— Eu queria te pedir desculpas.
— Desculpa? — Olho para Kai após ele estacionar o carro.
— Sim, pelo meu estresse nas últimas semanas, eu poderia ter prejudicado o bebê.
— Não se preocupe, o seu filho está bem.
E que se exploda a mãe dele.
— Tudo bem.
Com a recém descoberta do sexo do bebê, Kai tem passado mais tempo em casa, a todo momento me pergunta se está tudo bem, e já está até animado para decorar o quartinho dele.
E em algumas noites, acordei ao vê-lo entrar no meu quarto em silêncio, só para ouvir o seu filho chutar ao senti-lo perto.
Me questionava a quanto tempo será que ele faz isso?
— Eu estava pensando em colocar o nome dele de Heitor, ou quem sabe Ethan. — Kai dizia empolgado enquanto jantávamos.
— São nomes bonitos... — Respondo, ainda que eu não estivesse prestando muita atenção nas coisas que ele falava.
— Violet, você queria que o bebê fosse menina também? — Percebendo o meu desisteresse, Jess pergunta para mim.
— O que? Não... Quer dizer, o plano era que fosse menino, então...
— Eu queria uma irmãzinha...
— O seu irmão poderá brincar com você, e te proteger sempre. — Kai responde.
— Os seguranças já me protegem. — Ela dá de ombros, voltando a comer.
— Tem razão. — Sorrindo ele concorda.
— Acho melhor subir, para tentar descançar. — Me levanto. — Boa noite.
— Boa noite, Violet. — Se aproximando ele toca a minha barriga. — E para você também, meu filho.
Saio da cozinha, indo em direção as escadas, mas antes que de subir, me viro ao ouvir a porta de entrada ser aberta.
— Então é verdade...? Você está mesmo a espera de um menino? — Elisa, a ex mulher de Kai se aproxima.
— Desculpa mas, eu tenho que subir agora. — Me viro para subir mas paro ao ouvi-la falar.
— Espere! — Me viro, ficando boquiaberta ao ver o que ela havia acabado de tirar da sua bolsa. — Você não é digna de carregar um filho dele... Eu quem deveria fazer isso, eu!
Ela estava totalmente fora de si, era nítido.
— Elisa... Abaixa essa arma, ou terei que chamar alguém. — Tento acalma-la, sentindo meu coração acelerar e o medo do que essa mulher poderia fazer começa a me consumir.
— Cala a boca! Você não pode me substituir, ele não liga pra você, irá te descartar assim que essa criança nascer.
Disso eu já sabia.
— Escuta, não precisa fazer isso, eu sei que não quer me fazer mal...
— Você não me conhece... — Ela continuava a apontar aquela arma para mim, com suas mãos trêmulas.
— Elisa? O que porra está fazendo aqui? — Kai logo surge, olhando fixamente para a mulher que agora dividia sua atenção para mim e para ele. — Jess, não saia da cozinha.
— A Jessica está aí? Faz semanas que eu não a vejo.
— E nem verá! Olha como você está, sua maluca de merda!
Por que diabos ele está falando isso para ela? Ele não ver que eu estou na mira do seu revolver?
— Eu só estou fazendo isso por você... Por nossa família...
— Não existe nossa família, Elisa. Porra, bota isso de uma vez na sua cabeça!
— Você só está confuso por causa dela, mas logo verá que sou eu quem te dará filhos, eu sou a sua mulher.
A esse ponto eu já abraçava fortemente a minha barriga, enquanto tentava me acalmar em vão.
— Se fizer alguma coisa, eu juro que...
— É por você, meu amor... — Ela fala sorrindo histericamente, destravando a sua arma.
— Não! — Grito me abaixando e fechando fortemente os olhos.
São disparados dois tiros de uma vez, o medo é tão grande que não sou capaz de abrir os olhos, eu só chorava e pedia para que ficasse tudo bem com o meu filho.
Sim, o meu filho.
— Violet... Está tudo bem? Olha pra mim. — Sinto seus braços em volta de mim, me fazendo enfim olha-lo.
— Kai... — E só agora vejo que o tiro havia pegado nele, pela mancha Vermelha que se formava um pouco acima do seu peito
Olho através de seus ombros, vendo a mãe da Jess caída no chão, cuspindo sangue.
— Senhor? O que houve? — O segurança entra na casa assustado.
— Leve ela daqui. — É tudo o que ele diz.
— Papai... — Olhando para o lado, vejo Jess com os olhos cheios de lágrimas, olhando para Kai e a sua mãe.
— Jess, volte para a cozinha...
Outro segurança entra na sala, ajudando Kai e o levando em direção a saída.
— Eu vou para o hospital, liga para Carmen vir pra cá. — Kai fala com um semblante de dor, e juntos eles saem.
Eu ainda estava no chão, em choque com tudo o que havia acabado de acontecer, e havia acabado de levar um tiro e dado um tiro na mãe da filha dele e mesmo assim agiu tão friamente, como se fosse algo natural.
Minhas mãos ainda tremiam, meu peito subia e descia freneticamente, e minhas lágrimas desciam sem parar. Por um momento eu achei que seria morta ou que perderia o meu filho.
Eu o amo e não podia mais me enganar, eu o amo e morreria se algo acontecesse com ele...
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Sr E Sra Dixon
RomanceDois anos depois da morte de seus pais, Violet se vê em apuros após perder o seu emprego, seu único meio de sustento. Sem dinheiro e não tendo mais como bancar o seu grande e único sonho, o balé, ela se vê sem saída, tendo que aceitar propostas qu...