Durante o caminho já começo a sentir tontura, tudo a minha volta parece ficar em câmera lenta, as luzes piscando, as pessoas dançando lentamente, meu corpo fica leve, parece que minha alma está fora do corpo e estou flutuando.

— Ei gata, quer companhia? — Sinto um corpo atrás do meu e a voz falar em meu ouvido.

— Eu... Quero ir ao banheiro...

— Que tal irmos em um lugar melhor...

— Que lugar... — Me viro para ver quem era o dono da voz desconhecida.

Um homem alto, magro e de cabelos escuros.

— Vem comigo. — Ele segura em minha mão e vai me puxando entre as pessoas.

— Você vai me levar ao banheiro...?

— Vou te levar para as estrelas, gata.

— Eu nunca fui lá...

— Cara, o que você tomou? — Continua me arrastando até um corredor repleto de quartos.

Ele abre a porta do primeiro revelando um quarto pequeno, me puxa para dentro e fecha a porta.

— O que estamos fazendo aqui...? — Olho em volta do quarto.

— Vamos nos divertir muito agora.

— Eu gosto de me divertir, principalmente no balé.

— Você faz balé? — Pergunta enquanto beija meu pescoço e passeia a mão pelos meus braços até o final da minha blusa. — Quero ver se você é flexível.

— Eu sou, eu faço vários passos, quer ver...?

— Quero ver outra coisa.

Do meu pescoço ele sobe para a minha boca, iniciando um beijo, me empurrando até a cama e ficando por cima de mim.

Só então eu recordo um pouco da consciência e percebo o que está prestes a acontecer.

— Espera... Eu não quero isso. — Empurro ele de leve, me levantando em seguida.

— Qual é gata, olha como eu tô.

— Desculpa, eu não quero fazer isso.

Saio do quarto deixando ele lá, e sou capaz de ouvir gemidos vindo de outras portas.

Ao voltar para o meio das pessoas, encontro as meninas.

— Violet, estávamos te procurando, onde você estava?

— Eu... Estava procurando o banheiro... Podemos ir embora?

— Claro, a Beca já está ruim de bebida, até vomitou.

— Nossa...

E eu achando que eu quem estava mal.

— Você pode dormir lá em casa hoje. — Ela sugere.

— Melhor não...

— Olha o seu estado, vai por mim, você irá querer ter alguém ao seu lado quando acordar amanhã. — Diz sorrindo.

Por fim eu acabo cedendo e indo dormir na casa dela, e ela estava certa, no dia seguinte parecia que eu iria morrer, cabeça doendo, ressaca, boca seca, tontura, vômito, fraqueza, entre outros.

Glenda estava bem, por incrível que pareça, acho que é porque ela já esteja acostumada a isso, e ela quem me ajudou a tomar banho e fez um lanche reforçado para mim, que após comer dormi novamente.

— Violet... — Delicadamente ela me acorda.

— Oi... — Sussurro acordando aos poucos.

— Ah... É que já são quase sete da noite e... Você pode ficar se quiser mas eu terei que sair agora.

— Sete da noite? — Levanto assustada.

— Sim, mas relaxa, você pode ficar aqui, eu só queria te avisar para que quando acordasse não ficasse assustada ao não me encontrar aqui.

— Não, muito obrigada mas, eu preciso voltar para minha casa.

— Tudo bem, eu vou chamar um táxi para você então.

— Obrigada.

Lavo meu rosto no banheiro dela para pelo menos tentar disfarçar a cara de derrotada e vamos para a sala esperar o táxi chegar.

— Glenda, querida, eu fiz bolo, ofereça a sua amiga. — Diz a mãe dela da cozinha.

— Tá bom, mãe! Você quer?

— Não, obrigada... — Falo mas minha barriga diz o contrário.

— Não seja boba, o bolo da minha mãe é o melhor. — Ela se levanta indo para a cozinha e volta com um pedaço em um pratinho e um copo de suco.

Como tudo rapidamente e enfim o táxi chega, seguindo enfim para a minha casa.

Tudo uma bagunça, parece que passou um furacão por aqui.

Só me resta arrumar tudo isso agora...

Sr E Sra Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora