07 - Faço questão

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Estava na cozinha quando vejo uma mulher alta adentrar o cômodo.

Seu perfume se espalha por todo o ambiente, ela era muito bonita, cabelos pretos, e exalava superioridade.

— Carmen, onde está Kai? — Ela me olha de cima a baixo e volta a atenção para Carmen, que estava próxima a mim.

— Está em seu quarto, senhora, quer que eu avise que está aqui?

— Não precisa. — Responde, saindo da cozinha com o seu salto barulhento.

— Quem é a dondoca? — Pergunto.

— Essa é a mãe da Jess

— Entendi.

Quase uma hora depois a mesma mulher retorna, agora eu estava na sala com Jess, quando ouço o som do seu salto se aproximar.

Ela surge agora de cabelos úmidos, e roupa um pouco amassada, e logo em seguida, surge também Kai.

— Não sabia que já tinha contratado uma babá para a Jessica, achei que passaria por mim antes. — Comenta voltando a me olhar.

Ela me olha como se procurasse algum erro em mim, me sinto desconfortável ao seu olhar julgador.

— Minha casa, minhas regras. — Kai responde dando de ombros. — Além do mais, Violet é uma excelente profissional, e a Jess adora ela.

— Não sei porque ainda perco meu tempo tentando dialogar com você.

Que situação constrangedora, eles discutindo na minha frente, e ainda falando de mim como se eu não estivesse presente.

Olho para Jess que tinha a cabeça baixa agora, enquanto mexia em suas bonecas.

— Ei... Que tal irmos lá fora? — Sussurro para ela que só concorda com a cabeça.

Enquanto Kai e a ex-mulher dele trocavam farpas, eu e Jess saimos de lá. Já fora da casa, levo ela até uma casinha que tinha no fundo da casa. Era uma casinha grande, com puffs, brinquedos, e outras coisas.

— O que há, pequena? Não está feliz?

Ela responde negando com a cabeça.

— Isso é por causa dos seus pais?

— Eles sempre brigam...

— Olha... É que adultos são complicados...

— É por minha causa...?

— Não! Claro que não! São coisas de adulto, não tem nada a ver com você.

— Eu não quero ser adulta...

Nem eu queria.

— Toc-toc. — A voz de Kai soa do outro lado da porta da pequena casa e Jess abre a porta para que seu pai entre. — Finalmente achei vocês, estão se escondendo?

— Não mais... — Respondo.

— Filha, a sua mãe está te esperando.

— Eu não queria dormir lá hoje...

— Eu sei... Mas quando você voltar, eu prometo que faremos o que você quiser.

— Tudo bem... — Jess passa por nós, retornando em direção a casa.

E assim ficamos ali por alguns segundos em um silêncio constrangedor.

— Ah... Então, acho que já vou indo. — Falo enfim quebrando o silêncio.

— Claro, posso te dá uma carona?

— Não! Quer dizer... Não precisa.

— Eu faço questão.

— Tudo bem, se você insiste...

Fomos em direção ao seu carro pra lá de bonito, e em poucos minutos já havíamos chegado a academia de dança.

— Obrigada pela Carona. — Falo depois do caminho inteiro em silêncio.

— Sem problemas.

— Então, até mais.

Isso é muito constrangedor.

— Boa aula Violet.

Sr E Sra Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora