— Carmen, onde está a Jessica?
— Está descansando, senhora Elisa.
— Então suba e a acorde, eu vim busca-la.
Da cozinha ouço a voz dela, falando com Carmen rispidamente.
— Então é você. — Ela diz ao entrar na cozinha e me ver. — Eu sabia... Sabia que era ambiciosa no momento em que te vi pela primeira vez.
— Não sei do que está falando. — Levo o copo de suco a boca, tentando não dar atenção para aquela cobra na minha frente.
— Acha que não sei sobre o contrato? Eu era como você, ingênua, uma simples jovem do interior, que achou que a vida seria melhor aqui, e então eu o conheci...
— Você é arrogante e egocêntrica, não me compare, porque eu não sou igual a você.
— Ainda não... Me diz, ele já te levou para viajar?
Como ela sabe disso?
— Se não, não se preocupe, porque ele irá, você conhecerá lugares nunca vistos, luxuosos, vestirá das mais caras roupas, ele vai te apresentar a luxúria que é esse mundo, e quando você experimentar... Saberá exatamente do que estou falando.
Agora vejo que ela é completamente insana, desequilibrada.
— Mas não se iluda, porque quando você tiver a certeza de que não consegue mais viver outra vida que não seja essa... Aí será a hora em que você será descartada.
Eu não falava nada, apenas ouvia as coisas absurdas que ela falava. O olhar dela era perturbador, e podia claramente ver que não estava em seu estado normal.
— Quer um conselho? Fuja, vá embora enquanto é tempo, vá embora enquanto não carrega nada dele aí dentro. — Ela aponta para a minha barriga, se aproximando.
— O que está fazendo aqui? — Kai entra na cozinha com o semblante sério.
— Kai... Como pôde fazer isso? Você não vê que ela é só uma aproveitadora?
— O que você falou para ela?
— Não importa! Você já tem uma filha saudável, eu poderia te dar outros, quantos quisesse, você não pode ter filhos com qualquer uma.
Qualquer uma?
— Você está passando dos limites, Elisa. Eu venho tolerando suas vindas aqui sem aviso, suas mensagens e ligações, mas isso não vai mais acontecer, você está perdendo o controle, e se continuar assim, não permitirei que veja mais a Jess.
— Jessica! O nome dela é Jessica. E não pode me impedir de vê-la, ela é a nossa filha, e eu a amo.
— Ama mesmo? Por que será então que ela nunca quer ir com você? Acha que ela não me conta? Que quando vai para a sua casa, você a deixa sozinha com as babás, que não dá atenção para ela e que vive murmurando pela casa que a culpada de não estarmos juntos é ela?
Não podia acreditar no que estava ouvindo, ela era mesmo pior do que eu imaginava. Como pode uma mãe desprezar a filha dessa forma?
— Ela é só uma criança, não sabe o que diz.
— Não precisa vir buscá-la se o seu intuito é chamar a minha atenção, a Jess não precisa de uma mãe como você.
Ouvir aquelas palavras doeu até em mim que nem mãe sou ainda.
— Não pode me proibir de ver a minha filha!
— Se continuar a agir feito louca, te tratarei como tal. Se quiser vê-la, terá que seguir as regras, nos dias combinados, e não pise mais o pé na porra da minha casa! — Kai diz por fim.
E sem dizer nada ela sai com uma cara nada boa.
— O que pensa que está fazendo? — Rapidamente ele vem até mim, tomando o copo da minha mão.
— Ei! É só suco.
Seus olhos vão de encontro a garrafa de vinho em cima da mesa, e em seguida ele cheira o líquido do copo, comprovando que apenas suco de uva.
— Isso chegou para você de um dos seus clientes, eu nem toquei. — Me refiro ao vinho.
Sem dizer nada ele sai.
Que clima pesado ficou nessa casa. Até eu me sinto afetada agora.
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Sr E Sra Dixon
RomanceDois anos depois da morte de seus pais, Violet se vê em apuros após perder o seu emprego, seu único meio de sustento. Sem dinheiro e não tendo mais como bancar o seu grande e único sonho, o balé, ela se vê sem saída, tendo que aceitar propostas qu...