21 - Fuja Enquanto é Tempo

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— Carmen, onde está a Jessica?

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— Carmen, onde está a Jessica?

— Está descansando, senhora Elisa.

— Então suba e a acorde, eu vim busca-la.

Da cozinha ouço a voz dela, falando com Carmen rispidamente.

— Então é você. — Ela diz ao entrar na cozinha e me ver. — Eu sabia... Sabia que era ambiciosa no momento em que te vi pela primeira vez.

— Não sei do que está falando. — Levo o copo de suco a boca, tentando não dar atenção para aquela cobra na minha frente.

— Acha que não sei sobre o contrato? Eu era como você, ingênua, uma simples jovem do interior, que achou que a vida seria melhor aqui, e então eu o conheci...

— Você é arrogante e egocêntrica, não me compare, porque eu não sou igual a você.

— Ainda não... Me diz, ele já te levou para viajar?

Como ela sabe disso?

— Se não, não se preocupe, porque ele irá, você conhecerá lugares nunca vistos, luxuosos, vestirá das mais caras roupas, ele vai te apresentar a luxúria que é esse mundo, e quando você experimentar... Saberá exatamente do que estou falando.

Agora vejo que ela é completamente insana, desequilibrada.

— Mas não se iluda, porque quando você tiver a certeza de que não consegue mais viver outra vida que não seja essa... Aí será a hora em que você será descartada.

Eu não falava nada, apenas ouvia as coisas absurdas que ela falava. O olhar dela era perturbador, e podia claramente ver que não estava em seu estado normal.

— Quer um conselho? Fuja, vá embora enquanto é tempo, vá embora enquanto não carrega nada dele aí dentro. — Ela aponta para a minha barriga, se aproximando.

— O que está fazendo aqui? — Kai entra na cozinha com o semblante sério.

— Kai... Como pôde fazer isso? Você não vê que ela é só uma aproveitadora?

— O que você falou para ela?

— Não importa! Você já tem uma filha saudável, eu poderia te dar outros, quantos quisesse, você não pode ter filhos com qualquer uma.

Qualquer uma?

— Você está passando dos limites, Elisa. Eu venho tolerando suas vindas aqui sem aviso, suas mensagens e ligações, mas isso não vai mais acontecer, você está perdendo o controle, e se continuar assim, não permitirei que veja mais a Jess.

— Jessica! O nome dela é Jessica. E não pode me impedir de vê-la, ela é a nossa filha, e eu a amo.

— Ama mesmo? Por que será então que ela nunca quer ir com você? Acha que ela não me conta? Que quando vai para a sua casa, você a deixa sozinha com as babás, que não dá atenção para ela e que vive murmurando pela casa que a culpada de não estarmos juntos é ela?

Não podia acreditar no que estava ouvindo, ela era mesmo pior do que eu imaginava. Como pode uma mãe desprezar a filha dessa forma?

— Ela é só uma criança, não sabe o que diz.

— Não precisa vir buscá-la se o seu intuito é chamar a minha atenção, a Jess não precisa de uma mãe como você.

Ouvir aquelas palavras doeu até em mim que nem mãe sou ainda.

— Não pode me proibir de ver a minha filha!

— Se continuar a agir feito louca, te tratarei como tal. Se quiser vê-la, terá que seguir as regras, nos dias combinados, e não pise mais o pé na porra da minha casa! — Kai diz por fim.

E sem dizer nada ela sai com uma cara nada boa.

— O que pensa que está fazendo? — Rapidamente ele vem até mim, tomando o copo da minha mão.

— Ei! É só suco.

Seus olhos vão de encontro a garrafa de vinho em cima da mesa, e em seguida ele cheira o líquido do copo, comprovando que apenas suco de uva.

— Isso chegou para você de um dos seus clientes, eu nem toquei. — Me refiro ao vinho.

Sem dizer nada ele sai.

Que clima pesado ficou nessa casa. Até eu me sinto afetada agora.

Sr E Sra Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora