33 - Seja Feliz

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— Eu vim o mais rápido que pude... Você está bem? — Carmen entra apressada, vindo até mim que permanecia do mesmo jeito. — Violet, olhe para mim.

— Carmen... Ele... Ele atirou nela. — Finalmente olho para ela, ainda lembrando de toda a cena.

— Ele te salvou, salvou vocês dois... Eu vou buscar um copo d'água para você.

Ele atirou nela... Sem hesitar... Na mãe da filha dele, e o pior, com a filha presente.

— Onde a Jess está? — Ao retornar para a sala, Carmen questiona.

— A Jess... — Me levanto, subindo as escadas à procura da garota. — Eu posso entrar...?

Ela estava em seu quarto, sentada no chão enquanto chorava.

— Não chora princesa... Os seus pais ficarão bem... — Tentava acalmá-la, mesmo querendo fazer o mesmo.

— Você acha que eu sou mal...?

— Por que diz isso? Você é a garota mais adorável que eu já conheci.

— Porque eu estou com medo de perder o meu pai... Mas eu não tô com medo pela minha mãe...

Essas palavras me doeram, mesmo sabendo que aquela mulher não merecia a filha que tem.

— Não se culpe... Vai ficar tudo bem...

— Ela queria te machucar... Ela não é uma pessoa boa...

— Sabe quem está lá embaixo agora? A Carmen. Que tal descer lá para vê-la?!

— Você também vem?

— Daqui a pouco...

Assim que ela sai do quarto, desabo em lágrimas, sentindo todo aquele sentimento ruim me possuir.

Ela é só uma criança... E olha o que ela foi obrigada a ver...

Ele atirou na mãe da filha dele, e não demonstrou um pingo de preocupação sobre o estado dela... Se ele fez isso com alguém que ele próprio diz já ter amado... Imagina o que faria comigo...

Após me recompor, troco de roupa, colocando uma mais quente e desço.

— Se sente melhor? — Carmen que saía da cozinha no momento em que desci, o último degrau questionava. — Por que trocou de roupa?

— Carmen... — Já podia sentir as lágrimas querendo sair novamente.

— Violet, o que pensa que está fazendo?

— Você tem que me entender... Eu não terei outra chance para isso...

— Violet, não faça isso... Eu não posso permitir.

— Por favor... Eu sei que você também é mãe, sei que faria qualquer coisa pelos seus filhos... Então por favor, me deixe fazer pelo meu...

— Acho que não tenho outra escolha...

— Obrigada... Obrigada... — Abraço ela ainda desolada.

— Tome isso, não tem muita coisa, mas vai te ajudar. — Ela me entrega o seu cartão de crédito. — Agora, vai logo, antes que ele volte.

— Serei eternamente grata a você...

— Seja feliz.

E assim eu saio da casa de Kai. Os portões sem segurança eram o passe livre para mim partir. Entro em um dos carros dele e parto, sem ideia para onde eu iria.

Mas qualquer lugar é melhor do que aqui.

Sr E Sra Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora