— Só queria pedir desculpas, boa noite. — Ele abre a porta novamente para sair.
— A Jess... Ela faz parte de um contrato?
Isso martelava em minha cabeça desde que me mudei para cá, não via hora melhor para perguntar sobre isso.
— É uma história complicada.
— Então ela é.
— Eu e a mãe dela começamos com um contrato, sim é verdade. Eu era mais novo, inconsequente, eu tinha certeza de que seria pai de um menino, tanta certeza que deixava passar várias questões. Com o passar do tempo, começamos a nos envolver, de verdade, e um dia, ela engravidou, eu não poderia estar mais feliz, estava com uma pessoa que gostava e seria pai.
Que emocionante.
— Eu sempre quis ser pai novo, ensinar para ele tudo o que eu sei, para que um dia ele assumisse tudo o que tenho, assim foi comigo, esse é era o legado da família, mas aí veio a notícia, uma menina... Foi um baque para mim que já tinha tanta certeza, mas eu gostava da mãe dela, então isso acabou sendo só um detalhe, afinal, poderíamos tentar de novo, estávamos felizes, aproveitamos da melhor forma toda a gravidez dela.
— E por que se separaram se estavam tão felizes?
— A Jess havia completado um ano, fizemos festa e tudo. Mas no final dela, quando quase todos já haviam ido embora, eu procurei por Elisa na casa inteira, e eu a achei, com um dos seguranças, no quarto de hóspedes.
— Ela...
— Sim, ela me traiu. — Ele sorri sarcástico. — Com a porra do segurança, não é irônico?
Muito irônico.
— É claro que ela me pediu perdão, disse que tinha medo de não conseguir me dá um filho, por isso se deitou com ele. Mas já não importava mais, não importava por qual motivo ela havia se deitado com ele, eu não podia mais confiar nela, então, nos divorciamos.
— Que história...
— Ela nunca foi uma mãe prestativa para a Jess, as babás quem passavam a maior parte do tempo cuidando dela, mesmo ela estando em casa. No final, é como dizem, se quer ver como uma pessoa é de verdade, dê poder para ela. Nunca foi sobre nós, ela amava o poder que tinha estando comigo.
— Acha que ela não te amava?
— Não sei, e não me importo mais, isso pra mim se tornou irrelevante, não tenho raiva dela, muito menos desprezo, como eu disse, irrelevante.
— E mesmo assim quis tentar de novo.
— Dessa vez, eu sei o que estou fazendo, e estou centrado apenas nisso.
Espero que sim.
— Olha, eu sei que temos um acordo, mas, podemos tornar as coisas melhores entre a gente, será melhor para a nossa convivência.
Ele tinha razão, teremos que conviver em harmonia se quiséssemos que isso desse certo.
— Você está certo.
— Está tudo bem entre a gente então?
— Digamos que sim.
— Fico feliz, tenha uma boa noite Violet.
— Você também.
•••
No dia seguinte, já podia sentir o clima mais leve. Nada como esclarecer as coisas para dar uma mudada no clima.
— Bom dia. — Me surpreendo ao ver que Kai ainda estava aqui.
Normalmente ele sai bem cedo para o trabalho.
— Bom dia. — Ele responde.
— Bom dia Violet, sente-se aqui. — Jess aponta para a cadeira ao seu lado da mesa.
Me sento ainda sonolenta, e me sirvo, me sentindo ser observada vez ou outra por Kai, e Jess que repetia os meus movimentos ao me ver comer.
Era curioso o fato de ter alguém que se espelhasse em mim.
— Farei uma viagem amanhã, para Vegas, e ficarei uma ou duas semanas fora, só para avisar.
— Papai, eu posso ir com você?
— Não vai dar, pequena, será uma viagem de negócios, não vou conseguir te dar muita atenção, nem terei como cuidar de você.
— A Violet pode cuidar de mim.
Quase engasgo ao ouvir meu nome, olhando rapidamente para Kai.
— Desculpa, Jess, mas eu tenho minhas aulas aqui.
— Papai, convence a Violet, por favor...
— Filha, não ela já disse que tem compromisso.
Ufa...
— Mas se ela quiser ir, não vejo problema nisso. — Ele acrescenta, tomando o seu café em seguida.
Vegas... Eu sempre quis conhecer os famosos cassinos de lá. Não que eu me interesse em jogos, mas em Vegas, por que não?
— Vamos Violet, será legal. — Jess me olhava com os olhinhos pidões.
Vegas não é um lugar para crianças, eu diria, mas se o pai permitiu, quem sou eu para discordar.
— Bom, nesse caso... Tudo bem, acho que não terá problema faltar uns dias na academia.
— Eba!
— Nesse caso, sugiro que arrumem suas malas hoje a tarde, partimos assim que amanhecer.
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Sr E Sra Dixon
RomanceDois anos depois da morte de seus pais, Violet se vê em apuros após perder o seu emprego, seu único meio de sustento. Sem dinheiro e não tendo mais como bancar o seu grande e único sonho, o balé, ela se vê sem saída, tendo que aceitar propostas qu...